Notícias Adventistas

Coluna | Carlos Magalhães

Games e religião

O uso do games é uma realidade da qual não se pode fugir. Veja como aproveitar essa tecnologia para evangelizar.


  • Compartilhar:

gamesereligiaoPor que os games viciam? Como saber qual jogo é bom e qual é ruim? Como orientar as crianças?  Aqui vão algumas considerações que podem ser úteis para pais e educadores.

Os  jogos ou games eletrônicos, seja em computadores, smartphones, tablets ou consoles, fazem parte da vida diária de muita gente, até mesmo de quem já deixou de ser criança. Veja esses dados:

Alguns números.

Você sabia que, coletivamente os habitantes do planeta gastam 3 bilhões de horas por semana jogando?[1] Sabia que a indústria de games é maior que a do cinema?[2] Uma pesquisa da Entertainment Software Association[3] revelou que nos Estados Unidos:

97% dos jovens dedicam-se a jogos de computador ou videogames.

40% dos jogadores são mulheres.

68% dos jogadores tem até 18 anos.

33% jogam nos celulares.

Os tempos mudaram.

Os jogos do passado (dominó, damas, batalha naval, pega-varetas, etc) cederam lugar a jogos com mais cores, sons e ação. O avanço e barateamento da tecnologia, assim como a violência das ruas tem levado as pessoas a gastarem mais tempo e dinheiro no mundo digital do que no real.

Esse mercado evoluiu tanto que algumas crianças fazem parte do que se chama  “gamer profissional”. São meninos e meninas com menos de 20 anos que treinam até 14 horas por dia para disputar campeonatos mundiais que podem premiar em até 1 milhão de dólares.

Se por um lado mudou o comportamento das pessoas em relação aos jogos, por outro os princípios divinos continuam os mesmos e precisam ser levados em consideração no momento da escolha  do tipo do jogo e do tempo gasto nele.

Dicas para pais e educadores

Outro aspecto que preocupa muito os pais é a facilidade com que filhos se tornam viciados nos games. Isso pode acontecer por vários fatores.

Muitos pais preferem  deixar seus filhos diante do videogame por medo da violência urbana. É mais fácil saber onde eles estão e o que estão fazendo, ou seja, desse modo, evitam os "riscos da rua". Mas essa opção tem um preço. Se eu fizer de meu filho um prisioneiro dentro de casa e só lhe oferecer o videogame como opção de lazer é quase inevitável que ele se "vicie" nessa atividade. Alguns pais esquecem que sua função inclui a tarefa de colocar limites e criar variadas atividades saudáveis aos seus filhos[4].

Então aqui vão algumas dicas que podem ser úteis:

Os jogos obrigatoriamente têm faixas etárias sugeridas. Isso pode indicar o que é saudável ou não para uma determinada idade.

É importante ter em mente que para tudo na vida a moderação é fundamental. Portanto é necessário regular o tempo que a criança fica exposta a esse tipo de atividade.

Não se pode esperar  que crianças e adolescentes fiquem longe dos games se não tiverem outras ofertas de atividades. Por isso, crie formas alternativas de lazer para seus filhos.

O jogo pode facilitar o aprendizado, mas é importante que se busquem outras atividades construtivas com interação humana.

Falando de games e religião

Leia também:

Game une temática da Copa e Bíblia nas redes sociais

Não espere encontrar muitos jogos religiosos no mercado, mas será fácil encontrar a religião dentro de muitos games. Boa parte deles traz embutidos conceitos e alusões ao misticismo, violência, imortalidade da alma e sensualidade.

É importante entender que a linguagem dos jogos é bem parecida com a dos filmes. O mais importante não é aquilo que se vê, mas a sensação que se experimenta, a ideia que permanece gravada na mente depois que o estímulo acaba . A emoção que o jogo vai despertar no jogador ou a mensagem que vai ser assimilada na mente é mais importante que a mecânica, atores ou o design.

Muitos jogos são histórias ou narrativas em que o jogador é o personagem principal. Enquanto percorre a história, ele interage com o ambiente  e outros atores. Para vencer fases ou conquistar pontos, em alguns casos, ele precisa desenvolver habilidades de matar, roubar e/ou mentir.

Como cristãos precisamos usar os princípios bíblicos para a escolha dos jogos, da mesma forma que já fazemos com as outras mídias como os livros, TV e Internet.  O tempo que vamos dedicar a essa atividade também deve ser equilibrado.  Mesmo os bons jogos podem viciar.

 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é venerável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, seja isso o que ocupe os vossos pensamentos”. Filipenses 4:8

[1] Mcgonigal, Jane. A Realidade em Jogo.  Editora Best Seller. (Rio de Janeiro, 2011), p.17.

[2] http://www.tecmundo.com.br/infografico/9708-o-tamanho-da-industria-dos-video-games-infografico-.htm

[3] http://www.theesa.com/facts/gameplayer.asp

[4] http://www2.uol.com.br/vyaestelar/games.htm

Os adventistas e o uso da tecnologia:

Carlos Magalhães

Carlos Magalhães

Igreja Conectada

Como levar a mensagem de Cristo ao maior número possível de pessoas usando a tecnologia digital

Graduado em Publicidade e Propaganda, é mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e por anos atuou no segmento de e-Health. Tem se dedicado ao desenvolvimento de estratégias de evangelismo na internet há mais de 10 anos, e atualmente é o gerente de Marketing Digital da sede sul-americana da Igreja Adventista.