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Coluna | Carlos Magalhães

Internet: o novo campo de batalha

Como usar a rede de computadores para levar esperança e falar sobre o retorno de Jesus? Veja neste artigo.


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Em poucos anos a internet se tornou um meio de comunicação poderoso e essencial para vários aspectos da vida humana como educação, entretenimento e relacionamento. No campo religioso vemos religiões e igrejas usando cada vez mais esse meio para fortalecer seus fiéis e alcançar novos conversos.

Contudo, a mesma internet  que favorece e facilita a expressão da fé, religião e tantas outras coisas, também facilita a disseminação de exageros, discriminação, intolerância e violência. Como exemplo, grupos radicais e extremistas tem utilizado a internet para disseminar vídeos de execução, captar novos seguidores, invadir sites e servidores para roubar informações e para espalhar medo e terrorismo.

Também tem sido noticiado que jovens ocidentais tem se aliado a religiões,  causas e conflitos no oriente através da internet.  Tempos atrás, enquanto estudava num curso de idiomas online, recebi convite de outro aluno para praticarmos o idioma através de chat (bate-papo). Em pouco tempo percebi que o verdadeiro objetivo do meu novo “amigo” era me converter para sua filosofia. Ele me enviou uma série de endereços na internet onde eu poderia me aprofundar mais nessa filosofia, em idioma árabe ou no meu próprio idioma. Essa experiência pode ser uma alerta para quem tem filhos.

A Guerra na rede

Em 2005, Thomas Friedman em seu clássico A Terra é Plana já alertava para o fato de que a internet se tornaria o tabuleiro da próxima guerra mundial. Quando vimos recentemente a invasão de hackers a vários sites de organizações financeiras e governamentais  do Ocidente, por motivação religiosa, podemos perceber que isso está se tornando uma realidade.

O cyberterrorismo é um perigo que faz parte da agenda de segurança de vários países. Em redes sociais exclusivas, e protocolos invisíveis à maioria das pessoas, grupos de terroristas se reúnem para elaborar planos, informar e treinar novos seguidores. O submundo dos hackers funciona de forma semelhante, seja com o objetivo de um simples protesto (gray hats) ou de roubo de informações com fins de vantagem pessoal e financeira (black hats).

Para alguns  especialistas, o aumento dessas ameaças pode causar um dano maior à economia mundial que  algumas doenças e epidemias. Uma falha de sistema pode hoje parar aeroportos, trânsito, hospitais e organizações, causando milhões de prejuízo.

Para se proteger, alguns países de regime comunista possuem programas de controle e monitoramento de tudo que trafega na internet. Em países como a China, a supervisão é ainda maior porque o acesso dos habitantes é restrito ao que o governo permite. Vários países árabes também monitoram, controlam e proíbem certos acessos a sites ocidentais, sob pena de prisão.  No entanto, o caso mais repercutido de invasão de privacidade e vigilância não autorizada vem dos Estados Unidos. Por questões de segurança, os dados que atravessam os cabos da internet americana são monitorados. Com isso, ações suspeitas, quando detectadas, podem levar rapidamente a polícia a bater à porta dos cidadãos enquanto ainda estão com as mãos nos dados.

A ilusão da privacidade

É fato que a internet, na maioria dos países, ainda é livre, mas não significa que seja segura. É uma utopia pensar que é possível manter a privacidade e anonimato na web. Cada ação, site visitado, imagem visualizada ou conversa em bate-papo deixa seu rastro nos registros dos servidores, que podem ser mais tarde recuperados e usados contra ou a favor do autor.

Além disso, nossos próprios dispositivos pessoais quando conectados à internet denunciam onde estivemos e qual é nossa  posição e localização geográfica, através do recurso de GPS.

Um novo olhar

Olhar para a  internet a partir de um ângulo mais pessimista, porém realista, deve nos levar a lembrar do que Jesus disse: “Ide; eis que vos envio como cordeiros ao meio de lobos” (Lc 10:3). Mesmo tendo consciência dos perigos, precisamos usar mais a internet com o propósito de espalhar luz, esperança e preparar um povo para a volta do nosso Senhor, enquanto temos liberdade. “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9:4).

A internet tem o diferencial de oferecer informação, interação e contato pessoal como nenhuma outra mídia é capaz. Por isso, no tempo que antecede o retorno de Jesus, a internet será de especial importância. Com ela podemos testemunhar em lugares onde o envio de missionários pode ser quase impossível, podemos espalhar mensagens distintivas e de esperança que continuarão ecoando mesmo quando não houver mais liberdade religiosa.

Relembrando que tudo que fazemos no mundo virtual fica registrado, nosso comportamento na internet deve ser coerente com o que professamos crer. Afinal, “... somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens” (1 Co 4:9). Que os inimigos da verdade não encontrem em nossas atitudes virtuais razões para difamar nossa fé. Que nossos registros possam testemunhar que nossa batalha é a de semear amor e esperança para um mundo melhor.

Carlos Magalhães

Carlos Magalhães

Igreja Conectada

Como levar a mensagem de Cristo ao maior número possível de pessoas usando a tecnologia digital

Graduado em Publicidade e Propaganda, é mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e por anos atuou no segmento de e-Health. Tem se dedicado ao desenvolvimento de estratégias de evangelismo na internet há mais de 10 anos, e atualmente é o gerente de Marketing Digital da sede sul-americana da Igreja Adventista.