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Coluna | Adolfo Suárez

Seja testemunha do amor!

Como cristãos, nossas palavras e atos devem conduzir pessoas a Deus


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É privilégio da humanidade compartilhar o amor de Deus com aqueles que não O conhecem (Foto: Shutterstock)

Estamos encerrando o ano de 2023. Seria oportuno fazer uma avaliação de como vivemos o nosso cristianismo, a fim de encarar 2024 com mais espírito evangelístico. Afinal, Jesus Cristo nos disse que devemos ser Suas testemunhas (Atos 1:8). Neste sentido, a primeira igreja – a igreja de Atos – tem muito a nos ensinar. Sobre esta congregação é dito que contavam “com a simpatia de todo o povo” (Atos 2:47). Provavelmente a igreja desfrutava da simpatia da comunidade por louvar a Deus e demonstrar generosidade.[1] Esses cristãos viviam uma vida de louvor a Deus e, como resultado, eram elogiados pelo povo. Eles demonstram o poder do evangelho e a presença do Espírito em sua vida. Desse modo, colocavam-se como testemunhas vivas em favor de Jesus Cristo. E o que ocorreu?

Como resultado direto, a igreja missionária se colocou em ação, pois, ao notarem a conduta cristã dos convertidos, as pessoas falavam em favor da igreja e foram atraídas a Cristo.[2] Isto pode ser denominado de “evangelismo pela simpatia e bom testemunho”. Essa postura era um poderoso testemunho ao verdadeiro cristianismo! Torna-se evidente que, para cumprir a missão, não precisamos ser teólogos brilhantes, mas devemos ser cristãos bíblicos.[3]

Por que o cristão precisa testemunhar?

Contar com a simpatia do povo é totalmente favorável para o testemunho e, consequentemente, para o cumprimento da missão. Há diversos motivos pelos quais uma pessoa precisa testemunhar sobre Jesus Cristo e a salvação. Tomando as orientações da escritora Ellen G. White, pode-se afirmar que, em primeiro lugar, “o cristão que não exercitar os poderes dados por Deus não somente deixará de crescer em Cristo, como também perderá a força que já adquiriu”.[4] Em segundo lugar, somos participantes da natureza divina, e por isso devemos testemunhar, compartilhando as bênçãos com os semelhantes.[5] Em terceiro lugar, Cristo veio para servir e, sendo Ele nosso exemplo, é correto seguir Seu exemplo, pois “esse era o único e grande objetivo de Sua vida. Tudo o mais era secundário e menos importante. Sua comida e Sua bebida eram fazer a vontade de Deus e terminar Sua obra”.[6]

Por essas razões, os crentes verdadeiramente convertidos farão tudo o que puderem para transformar o mundo num lugar melhor para que nele todos possam viver. Esse espírito é o legítimo resultado de um coração verdadeiramente convertido. Tão logo uma pessoa aceita a Cristo, em seu coração nasce um desejo de apresentar aos outros o precioso amigo que encontrou em Jesus Cristo; a verdade salvadora e santificadora não pode ficar escondida em seu coração.[7]

Quais os benefícios do bom testemunho?

Embora o testemunho cristão seja um dever de cada filho de Deus, é importante notar que o trabalho missionário produz profundas mudanças em quem está testemunhando; o trabalho missionário desinteressado em favor dos outros traz diversos benefícios à testemunha:[8]

  • Profundidade de seu caráter;
  • Estabilidade do caráter;
  • Amabilidade cristã ao caráter;
  • Traz paz à testemunha;
  • Traz felicidade à testemunha;
  • Suas aspirações são as mais elevadas;
  • Não há lugar para a preguiça na vida da testemunha;
  • Não há lugar para ou egoísmo em sua vida;
  • As graças cristãs crescem na vida da testemunha;
  • Ela se tornará forte para trabalhar para Deus;
  • Terá uma percepção espiritual mais clara;
  • Terá fé constante;
  • Terá fé crescente;
  • As testemunhas terão um poder cada vez maior na oração;
  • As testemunhas estarão contribuindo para a própria salvação.

Decisão para o novo ano

Se o bom testemunho, além de abençoar as pessoas ao nosso redor, produz resultados impactantes em nossa própria vida, então é sábio tomar esta decisão para 2024: “Eu quero ser uma testemunha eficaz do amor de Deus!”.

Em verdade, Deus poderia escolher anjos – e não pessoas – para testemunharem em favor Dele; mas, por que não o fez?

Deus poderia ter confiado aos anjos celestiais a mensagem do evangelho e todo o trabalho de ministrar amor. Poderia ter empregado outros meios para cumprir Seu propósito. Mas, em Seu infinito amor, Ele preferiu tornar-nos cooperadores Seus, juntamente com Cristo e os anjos, para que pudéssemos partilhar das bênçãos, da alegria e do enlevo espiritual que resultam desse ministério altruísta.[9]

Em 2024, seja cooperador de Deus na salvação de pessoas. Espalhe, em discurso e ações, o infinito amor do Pai.

Feliz 2024!


Referências:

[1] Nichols, Francis D., editor. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, volume 6. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 140.

[2] Kistemaker, S. (2016). Atos. (É. Mullis & N. B. da Silva, Trads.) (2a edição, Vol. 1, p. 153). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.

[3] Gangel, K. O. (1998). Acts (Vol. 5, p. 34). Broadman & Holman Publishers.

[4] Ellen G. White. Caminho a Cristo: passos que conduzem à verdadeira felicidade. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2019, p. 81.

[5] Idem, p. 79.

[6] Idem, p. 78.

[7] Ibidem.

[8] Idem, p. 79, 80.

[9] Ibidem, p. 79.

Adolfo Suárez

Adolfo Suárez

Ouvindo a voz de Deus

Reflexões sobre teologia e dom profético

Teólogo e educador, é o atual reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT) e Diretor do Espírito de Profecia da DSA. Mestre e doutor em Ciências da Religião, com pós-doutorado em Teologia, é autor de diversos livros, e membro da Adventist Theological Society e da Society of Biblical Literature.