Cinco décadas compartilhando luz e esperança
Celebrando seu aniversário, a Igreja Adventista do Sétimo Dia está há anos impactando a Região Administrativa de Ceilândia.
Meio século de fé, 50 anos de compromisso com a palavra de Deus e o cuidado com o próximo. São cinco décadas de história, além de fazer parte da vida de inúmeras pessoas, desde interessados, convidados, membros e até curiosos. Nesse sentido, a Igreja Adventista do Sétimo Dia de Ceilândia celebrou, no último Sábado (27/04), seu aniversário de 50 anos de fundação.
Um momento especial de interação para que todos possam relembrar os acontecimentos das últimas cinco décadas e seus momentos marcantes. Contudo, além de criar memórias, é uma oportunidade de expressar a gratidão a Deus por tudo o Ele proporcionou nesse meio século.
Assim, membros e igreja refletem sobre suas conquistas e renova o compromisso com sua missão. Dessa forma, é perceptível o impacto positivo da Igreja na região, além do contínuo crescimento.
Construindo história
Edvan Pereira, ancião de Ceilândia Oeste, relembrou um pouco de quando era apenas um adolescente de 14 anos, que ansiava pelo Pôr do Sol, enquanto seu pai ainda se dedicava a um forno de sua padaria. Ele conta que em 1974, a padaria da família funcionava de forma acelerada, mas com o tempo foi reduzindo a quantidade da clientela. Assim, o pai dele tomou a iniciativa de fechar a padaria.
Entretanto, ainda nas últimas fornadas de pães de queijo de uma sexta-feira, a luz do forno de tijolos se apagou, o pai queria finalizar o serviço e o filho insistia em parar tudo e realizar o culto de pôr do sol. Assim, lâmpada por lâmpada na casa foi se apagando, enquanto os vizinhos continuavam tendo luz normalmente.
“Fizemos o culto. Passamos o Sábado na escuridão e com os nossos vizinhos tendo luz, o padrão ligado. De repente chegou a hora do pôr do sol de Sábado para domingo e, naquele momento, o anjo que tinha apagado as luzes entrou novamente e acendeu todas as luzes, da última até a boca do forno”, contou.
Ele ressaltou que foi uma “experiência marcante” para sua família e que, a partir daquele momento, o pai decidiu encerrar as atividades por estarem transgredindo a lei do Sábado. E lá, na antiga padaria, começaram as atividades da Igreja Adventista de Ceilândia.
“Essa igreja foi a mãe de várias igrejas que nasceram aqui na região. Eu louvo a Deus por isso e que ela continue sendo uma igreja ganhadora de almas”, concluiu com nostalgia.
Uma jornada de fé e serviço
Estela, membro da Igreja Adventista de Ceilândia, contou que chegou na região no ano de 1978 com toda sua família. “Cheguei aqui e a igreja era um barracão, nossa maior alegria foi quando conseguimos levantar o templo e, quando ele ficou pronto, foi uma grande festa que nós fizemos”, explicou.
Ela lembrou ainda de que, assim que a obra terminou, saíram de quadra em quadra convidando as pessoas e distribuindo panfletos. Atitudes essas que seguem, com a adição da distribuição de livros.
Já Anna Paula e Luzete, cresceram juntas na igreja e relembraram com saudade os momentos que passavam com seus amigos nas igrejas, como acampamentos de Jovens Adventistas, sociais.
Contudo, Andréia Gomes, que conheceu a religião Adventista há 33 anos, deseja apenas servir a Deus em sua Missão como ela puder. “O que eu mais gosto é de ter a fé e crer em um Deus que cuida de nós em todos os momentos. Gosto muito de trabalhar em todas as programações, nem que seja apenas nos bastidores”, disse.
Para Alzemille Militão, que quando chegou ainda não havia igreja construída, há tantas histórias e coisas boas para contar, além das bênçãos de Deus “que foram incríveis em minha vida”.
“Na época, havia apenas um pastor para toda a cidade, entre Taguatinga e Ceilândia. Fui batizada pelo pastor Ari, e honro a Deus pelo seu esforço para cuidar de todas essas igrejas”, destacou.
Transformando vidas
Ivaldo, um dos pioneiros lembrou que caminhavam até as programações de outras igrejas e que todas as igrejas que surgiram depois, vieram da Igreja Adventista de Ceilândia Oeste. “Todas são filhas abençoadas do trabalho duro de levar a missão que começamos aqui, nessa pequena igreja”, ressaltou.
“Nós nos sentávamos em tábuas, que eu mesmo pintei. Logo depois, conseguimos cadeiras e bancos. Compramos o lote e fizemos a igreja como barraco de tábua, pois ainda não tínhamos tijolos”, contou emocionado.
Ele destacou ainda que todos os irmãos cresceram na vida com a ajuda de Deus. “Éramos muito pobres e tínhamos que batalhar muito por cada centavo de alimentação e fidelidade nas ofertas ao nosso Deus”, explicou.
“Desde 1971, quando chegamos aqui, Deus tem nos abençoado muito e cada vez mais. Sinto saudades das serenatas e visitas prolongadas que fazíamos nas casas, e que o primeiro amor de Cristo de outrora possa novamente inundar os Corações dos irmãos hoje, como inunda e inundou em nossos dias passados”, concluiu saudosamente.
Meio século missionário
O pastor Osni Sales teve, em Ceilândia, uma de suas primeiras experiências como edificador e construtor de igreja. “Sou aposentado da profissão de Pastor, e, graças a toda essa experiência, construímos uma igreja no Condomínio Asa Branca, Recanto das Emas”, explicou.
“Deus me honrou de forma inimaginável, ao longo de todo o meu ministério e presença na Igreja Adventista de Ceilândia Oeste”, destacou.
Antônio Onorio, fundador da Igreja Adventista de Ceilândia, faz parte dessa trajetória missionária e destacou os desafios e conquistas de todos esses anos. “Antes de formar a igreja, em 1969, eu e meu irmão de dupla missionária, Rafael, nos unimos para pregar a meditação. Fizemos uma mesa improvisada embaixo num pé de maracujá, para fazermos pregações e multiplicarmos as bênçãos de Deus em nossa região”, contou.
Ele lembra que dois jovens chegaram querendo aprender sobre a Bíblia e “saíram maravilhados”. Eles ofereceram um estudo bíblico, dois dias depois, os jovens retornaram com amigos. Assim foi o início de tudo, que seguiu para um estudo bíblico com a família desses jovens curiosos.
“Sou grato a Deus por tudo o que vivi até hoje, em meus 89 anos”, alegrou-se. “Deus, mesmo que eu seja um pouco tímido, me usou, e com todo o Seu poder e misericórdia, nos fez crescer até as igrejas filhas que saíram da sede de Ceilândia Oeste”, disse.
Ao concluir, ele destacou que espera que Deus o mantenha assim, firme, para que “estejamos todos lá juntos nas mansões celestiais, sabendo que cumprimos a missão que Deus nos confiou”.
Benção e crescimento
Nesse sentido, Evandro, ancião e pioneiro do Ministério Jovem, ressaltou o quão abençoado é por Deus pelo local de fé que receberam. “Eu e a minha esposa, Creuza, junto do meu querido cunhado Ivaldo e todos os nossos amigos pioneiros somos os mais antigos e, realmente, os primeiros na ávida construção dos ministérios de Missão Voluntária, atual Ministério Jovem, Escola Sabatina e tantos outros”, contou.
Entretanto, ele ainda explicou que atualmente, com a experiência dos anos já vividos, percebem a ação de Jesus na construção do Evangelho que parecia impossível para eles. Assim, eles aguardam a volta de Jesus, guardando os mandamentos e na certeza de que encontrarão todos os seus queridos e, com felicidade, viverão para sempre ao lado deles.
Por mais anos de missão
Sofia Winner, de apenas 17 anos, é conselheira do Clube Gênese e adolescente ativa no Ministério de Comunicação e Recepção, ela chegou na região no ano de 2019 com sua avó. “Foi aqui onde decidi me batizar e me entregar ao Ministério de Desbravadores e Comunicação”, lembrou.
“Passei por muitas situações aqui, tanto boas quanto ruins, mas pela graça de Deus, aprendi com todas as situações”, contou Sofia.
Uma nova entrega
Etevaldo, pioneiro que teve seu novo batismo nas águas na celebração de 50 anos da Igreja Adventista de Ceilândia, ressaltou que aguardava por esse momento há quase quatro décadas. “É uma benção, ter a oportunidade e privilégio de ser batizado pelo meu querido pastor Jeová, querido de minha juventude e infância”, disse.
“Que Deus abençoe as novas gerações e que eles possam conhecer o mesmo Deus que guiou nossa história de 50 anos em suas vidas, até a eternidade do Senhor Jesus”, declarou com esperança.