Casamento coletivo é organizado por adventistas em penitenciária de Maringá
Ministério da Prisão, vinculado a Igreja Adventista do Sétimo Dia, organizou cerimônia de casamento coletivo para 18 casais.
Por algumas horas da última sexta-feira (05), um pátio da Casa de Custódia de Maringá (CCM), estabelecimento prisional de segurança máxima, se transformou em um local propício para uma celebração de casamento coletivo. A partir do movimento liderado pela Mãe Ruth – como é conhecida a voluntária – o Ministério da Prisão, da Igreja Adventista, realizou mais uma edição da cerimônia para dezoito casais.
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Desde o tapete vermelho, até a decoração do bolo, cada detalhe foi devidamente preparado para tornar especial a experiência dos noivos, tudo obtido a partir de recursos e doações feitas ao projeto. “É realmente bastante trabalhoso, mas vale a pena. Em cada rostinho, eu vejo na vida destes meninos todos que estão se casando hoje, o reflexo de Jesus. Eu acredito e confio numa nova caminhada ao lado Dele, deixando o passado realmente esquecido”, declara a voluntária Ruth.
O Robson Oliveira e a Franciele Soares já se conhecem há pelo menos 12 anos, e apesar dele estar cumprindo uma pena no momento, isto não o impede de realizar seus sonhos e planejar um futuro ao lado de quem passa, agora, a ser sua esposa. “É um momento glorioso neste dia. Apesar de estar preso, a gente queria estar se casando lá fora, mas com os obstáculos da vida, estamos nos casando aqui. A gente vai vencer essa barreira e continuar essa vida lá fora. Agora, estamos juntos até que a morte nos separe. O sonho continua, os planos, objetivos também e que Deus venha abençoar cada dia mais.”
Para o juiz Fábio Capela, encarregado de realizar o casamento coletivo, a cerimônia de casamento favorece de maneira positiva a trajetória dos encarcerados temporários que buscam, de fato, um caminho diferente. “É sempre significativo participar de um evento como esse que mostra para aqueles que que lhe foram cerceadas a liberdade, ou seja, para aqueles que estão apenados, o vínculo com a família ainda persiste. Isto, para o reeducando, é uma fonte, algo importante para que o estimule a querer estar de volta em sociedade o quanto antes”, ressalta o juiz corregedor de presídios.
Dentro da casa de custódia de Maringá, quase 100 presos já passaram a ser cristãos adventistas pelo Ministério da Prisão, vinculado à Igreja Adventista do Sétimo Dia – fator este importante quando se pensa em uma nova perspectiva de vida.
Fábio Alberto Badaró também se encontra detido e, por meio do trabalho evangelístico feito na prisão, não só aceitou o evangelho, mas se tornou um dos líderes da igreja adventista que se formou dentro da unidade. Ele também se casou no dia da cerimônia e acredita que a escolha também faz parte do desenvolvimento da comunhão espiritual.
“Para que a gente ande certo com Deus, também precisamos ter um relacionamento sadio. Para andar certo não só com a sociedade, mas também com o Pai do Céu. Ele vem transformando a nossa vida dia após dia por meio da evangelização que a nossa “mãe” Ruth e o pastor Éber fazem dentro do cárcere. Quando a gente tem a Deus, a paz que excede todo o entendimento não consegue ser explicada. Só mesmo quem está buscando a Ele consegue sentir o que a gente sente”, conclui.