Casais de Esperança e Evangelibras: projetos que transformam famílias e tornam a igreja mais inclusiva
Em três anos, iniciativas missionárias têm fortalecido relacionamentos, promovido inclusão e mobilizado igrejas locais em toda a América do Sul.

Nos últimos três anos, dois projetos têm impactado famílias e comunidades surdas em toda a América do Sul: Casais de Esperança e Evangelibras. Com uma proposta prática, missionária e inclusiva, ambos têm gerado frutos espirituais, fortalecido lares e ampliado o acesso ao evangelho.
A Agência Adventista Sul-Americana de Notícias conversou com o pastor Alacy Barbosa, diretor do Ministério da Família e do Ministério Adventista das Possibilidades (MAP) da Igreja Adventista na América do Sul para conhecer um pouco mais sobre o crescimento dessas áreas nesse período.
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Em seu relatório, apresentado durante a Comissão Diretiva Plenária, que reúne administradores da Igreja Adventista de oito países da América do Sul para avaliar, planejar e lançar iniciativas que serão postas em prática nas igrejas locais, ele destacou esses dois projetos, que foram a espinha dorsal do Ministério da Família e do MAP, respectivamente, nos últimos anos.
Quais foram os principais aprendizados e frutos colhidos com os projetos Casais de Esperança e Evangelibras?
Com o Casais de Esperança, aprendemos que a melhor forma de fortalecer a família é envolver os casais na missão. Quando uma família trabalha para salvar outra, ela cresce espiritualmente. Também percebemos que o Ministério Adventista das Possibilidades se fortalece quando a igreja é capacitada para acolher e treinar pessoas com necessidades específicas, dando a elas espaço real de participação.
Já o Evangelibras mostrou que os surdos podem ser protagonistas na missão. Como é feito por surdos para surdos, eles se sentem mais à vontade para trazer amigos e estudar a Bíblia em sua própria língua. Já alcançamos 40% das Uniões (regiões administrativas), e o destaque foi em 2021, quando 17 surdos foram batizados.
Como esses projetos têm contribuído para fortalecer os lares e tornar a igreja mais acessível e acolhedora?
Muitos encontros de casais são bonitos, mas momentâneos. Em poucos dias, muitos voltam aos hábitos antigos. O que propomos com o Casais de Esperança é um processo contínuo: o evento marca o início de uma jornada espiritual mais profunda, sustentada pelo estudo da Palavra e pelo discipulado em dupla com outros casais. Esse modelo tem gerado mudanças duradouras e levado ao batismo de amigos e familiares — e já envolve 32% dos distritos pastorais.
A mesma visão de continuidade e protagonismo está presente no Evangelibras, em que o surdo deixa de ser apenas um espectador para se tornar líder. Eles evangelizam e discipulam outros surdos, tudo em Libras. Isso fortalece a missão, promove acessibilidade e torna a igreja mais acolhedora e inclusiva.
Ambas as iniciativas revelam o poder do discipulado ativo e contextualizado — quando cada pessoa, independentemente de sua realidade, é chamada a ser instrumento de esperança.
Quais foram os maiores desafios enfrentados e como vocês conseguiram superá-los?
Enfrentamos a novidade dos projetos, o pouco conhecimento do seu potencial e a falta de materiais próprios. Também havia pouco investimento inicial. Mas, com dedicação e disposição, mostramos que era possível e necessário. Desenvolvemos materiais, treinamos líderes e contamos com o apoio da Igreja Adventista na América do Sul Os primeiros resultados mostraram o quanto esses projetos podem transformar vidas.”
Quais são os próximos passos e sonhos para esses ministérios na América do Sul?
- Fortalecer a liderança leiga nos projetos de família e no Ministério Adventista das Possibilidades.
- Levar o projeto Casais de Esperança para 50% dos distritos pastorais.
- Criar a Escola MAP, focada em formação missionária e inclusão.
- Estabelecer conselheiros voluntários para cada área do MAP em nível de Uniões e Campos (sedes e regiões administrativas da Igreja Adventista).
Esses projetos mostram que, com amor, intencionalidade e preparo, é possível alcançar todos – casais, famílias e pessoas com deficiência – tornando a igreja cada vez mais parecida com o Reino de Deus: inclusivo, acolhedor e cheio de esperança.
Comissão Diretiva Plenária
A Comissão Diretiva Plenária, realizada no primeiro semestre e composta por delegados da Igreja Adventista do Sétimo Dia de oito países da América do Sul, aprova projetos que impactam diretamente os templos locais. Na edição deste ano, também se apresentam relatórios de diferentes áreas que contribuem com a missão da Igreja. A Comissão Diretiva deste ano é a última reunião desse tipo antes da Assembleia da Associação Geral, encontro mundial que reunirá representantes de mais de 200 países em julho de 2025, em St. Louis, nos Estados Unidos. Para conhecer a estrutura administrativa da denominação, clique aqui.
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