Campeão de motocross é batizado durante Semana de Evangelismo
Um acidente, em 2008, transformou a vida de Raymon Belica, que desde os 13 anos sonhava ser piloto da categoria
O motociclista em uma das manobras realizadas durante campeonato de motocross. A paixão por motos começou quando ainda era criança.
Cuiabá, MT… [ASN] O sonho de viver sobre duas rodas começou e se realizou ainda criança. A adrenalina e a emoção do motocross sempre encantaram Raymon Belica, de 27 anos, da cidade de Poconé (a 103 quilômetros de Cuiabá). Em 2003, com apenas 13 anos, demonstrou que as aspirações também eram habilidades. Como não havia categoria mirim, disputou na adulto, com pilotos experientes e motos grandes. Terminou o campeonato com o título de Piloto Revelação.
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A Igreja Adventista do Sétimo Dia começou a fazer parte da vida do jovem ainda mais cedo. Aos 11 anos foi batizado graças à tia e à madrasta que o levavam para as reuniões. “Durante a adolescência, sem ter companhia e por influência de amigos, acabei me afastando”, conta.
O pódio passou a fazer parte da rotina de Belica. Na foto, em primeiro lugar, o piloto é mais uma vez destaque.
Ele foi Piloto Revelação em 2003, campeão em 2006, vice-campeão em 2007 e 2008 e, neste mesmo ano, novamente Piloto Revelação nos campeonatos regionais mato-grossenses de Motocross. “Eu estava muito bem! Era reconhecido em todo o Estado, meu nome estava na mídia, em sites especializados e tinha muitos fãs. Mas não tinha compromisso com Deus. Minha vida pessoal e espiritual estava cada vez pior. Comecei a beber e a brigar por qualquer motivo com amigos e familiares. Cheguei a ficar sem falar com meu irmão por meses”, relembra.
No dia 10 de outubro de 2008, uma sexta-feira, próximo ao horário do pôr do sol, decidiu ir treinar e, pela primeira vez em anos, sozinho. “Sempre levava alguém comigo para me observar porque, caso caísse e me machucasse, podia ser ajudado de alguma forma”, explica. Logo nas primeiras voltas, no maior salto – em uma rampa de 18 metros de comprimento e que lançava a moto a aproximadamente 3,5 metros de altura –, Belica se desequilibrou e caiu de cabeça no chão. Mesmo com o capacete, a gravidade das lesões foi inevitável: traumatismo craniano encefálico.
Recomeço
Dentro da ambulância, teve três paradas cardíacas, e, ao chegar ao hospital, mais uma. O resultado da avaliação dos médicos dizia que as chances de sobrevivência não passavam de 6%. “Mas, após 11 dias em coma e 16 dias internado em uma UTI, acredito que o Médico dos médicos me deu uma segunda chance e permitiu voltar para casa sem nenhuma sequela”, revela.
O jovem conta que sua rápida recuperação surpreendeu até mesmo os especialistas. “Após receber alta médica, lembro que meu pai empurrava minha cadeira de rodas em direção à rampa de saída, quando passamos pela capela do hospital. Eu disse a ele que gostaria de entrar por alguns minutos. Lá chorei muito agradecendo a Deus pela nova vida e oportunidade que Ele estava me dando de recomeçar”, avalia.
Belica foi batizado durante a abertura da semana Em Busca de Esperança
A Bíblia passou a ser sua companhia durante o longo processo de reabilitação. “Lendo a Palavra de Deus, entendi os planos dEle para a minha vida e que Ele estava de braços abertos, me esperando voltar para Sua casa. Me reconciliei com as pessoas e aprendi a dar valor àqueles que estiverem ao meu lado no momento mais difícil da minha vida: minha mãe, pai, irmãos e amigos”, diz.
Atualmente, o atleta é convidado por igrejas de diversas denominações para testemunhar do seu milagre de vida. “Sabe aquela expressão: ‘vaso ruim não quebra’? Hoje sei que Deus, em Seu grande amor por nós, é que oferece oportunidades do vaso ruim se tornar bom,” reflete.
No dia 20 de novembro, em um ato público, ele foi batizado durante a abertura da semana Em Busca de Esperança. Durante este período, as Igrejas Adventistas da América do Sul oferecem estudo da Bíblia para os convidados e amigos. [Equipe ASN, Dayane Nascimento]
