Autazes, AM... [ASN] Levar barraca e colchonete para acampar é algo normal. Agora, alguém já levou sua casa para o local do acampamento? Parece estranho, mas para Ana Maria da Silva é algo normal, uma rotina que acontece há muitos anos. E assim como ela, centenas de pessoas levam sua casa flutuante para o meio da selva amazônica para participar do conhecido “Campal do Fortaleza do Mutuca”, algo que já paz parte do calendário anual dos moradores da região.

Esse acampamento é um dos mais tradicionais da região norte do país e neste ano com a temática: “Por Amor”, celebrou 30 anos de história e reuniu aproximadamente quatro mil pessoas. Alguns levaram dias para chegar outros horas e durante os dias da programação a estadia dos acampantes foi nos flutuantes ou nos barcos. Ana ainda ressalta que todos os anos ela abriga famílias que muitas vezes vem para participar do encontro, mas não tem condições financeiras para alugar um flutuante ou barco para passar os dias. “Esse ano, por exemplo, eu ofereci estadia para um pessoal da cidade de Manaus, esses momentos também servem para fazer novas amizades e fortalecer as que já existem”, sorri.

A programação iniciou com a encenação sobre a história de Elias e sua carruagem de fogo, onde foi ilustrado sobre sua fé e coragem. Na oportunidade o orador oficial do encontro, pastor Osmar Reis frisou sobre a importância do preparo espiritual de cada pessoa, aplicando sobre a vida de Elias. “Se faz necessário acontecer um reavivamento na vida de todos nós. Deus te um plano especial para cada um dos seus filhos, como teve como Elias e o Espírito Santo está nos despertando para os últimos momentos deste mundo”, pontua.

Durante o evento os acampantes participaram de palestras sobre relacionamento familiar, temáticas voltada para o público jovem, para casais e também tiveram treinamentos, na área de Evangelismo, Ministério Jovem da Criança e dos Adolescentes. O líder distrital, pastor Alexandro Rodrigues explica que toda a programação foi preparada para um reavivamento espiritual e também para uma maior capacitação de cada líder local.

 

Como tudo começou

O pastor Natércio Ushôa relembra quando tudo começou. No início as reuniões eram num barracão de palha pequeno e aconteciam a cada três meses em espécie de treinamento e logo na primeira reunião reuniu mais de mil pessoas. “E então depois de alguns anos surgiu a ideia de realizar os encontros em forma de campais e uma vez ao ano. O local foi crescendo e a estrutura aperfeiçoada, foi algo que acabou virando tradição e existe até hoje. Particularmente, estou realizado em participar dessa história”, complementa.

Reis também relembra com saudosismo a época em que realizou seus primeiros encontros no local. Atuava como presidente da sede administrativa para a região e atravessa o rio Mutuca para os treinamentos com os encontristas. Já acampante Ivete Cabral frequenta o Mutuca há 42 anos, desde os encontros trimestrais e comenta que desde aqueles tempos, os encontros já era algo aguardado por todos da região. “Eu lembro que pra mim, era algo muito esperado, meu pai que hoje tem 89 anos sempre trazia toda a família, era o momento de rever os amigos e hoje eu, meu pai e toda a família continuamos participando e agora trago meus filhos e netos, é algo que está sendo passado por gerações”, argumenta. [Equipe ASN, Tatiane Virmes]

 

Confira algumas imagens: