Mogi das Cruzes, SP…[ASN] Desde 2012, as férias de verão da estudante Sonia Herreira são dedicadas ao trabalho. Ela que já é formada em Psicologia, agora busca uma pós-graduação pela Universidad Peruana Unión (UPeU), e por isso veio ao Brasil pela segunda vez para trabalhar com a Colportagem e dessa forma custear os estudos. A cada venda de manual, ela conta que passa diferentes e marcantes experiências.

Dentre os vários contatos e vendas que já teve, um chamou bastante a atenção há duas semanas atrás. O que era para ser uma simples oferta de um manual de saúde, tornou-se uma amizade real e com encontros frequentes.

Durante uma venda em um condomínio em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, Sonia já havia recebido vários nãos, mas ao bater na última porta do prédio, foi recebida por uma senhora muito gentil. Ao entrar na casa, logo começou a falar da proposta da visita, mas foi surpreendida com um desafio: a aposentada era surda.

Pensando em como criar um canal de comunicação eficaz, a universitária peruana começou a escrever em um caderno tudo que ela queria falar, o problema foi que apesar do português já fluente, na escrita Sonia ainda troca algumas palavras pelo espanhol.

“Escrevi tudo queria falar num carderninho velho que ela tinha e para minha surpresa, mesmo escrevendo algumas coisas em espanhol, ela entendeu. Com uma cabeça muito boa, ela conversava comigo normalmente e entendia o que eu escrevia, mas as surpresas não acabaram por aí”, conta a jovem universitária.

Na página certa

A enfermeira aposentada, Inês Castanho, sempre gostou muito de ler e sempre comprou diversos livros sobre os variados assuntos. Hoje com 80 anos e morando sozinha em seu apartamento, a portuguesa de Lisboa sofre com a diverticulite e já passou por uma cirurgia da córnea, contudo mantém uma ótima memória e é independente para as atividades rotineiras.

Após ouvir toda a oferta, D. Inês não se interessou tanto pela capa do livro, mas quis folheá-lo e ao pegar o livro abriu justamente na página que mostra os sintomas e as formas de tratamento natural para a inflamação dos divertículos (pequenas bolsas que se formam no intestino).

“Achei muito bem explicativo a ilustração em como preparar alimentos que amenizam a dor da diverticulite e como percebi o interesse da Sonia em querer vencer na vida, decidi comprar o encarte. Peguei todas as minhas moedinhas, procurei em todas as bolsas e juntei o valor do manual”, conta a senhora.

Sonia ficou emocionado pelo que viu e como D. Inês também se mostrou interessada em conhecer mais do projeto da Igreja Adventista que a estudante participa, a peruana decidiu estender aquela conversa para outros assuntos e de maneira mais frequente.

“Perguntei se ela não queria conhecer mais sobre a Igreja e sobre as verdade bíblicas e como ela se interessou, falei que semanalmente viria a casa dela para estudarmos. Como junto ao livro ‘O poder medicinal dos alimentos’, ela ganhou também ‘O Grande Conflito’, nosso estudo ia ser com base nesta literatura”, ressalta.

Hoje, todas as segundas-feiras à noite, o encontro das duas amigas acontece no apartamento da aposentada para que elas estudem a Bíblia. De maneira encontrada pela peruana, escrever tudo que ela quer dizer e toda a explicação em um pedaço de papel, Sônia diz estar satisfeita não só com a venda, mas com essa relacionamento para mostrar o amor de Deus.

“Ser colportora significa isso, não apenas vender livros sobre Família, Saúde ou bíblicos, mas demonstrar o amor de Deus e ajudar as pessoas no que elas precisam. Ganhei uma ‘avó’ aqui no Brasil e quero me esforçar ao máximo para que ela entenda a Bíblia. Nos próximos sábados vamos juntas a igreja”.

Atrás dos sonhos

Assim como a Sônia, outros 130 estudantes também estão em busca do sonho universitário por meio da Colportagem, que consiste na venda de manuais e assinatura de revistas de conteúdo sobre Saúde, Família, Auto-estima e Bíblicos. Divididos nas cidades de Mogi das Cruzes, Atibaia, Itaquaquecetuba e Guarulhos, eles vendem os manuais tanto na modalidade de porta em porta quanto em palestras nas empresas.

O líder geral da Colportagem na região, pastor Uendeo de Paula, explica que esses campanhas acontecem duas vezes por ano (verão e inverno) a fim de servir como subsídio para eles conseguirem uma bolsa de estudos.

“Cada estudante é desafiado e vender uma quantidade de livros para pagar pelo menos um semestre letivo de curso universitário mais o internato (moradia e alimentação), caso o estudante atinja essa marca, a organização dá ainda mais um desconto (estipêndio) de 25% no curso desejado. Para os alunos que não vão cursar em uma universidade adventista, nós depositamos o valor vendido direto na conta da instituição”, detalha.

A cada ano a Colpotagem leva milhares de estudantes para as universidades graças as campanhas de Férias e ao projeto Sonhando Alto que acontece durante o primeiro e segundo semestre. Em toda a América do Sul no último ano foram contabilizados 49.091 colpotores-evangelistas e estudantes, 13.201.043 livros e revistas vendidos, 12.051.650 famílias visitadas, 1.252.461 estudos bíblicos dados e 67.577 pessoas batizadas.

Para conhecer mais deste programa e se alistar, entre em contato com Jackeline Souza pelo e-mail [email protected] e telefone do pastor Uendeo de Paula (012) 99746-5693. [Equipe ASN, Mairon Hothon]