A advogada Anne Carol Abreu, moradora da cidade de Lauro de Freitas, Bahia, se prepara para viajar para a Austrália, onde vai trabalhar como missionária voluntária. Anne vai se somar a 71 voluntários missionários da Bahia e Sergipe, que atenderam o chamado para servir em terras distantes.

Durante a Comissão Diretiva Plenária da União Leste Brasileira (ULB), sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia para Bahia e Sergipe, nos dias 22 e 23 de maio, o pastor Davi França, secretário executivo para os dois estados, destacou no relatório do Serviço Voluntário Adventista (SVA), que atualmente a ULB conta com missionários voluntários em 5 continentes (América: do Sul, do Norte, Inter América, Europa, Ásia, África e Oceania).

Leia também:

• Bahia e Sergipe se unem no caminho do discipulado

Através deste trabalho missionário, os voluntários do SVA se comprometem a levar a mensagem bíblica onde não existe presença adventista. Segundo Anne, o Serviço Voluntário Adventista é a peça central, o melhor caminho para ser voluntário missionário que a Igreja Adventista hoje oferece.

“Estou um pouco nervosa, afinal é um lugar desconhecido lá no meio da Austrália, em uma cidade pequena. É a primeira vez que eu saio do país e não sei realmente o que me espera, mas estou animada e confiante em Deus que está preparando o caminho e vai me usar da melhor maneira me capacitando para ajudar as pessoas”, disse a advogada. Carol reforça ainda que todo jovem cristão deveria se inscrever na Escola de Missões, seja pela vontade de atuar como voluntário dentro ou fora do país as oportunidades para servir são muitas.

Sob o mesmo ponto de vista, Alexandre, pai de Anne, compartilha sobre a importância de preparar os filhos para a missão. “No primeiro momento ficamos apreensivos com a decisão dela e o fato de ter escolhido um lugar tão longe, afinal ela vai atravessar o mundo. Mas Deus nos permitiu ao longo da formação dela sermos instrumentos para o preparo deste momento. E a missionária que Ele preparou todos esses anos está pronta para servir.  Aqui ficamos em oração”, reflete.

Oportunidade para todos

Atualmente o SVA conta com voluntários missionários servindo em diversos lugares pelo mundo. Mas, segundo o pastor Francesco Marquina, coordenador da agência de voluntariado para os dois estados, nem sempre foi assim. Durante 9 anos, a Bahia e Sergipe enviaram em torno de 20 voluntários por ano. O crescimento no número de jovens missionários mostra um grande desenvolvimento na área do voluntariado e a conscientização de que é preciso sair e fazer discípulos. “Estamos criando expectativa em outros jovens para se preparem melhor para faculdade, aprender inglês para ter mais opções de sair e viajar para qualquer lugar do mundo”. 

Francesco enfatiza que, eventualmente, no processo de adaptação é comum os voluntários encontrarem alguma dificuldade, seja com questões culturais ou com a alimentação. De acordo com Marquina, é fundamental se preparar através da Escola de Missões, isso facilitará o desenvolvimento do trabalho missionário. 

“É interessante que isso é possível agora; ir para qualquer lugar do mundo, por isso fazemos o convite para cada jovem participar da Escola de Missões, estudar línguas, especialmente o inglês, e decidir ir. Deus vai abrir as portas necessárias para falar de Jesus para todas as pessoas, além de incrementar a fé e a vida espiritual de cada voluntário”, disse.

Mission Refocus e Mission Trip 

A Igreja Adventista de maneira global se preocupa e conscientiza seus membros de que existe ainda uma grande porção do planeta que precisa de alguém que leve a mensagem bíblica. A sede administrativa da Igreja Adventista na Bahia e Sergipe está investindo recursos e capacitações para áreas mais necessitadas e enviando missionários voluntários desde a igreja local até a área educacional com as 29 unidades nos dois estados.

Do mesmo modo, as sedes regionais enviarão jovens para participar da missão, conforme detalha Wilian Ferreira, diretor financeiro da Igreja Adventista para baianos e sergipanos: “O projeto dura 5 anos, nosso foco é que a igreja se envolva na missão de levar o evangelho para todo mundo. O mundo é o nosso campo de trabalho missionário, por isso estamos investindo recursos para essa missão.”

Para o pastor Davi França, envolver instituições, sedes administrativas, as sedes regionais e a igreja local em áreas com a presença de poucos cristãos ou ainda sem presença de adventistas, é fundamental para que os desafios sejam vencidos.

“A Igreja Adventista em nível mundial está ajustando o seu foco missionário. O projeto Mission Refocus propõe que as regiões com melhor estrutura apoiem os campos mais desafiadores, quer estejam na Janela 10/40 (grupo de países em que o cristianismo é proibido), na Janela Urbana (grandes cidades com grande secularização) ou na Janela Pós-Cristã (países que não creem no cristianismo), com o envio de voluntários, missionários e recursos. A sede sul-americana da Igreja Adventista vai apoiar três países do sudeste asiático, cuja população somada ultrapassa 500 milhões de habitantes, e a igreja tem cerca de 250 mil membros, o que significa cerca de 2 mil pessoas por membro. Na Bahia e Sergipe, essa relação é de 78 pessoas por membro. Por isso, vamos nos unir e apoiar com o envio e manutenção de voluntários e missionários nesses países”, explicou França. 

Como parte do Mission Refocus, a administração da Igreja Adventista nos dois estados nordestinos escolheu a o Chile para apoiar em seus desafios missionários, principalmente na região metropolitana de Santiago, capital do país. No mês de junho, dez voluntários serão enviados. Em dezembro, acontece a Mission Trip (uma viagem missionária) com participantes de toda a região, 60 pessoas entre líderes administrativos, líderes do Ministério do Adolescente e adolescentes partirão nessa empreitada. 

Em 2024, ocorre uma Mission Trip em que os colaboradores baianos e sergipanos farão um evangelismo. “Cremos que com o Mission Refocus, veremos o cumprimento de Apocalipse 18:1, o cumprimento da missão em todo o mundo”, completou França.