Lauro de Freitas, BA ...[ASN] Lágrimas escorrem pelo rosto da educadora de 71 anos. “Parece que a gente vive em um tempo onde não encontra mais tempo em família para apoiar uns aos outros, e nossos filhos estão crescendo neste contexto”, lamenta. A cena comove pelo seguinte: estamos diante de uma mulher com experiência suficiente para ter visto e ouvido bastante sobre o envolvimento de crianças com o caminho que leva a Deus, mas que não tem medo de continuar mostrando emoção ao falar sobre o propósito de salvação para o universo infantil. Hulda Cyrelli de Souza, graduada em Letras, especialista em Metodologia de Ensino e em Literaturas de Língua Portuguesa, com mestrado em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é idealizadora do projeto Reparando Brechas; mais que uma promotora de campanha de mobilização devocional, porém, ela demonstra viver e respirar um sincero interesse em salvar crianças para o Reino Eterno.

Nos dias 28 a 30 de agosto, a educadora esteve em Lauro de Freitas, BA, para falar para representantes de mais de 200 mil adventistas do sétimo dia da Bahia e de Sergipe sobre o projeto Reparando Brechas, durante o Concílio de Administradores e Líderes de Departamentos da União Leste Brasileira, sede adventista para os dois estados. Hulda apresentou a cartilha Reparando Brechas, base da campanha, que orienta os pais a acompanharem o estudo da Bíblia com os filhos, por meio do culto familiar, em cada fase da vida da criança.

Segundo Hulda, a ideia da cartilha surgiu quando ela foi convidada para ser coordenadora do Ministério da Criança da igreja central de Curitiba, PR, em 2010. Solicitada a preparar um material para orientar melhor as crianças na adoração a Deus, ela idealizou o projeto Reparando Brechas. “É um projeto para fortalecer os cultos familiares nos lares, expandido para todas as igrejas, e depois das igrejas para as famílias”, disse Rosecler Queiroz, líder do Ministério da Criança e do Adolescente para Bahia e Sergipe, que promoveu o encontro, em parceria com Marco Góes, líder do Ministério da Família. Durante o concílio, um dia inteiro do evento foi dedicado ao conhecimento do material e planejamento da campanha nas igrejas. “A ideia é manter essa comunhão com Deus, com a família completa, ensinar os pequenos para ter comunhão com Deus todos os dias para se desenvolver através dos exemplos dos pais também, por meio do culto familiar”, disse Rose. Uma casinha, produzida de forma que acenderá nos horários dos cultos, foi criada para ajudar a simbolizar e expressar a importância do tempo da adoração. Os materiais podem ser adquiridos por meio do pastor de sua congregação.

Fragmentação - As líderes demonstraram preocupação com o tempo fragmentado com que as famílias vivem atualmente, sem muito espaço para a adoração. “Estamos vivendo uma tempo em que as famílias estão envolvidas com a cultura atual. As mães estão envolvidas como motoristas dos filhos para balé, natação, inglês, e chega o final do dia, aquele momento para se reunir como família, um apoiar o outro, estudar a palavra de Deus, não há mais espaço quando chega a noite para interagir em família”, disse. E lamentou: “É uma televisão em cada quarto, um tablet em cada mão, estamos vivendo mesmo uma cultura muito secularizada. Mesmo que a gente diga crer na Palavra de Deus e que Jesus vai voltar, parece que a gente não está bem sintonizado com isso no dia a dia”. Rose vai mais além e alerta pela salvação dos filhos. “O que vamos levar pro céu? Nossos filhos. Precisamos separar um tempo para estudar a lição com nossos filhos. E o culto vai aproximar os membros da família. Quando nos aproximamos de Deus, nos aproximaremos uns dos outros”, afirmou. (Equipe ASN, Heron Santana)

Assista vídeo com entrevista de Hulda e Rosecler:

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