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Artesanato: terapia e fonte de renda na pandemia

Conheça Telma, artesã e professora voluntária de projeto da ADRA


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Telma aprendeu a pintar tecidos e a fazer bonecas na Casa de Lió. Hoje ela também é voluntária no projeto, atuando como professora do curso de costura. (Imagem: reprodução)

Dia 19 de março é o dia do artesão, dia da Telma e de mais 8 milhões de brasileiros que exercem essa profissão. Telma Palmeira tem 65 anos, mora em Itabuna, no sul da Bahia, e é artesã desde 2000. Ela costura, confecciona bonecas e pinta tecidos.

Sua história de paixão em fazer arte surgiu para ocupar o tempo, enquanto seus filhos estavam na escola, mas a possibilidade de ganhar uma renda extra também foi um atrativo para ela. “Eu queria independência financeira. Comecei com o artesanato, depois senti a necessidade de costurar porque alguns trabalhos dependem da máquina, aí eu associei o artesanato à costura”, contou.

Telma desenvolveu suas habilidades manuais através de cursos. Os primeiros foram em uma escola profissionalizante do município, depois estudou gratuitamente na Casa de Lió, projeto desenvolvido pela ADRA - Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais -, que fica próximo à sua casa. Lá, aprendeu a confeccionar bonecas e pintar tecidos. “Vivenciando dentro da Casa de Lió, fui bem acolhida e senti o desejo de ser voluntária porque eu não queria ficar só pra mim o que eu aprendi”, relatou Telma. Como voluntária para ensinar a costurar peças íntimas, ela realizou um dos seus sonhos. “Na minha vida eu queria muito ser professora. Meu sonho era ser professora e chegou a minha oportunidade. Eu passei a ser aluna e voluntária. Foi uma honra”, disse feliz.

Telma com uma de suas alunas da Casa de Lió, antes da pandemia. (Imagem: reprodução)

Artesanato: uma terapia na pandemia

Quando a pandemia começou, as aulas na Casa de Lió foram interrompidas e o trabalho de Telma ganhou mais um significado para sua vida. “A quantidade de trabalho diminuiu, a renda caiu, mas o artesanato não deixou de ser uma grande terapia. Eu continuei confeccionando e fugi dos pensamentos ruins. O artesanato me livrou da tristeza, da ansiedade e até de uma depressão”, relatou.

Além das peças que ela já produzia em seu ateliê, Telma passou a costurar máscaras também, aumentando sua cartela de produtos. “Pra mim, o artesanato é uma fonte de renda muito boa, à parte. Eu gosto, traz renda e diversão!”

Carla Pitta, coordenadora da Casa de Lió, comentou sobre os resultados positivos do projeto. “Nessa pandemia, a maior parte dos nossos alunos está trabalhando em casa, usando o que aprendeu no projeto, praticando e vendendo os produtos. Essa renda ajuda no sustento em um momento tão delicado como esse. Como representante do projeto, é uma satisfação tremenda ver o quanto este trabalho é importante”, concluiu.

A Casa de Lió já ofereceu dezenas de cursos gratuitos, tanto de artesanato como de outras habilidades, com o intuito de ajudar pessoas da comunidade a terem opções para geração de renda. Mais de dois mil alunos foram atendidos nos cinco anos de funcionamento do projeto. O retorno das aulas está condicionado às circunstâncias relacionadas à pandemia.