Em janeiro do ano de 2020 várias cidades do leste de Minas Gerais foram afetadas por fortes enchentes. Uma delas, o município de Raul Soares, sofreu com a queda da barragem da represa da cidade. Muitas pessoas perderam suas casas e pertences durante o incidente. Maria Sonia Mendes, dona de casa de 53 anos, se viu nesta situação, mas encontrou em sua fé o refúgio que procurava.

O rio Matipó corta o município de Raul Soares, que fica a aproximadamente 230km da capital Belo Horizonte. Ele passa logo no quintal da casa de Maria Sônia. Depois de fortes chuvas, a barragem da represa se rompeu logo cedo, no domingo dia 26 de janeiro de 2020, e o volume de água aumentou rapidamente. Maria Sônia comenta ter visto o rio subir. “Não deu tempo de tirar as coisas. A água foi só enchendo, até que encheu a casa até em cima. Foi quase no telhado”, afirma. A enxurrada também veio pela rua, deixando sua a casa encurralada, entre o rio e a enchente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A casa não foi completamente destruída durante a enchente, porém sofreu diversas rachaduras. E por ser uma construção antiga, com mais de 100 anos, a defesa civil interditou o local devido ao perigo de desabamento.

O filho de Maria Sônia, Wagner Pires, de 22 anos, iria se casar. Estava planejando construir uma pequena casa para ele e sua noiva: “Nos últimos dias antes da enchente a gente já estava na fase final. Tínhamos acabado de colocar o piso na sexta feira. E no sábado a enchente veio e levou tudo”. Tudo o que tinham comprado para o casamento, e os pertences de uma vida inteira, foram levados pela enchente naquele dia.

A família se encontrou em uma situação muito difícil. Sem moradia para passar a noite, e apenas com a roupa do corpo, foram socorridos pela família. Nesse momento de muita tristeza, sua irmã Luzia de Fátima Mendes, professora de 48 anos, entrou em ação. “A minha irmã me ligou e falou assim: fica triste não, que nós vamos fazer uma casa pra você”, lembra Maria com lágrimas nos olhos. Luzia de Fátima se ajoelhou no quarto naquele momento, orou e pediu a Deus que lhe desse discernimento e as abençoasse para que uma nova casa pudesse ser construída.

Sem ter um centavo no bolso, Maria Sonia assistiu Deus agir. Doações começaram a surgir, até mesmo de outros países. Familiares, amigos e conhecidos foram ajudando com o pouco que tinham. Muitas vezes Maria Sônia ligava para a irmã chorando porque estava sem dinheiro suficiente para continuar. Sua irmã, porém, sempre a animava: “enquanto a gente dorme Deus cuida da gente”, comenta Fátima. “Vamos dormir, e na hora certa vai aparecer [o dinheiro para continuar a construção]”.

Pouco a pouco a casa foi sendo construída. Se passaram cerca de dez meses, desde a enchente, até a inauguração da nova casa. Para Maria Sônia, foi Deus que construiu sua casa, através de um milagre. “Eu tinha tanta fé, que tinha a sensação de que se eu levantasse a mão, alcançaria o braço de Deus”, declara com um bonito sorriso no rosto. “É uma casa de bençãos”.

 

 

Maria Sônia e seu marido, recém batizado, chamaram o pastor de sua igreja em Raul Soares para consagrar sua casinha a Deus.  Ela afirma que essa casa, a casa que Deus ajudou a construir, foi um grande presente de Deus. Muito feliz, a família conta que nada sobrou das doações, porém nada faltou também. “Deus é inexplicável por que de onde a gente não imagina que vai ser possível, Deus faz acontecer”, declara Wagner.