Angolanos vêm ao Sul do Brasil conhecer projetos evangelísticos
Parceria com o Brasil tem contribuído para o avanço da Igreja em diversas regiões africanas.
Governador Celso Ramos, SC... [ASN] Eles cruzaram o Atlântico, saindo de Angola com destino ao Sul do Brasil. O motivo que levou o grupo de africanos a percorrer toda essa distância é um intercâmbio com a Igreja Adventista nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Por meio dessa parceria, o Brasil tem contribuído com o avanço da Igreja em diversas regiões africanas. Na visita, os administradores e pastores de escritórios adventistas participaram da reunião de planejamento da União Sul-Brasileira (escritório sede da Igreja para o Sul do país), que aconteceu entre 25 e 28 de agosto no Centro Adventista de Treinamento e Recreação (Catre), em Governador Celso Ramos (SC).
Quem coordenou a vinda do grupo foi o brasileiro Gilberto Carlos Araújo, que administra o escritório da Igreja Adventista que engloba países do Sul do continente africano e das ilhas do Oceano Índico (Divisão da África Austral e do Oceano Índico). Segundo o pastor, “há um contexto social, político e econômico em Angola muito favorável ao crescimento da Igreja e, devido a essa janela que Deus abriu, estamos no Brasil para aprender e conhecer projetos, estratégias e ideias de materiais que podem ser adaptados para a nossa realidade”, ressalta.
O pastor Manoel Pacheco preside a Igreja Adventista na região Sudoeste de Angola. Ele conta que o grupo está absorvendo experiência num país cuja cultura e história se assemelha muito ao do país africano. “Falamos a mesma língua, passamos por séculos de escravidão e por estas e outras semelhanças culturais podemos aproveitar muitos projetos evangelísticos brasileiros em território africano”, acredita.
Um destes projetos que despertaram a atenção dos visitantes é o de distribuição de livros missionários. Neste ano, pela primeira vez, a população angolana recebeu dois milhões de exemplares da obra “A Grande Esperança”.
Outra iniciativa que também terá desdobramentos em Angola deve ser o programa de discipulado que a Igreja Adventista desenvolve na América do Sul. O objetivo é não apenas alcançar novos membros, mas fidelizá-los e envolvê-los na missão de evangelizar.
Ele também destaca que a vinda ao Brasil chamou a atenção do grupo para a necessidade de um trabalho mais forte com adolescentes. “Esta é uma idade sensível e que não podemos perder de vista, mas, infelizmente, por vezes há uma lacuna, pois geralmente temos projetos que atendem crianças e jovens, mas não os adolescentes. Aqui no Brasil vimos que existe, inclusive, um departamento específico para atender esta faixa etária”, explica Manoel Pacheco.
Novidades
Entre as novidades apresentadas pela União Sul-Brasileira para o ano que vem está um programa evangelístico chamado “Cada um salvando um”. Além de continuar avançando no número de membros e de conservá-los na igreja, a proposta é também ampliar por meio deste projeto o percentual de pessoas envolvidas na missão da Igreja. “Há um grupo de pessoas que ainda não está envolvido em salvar alguém. Por isso, nós temos diversas ações para identificar estes membros, descobrir qual o dom que possuem, treiná-los e ajudá-los a transformar seus dons em ministérios”, explica o pastor Marlinton Lopes, presidente da Igreja Adventista para o Sul do país. Esse programa será desenvolvido com base em três áreas estruturais da Igreja Adventista na atualidade: a comunhão (estudo diário da Bíblia e da Lição da Escola Sabatina), o relacionamento (interno por meio de Pequenos Grupos e externo através de ações relevantes para a sociedade) e a missão.
Missão histórica
Lembrando a missão que a Igreja Adventista começou no final do século 19, os participantes do evento também conferiram neste ano um documentário especial, apresentado pela primeira vez ao público. A produção, desenvolvida na União Sul-Brasileira, conta a história da chegada do adventismo ao Brasil e como o evangelho se propagou das colônias alemãs do Sul do Brasil para o restante do país. Uma história repleta de desafios, aventura e milagres. Uma trajetória de "Homens de Fé", como diz o próprio nome do filme, que deve incentivar as pessoas a conhecerem mais sobre suas origens, reforçando sua identidade e senso de missão. [Equipe ASN – Marcio Tonetti]