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Amizade com costureira leva ex-pastor ao batismo

Ao receber material de sua vizinha, o ex-pastor teve uma percepção diferente do cristianismo e tomou decisão do batismo na Igreja Adventista


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Segundo Homero, os materiais entregues por Marli Wichinheski e os estudos bíblicos do pastor Ederson Jacinto foram fundamentais para sua decisão.

Segundo Homero, os materiais entregues por Marli Wichinheski e os estudos bíblicos do pastor Ederson Jacinto foram fundamentais para sua decisão.

Santo Augusto, RS... [ASN] Água aquecida no tanque batismal, decoração pronta e fiéis cantando músicas religiosas com disposição para ouvir a mensagem cristã que seria apresentada no templo. Sob um olhar comum este seria apenas mais um culto que os adventistas do sétimo dia rotineiramente têm feito nas noites frias do inverno de Santo Augusto, noroeste do Rio Grande do Sul. No entanto, o batismo simultâneo de três pessoas da mesma família ajudou a quebrar paradigmas e mostrou que as mudanças de vida provocadas pelo contato maior com Deus e com a Bíblia realmente leva pessoa de todas as denominações religiosas a conhecer novos ensinos.

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Isso ficou claro para as pessoas que estavam presentes porque naquela noite. Homero Gaertner Neto, ex-pastor e pregador evangélico no Rio Grande do Sul, juntamente com sua esposa Alessandra Pinheiro Gaertner e sua filha Sara Pinheiro Gaertner, decidiu participar da cerimônia pública de entrega e se tornar oficialmente fiel da Igreja Adventista do Sétimo Dia. No entanto, para chegar ao dia de oficialização da decisão o processo foi um pouco longo e permeado de conflitos pessoais. “Meu primeiro contato com os adventistas aconteceu quando eu liderava uma igreja evangélica em Guaporé, na serra gaúcha. Na época, recebi um conjunto de materiais de um amigo adventista, que antes também havia trabalhado como pastor evangélico e tinha se desligado daquela denominação para ser fiel adventista. Eram livros e revistas que apresentavam o estilo de vida dos adventistas do sétimo dia”, conta.

No entanto, a primeira impressão de Neto com os livros adventistas não foi das melhores. “Fanatismo foi a primeira palavra que veio em minha mente assim tive contato com aqueles materiais”, alega. Ele explica que essa impressão negativa veio do conceito que ele tinha de que os adventistas estavam errados por seguirem recomendações que estão presentes nos primeiros livros da Bíblia, como o descanso no sábado e a abstenção de certos alimentos, ignorados por quase totalidade do mundo cristão. “Eu acreditava na ideia de que essas leis referentes à conduta moral também haviam, juntamente com as regras cerimoniais, sido abolidas após a morte de Cristo na cruz. Portanto, os adventistas seguirem essas regras morais para mim era errado”, pontua.

A decisão tomada por Homeor foi em conjunto com sua esposa e filha. Elas, inclusive, também participaram da cerimônia pública.

A decisão tomada por Homero foi em conjunto com sua esposa e filha. Elas, inclusive, também participaram da cerimônia pública.

Apesar do preconceito, a semente para uma nova percepção religiosa já estava plantada. “Aquele material me mostrou conceitos que pra mim eram novos, mas que faziam sentido e que antes eu desaprovava. O ponto chave foi quando eu li sobre as mulheres que foram ao sepulcro de Jesus no domingo para levar perfumes. Foi aí que eu pensei ‘se a regra de descanso no sábado tivesse sido verdadeiramente abolida, essas mulheres teriam levado os perfumes e limpado o túmulo no sábado, em vez de esperar o dia passar para ir no domingo’. Ou seja, elas não levaram no sétimo dia porque elas ainda respeitavam o dia de descanso”, argumenta. Ele explica que nessa época em que começaram os questionamentos doutrinários a família precisou se mudar para a cidade de Santo Augusto. No entanto, o que ele não sabia é que essa mudança seria o ponto da virada em sua vida.

Ponto da virada

Isso porque a igreja que ele passou a liderar em Santo Augusto ficava ao lado de um centro de costura e conserto de roupas, local de trabalho de Maria Marli Wichinheski, uma senhora adventista do sétimo dia. “Comecei a contratar os serviços dela e, à medida com que fomos construindo uma amizade com a irmã Marli, ela começou a me dar alguns materiais da Igreja. Foi aí que voltou à tona tudo aquilo que eu havia lido quando era pastor lá em Guaporé. Ela começou a me trazer DVDs dos pastores Luís Gonçalves e Alejandro Bullón, além de livros como O Grande Conflito e Tempo de Esperança”, conta. Além dos materiais entregues por Marli, ela também os envolveu com os demais fiéis da igreja ao promover um verdadeiro ciclo de amizade entre a família Gaertner e os adventistas da cidade.

Nesse tempo, Homero Gaertner já estava bastante convencido da veracidade de tudo aquilo que os adventistas acreditavam. No entanto, o que convenceu de vez foi um pequeno detalhe que não está tão ligado com as diferenças doutrinárias. “Foi então que, incentivado pela irmã Marli, comecei a receber visitas do pastor Ederson Jacinto, líder da Igreja aqui em Santo Augusto. Isso me deixou muito impressionado pois eu senti uma humildade da parte dele em me trazer os estudos bíblicos, sentar comigo no escritório da igreja que eu trabalhava e ajudar a abrir a minha mente. Foi aí que eu percebi que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma família. Foi aí que eu notei que estava recebendo o carinho de todos, desde o pastor até o fiel mais simples dessa igreja”, afirma apontando para o pequeno templo adventista de Santo Augusto.

Essa impressão positiva causada pela preocupação que os fiéis tiveram com Homero e sua família ficou marcada na mente dele. Durante todo o culto, enquanto compartilhava sua história com os presentes, ele dava uma forte ênfase nesse aspecto e a apontava como a motivação final para participar da cerimônia pública de entrega. “A igreja é uma unidade, uma união. Eu e minha família procuramos por isso durante muito tempo, mas só fomos encontrar aqui neste lugar”, confessa apontando para o grupo de fiéis de Santo Augusto que, apesar de pequeno, foi capaz de impressionar a mente e provocar uma mudança de vida até mesmo em um líder religioso. [Equipe ASN, Douglas Pessoa]