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Junho Verde: Alunos produzem embalagens biodegradáveis para mudas

Projeto do Colégio Adventista de Lauro de Freitas faz parte da campanha no mês da sustentabilidade e inclui produção de repelente caseiro contra dengue.


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Durante a feira interdisciplinar, os alunos distribuiram aos visitantes cerca de 500 exemplares das embalagens produzidas e com mudas pré-plantadas. (Foto: Pedro Araújo)

Segundo a campanha “Junho Verde”, desenvolvida pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, este é um mês dedicado a ações que incentivem a conscientização sobre os cuidados com o meio ambiente e sua preservação. Mas, para os alunos do Colégio Adventista de Lauro de Freitas, na Bahia, essa conscientização já está dando frutos.

Durante uma feira de ciências, que aconteceu no dia 9 de junho, eles puderam apresentar diversos projetos voltados para a sustentabilidade, como a produção de embalagens biodegradáveis para mudas, de repelente caseiro contra a dengue e muito mais.

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“Passado Biodegradável, Futuro Sustentável”

É comum não se preocupar para onde vai o seu lixo depois que sai da sua casa, mas a nova geração não pode se dar a esse luxo. Hoje, mais do que nunca, é essencial aprender desde cedo a importância da reciclagem e do descarte correto dos resíduos. Pensando nisso, o projeto “Passado Biodegradável, Futuro Sustentável”, promovido pelo colégio, foi além dos ensinos em sala de aula.

Os alunos não só aprenderam o passo a passo da reciclagem, como também colocaram a mão na massa na produção de embalagens biodegradáveis para mudas, como explica a aluna Maura Rocha, do 8º ano. "Primeiro, a gente foi em cada sala de aula e recolhemos os copos, os papeis, materiais que eram descartados. Depois, separamos o papel picotado e deixamos na água por 3 dias para soltar a fibra. Só então misturamos com terra para fazer a massa e moldar as embalagens nos copos reciclados. Depois de 4 dias para solidificar o recipiente, é quando colocamos o adubo e a semente", compartilha.

Um dos benefícios dessa embalagem sustentável é sua breve durabilidade, permitindo que as raízes da planta encontrem espaço ainda nos primeiros estágios de crescimento. (Foto: Pedro Araújo)

Plantando o futuro

Vitor França, aluno de 13 anos, conta como o projeto abriu seus olhos para novas perspectivas. "Eu acho interessante que, às vezes, a planta vive mais que a gente. E um dos benefícios dessa embalagem é que, diferente do plástico que pode levar décadas para se decompor, esse molde biodegradável se decompõe em menos de um mês. Isso permite que as raízes da planta cresçam sem ficarem atrofiadas e durem mais tempo", relata.

De acordo com Ranise Pollheim, professora e coordenadora do projeto, a iniciativa surgiu ao se deparar, diariamente, com os materiais descartados após as aulas. "O objetivo do projeto foi reutilizar todos os papéis que eram jogados fora em sala de aula e darmos uma nova finalidade para eles. Foi aí que surgiu a ideia de uma embalagem biodegradável para mudas", explica. A professora ainda ressaltou que as embalagens de plástico para mudas levam décadas para se decompor, enquanto a biodegradável já inicia seu processo de decomposição a partir de 25 dias.

Ao todo, foram estabelecidos 27 pontos de coletas pelo colégio e cerca de 500 embalagens foram produzidas e distribuídas para pais e visitantes durante a feira.

Todo material utilizado na confecção da embalagem sustentável veio da reciclagem, inclusive a água do ar-condicionado. (Foto: Pedro Araújo)

Somado às embalagens, eles também desenvolveram um repelente caseiro para combater o mosquito da dengue. Esse é um produto que pode ser facilmente reproduzido em casa com baixo custo e ingredientes orgânicos, à base de cravo e álcool. Além disso, outro projeto combinado a esse foi a utilização desse repelente em odorizadores de ambiente, dispersando o produto dentro de casa.

Os alunos também distribuiram exemplares do repelente orgânico à comunidade, assim como uma receita para reprodução em casa. (Foto: Pedro Araújo)

"Se nada mudar, poluição dobrará em 2030"

Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil é o quarto país que mais consome plástico no mundo, reciclando apenas 1,28% das milhares de toneladas que produz anualmente. Assim, um alerta: um relatório feito em 2019 pelo World Wildlife Fund (WWF), ou Fundo Mundial da natureza, pesquisadores alertaram que, se continuasse nesse ritmo, a estimativa é de que a poluição nos oceanos dobraria até o ano de 2030.

Diante desse cenário, a professora Ranise ainda afirma que "nós, como Educação Adventista, acreditamos que pequenas atitudes podem fazer a diferença. É preciso preservar, é preciso cuidar porque as futuras gerações vão colher o que estamos plantando hoje".

"As futuras gerações vão colher o que estamos plantando hoje", destaca a professora. (Foto: Pedro Araújo)