O Lar Lygia Hans é uma instituição da igreja adventista que existe há mais 17 anos no Mato Grosso do Sul e atende crianças vítimas da violência e do abandono.

E no último mês a instituição recebeu um presente muito especial. Isso porque, um projeto de educação financeira do Colégio Adventista Campo-Grandense, o CAC, mobilizou 320 alunos de 7 e 8 anos para doar economias e realizar o sonho das crianças que vivem no local.

Atualmente a casa-lar atende 10 crianças vítimas da desestrutura familiar e segundo conta Quezia Marques, coordenadora pedagógica do CAC, a iniciativa dos alunos devolveu sorrisos que há muito tempo estavam tímidos. “Conversando com a equipe que administra o local a gente percebeu que o sonho dessas crianças era ter um parquinho para fazer aquilo que eles mais gostam: brincar. Então, levamos a proposta para os nossos alunos e eles se encantaram juntamente com os pais e foi aí que decidimos que seria retirado um pequeno valor do cofre que eles já vinham trabalhando ao longo de todo o ano no projeto de educação financeira da escola e, assim, somando forças, a gente pode dar esse presente a essas crianças tão especiais”, explica.

E foi ressaltando esse espírito de solidariedade que 320 crianças se esforçaram e colaboraram com um 2018 mais feliz para quem tanto precisa. “Os brinquedos são muito legais e as crianças ficaram muito felizes quando receberam o parquinho”, comenta, sem esconder o sorriso de gratidão, a pequena integrante do Lar, C.B., de 6 anos.

Uma lição sobre valores

Um novo playground completamente reestruturado, colorido, amplo e com muitos brinquedos foi posto no jardim do lar e é hoje o ponto de encontro favorito dos pequenos integrantes da instituição.

De acordo com Giovani Butarelli, diretor do CAC, o principal objetivo desse projeto de educação financeira é ensinar aos alunos o valor do ato de compartilhar. “Um dos marcos da Educação Adventista é justamente trabalhar valores com os nossos alunos. Somos um colégio cristão, mas somos uma escola particular, então, a maioria dos nossos alunos têm uma condição financeira privilegiada. Por isso, trabalhar o amor ao próximo, ou seja, tirar um pouquinho de si para dividir com quem não tem é a escola ensinando o que Cristo ensinou quando veio à terra”, pontua.

E para a aluna Júlia Coimbra, de 8 anos, a gratidão por doar é tão grande quanto a de quem recebe. “Doando pra elas (crianças) a gente dá o que não precisa para pessoas que realmente precisam e com isso eu fico feliz”, afirma.

Quando questionado sobre o que o levou a doar parte de suas economias para o projeto, o pequeno Heyder Bartz Filho, de 7 anos, é enfático. “A gente quer ver as crianças felizes”, garante.

Já o aluno Vinicius Ribeiro, de 7 anos, acredita que felicidade compartilhada é sempre melhor. “A gente tem que ser feliz, mas as outras pessoas também precisam ser felizes e com esse presente todas as crianças desse orfanato (sic) estão sorrindo”, comemora.

E esse presente, além de distribuir sorrisos, também é um grande aliado ao desenvolvimento emocional dos pequenos moradores do Lar, como explica a psicopedagoga da instituição, Priscila Bauermeister. “A gente costuma trabalhar com eles lições através do lúdico, que trata justamente do “brincar” e, com isso, a criança desenvolve a autoestima e, consequentemente, se sente mais segura para se relacionar com o outro”, conclui. [Equipe ASN, Rebeca Silvestrin/Fotos: Cleiton Prado]