Aluna encontra apoio na comunidade escolar para lidar com síndrome rara
Adolescente encontrou não apenas um ambiente de aprendizado, mas também uma comunidade solidária que mudaria sua vida
Desde os seus seis anos de idade, Alexia Garcia enfrenta desafios únicos devido à Síndrome de Rokitansky, uma condição rara que afeta cerca de uma em cada cinco mil mulheres, segundo artigo da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Essa síndrome se caracteriza pela ausência ou desenvolvimento insuficiente de alguns órgãos internos.
Para Tamara Garcia, mãe de Alexia, a notícia foi um choque. Inicialmente desconhecida para ela, a síndrome exigiu uma jornada de consultas médicas e um processo de adaptação emocional para toda a família. “Por causa dessa doença, eu a achava muito triste. Ela ficava retraída, mais na dela, não se misturava. Eu falava: 'filha, vai lá com as amigas', e ela não queria”, relata a mãe.
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Alexia enfrentava um turbilhão de emoções, o que a levou a um estado depressivo. Ela se tornou mais reservada, distante e lutava para lidar com a nova realidade que enfrentava, mesmo sendo tão jovem.
Surge uma esperança no Colégio Adventista do Partenon
Seus pais decidiram matriculá-la no Colégio Adventista do Partenon, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, porque o pai da adolescente, Alexsander Garcia, havia estudado ali e queria que a filha criasse boas memórias em um lugar especial para ele. Alexia encontrou não apenas um ambiente de aprendizado, mas também uma comunidade solidária que mudaria sua vida.
No Colégio Adventista do Partenon, Alexia se envolveu ativamente na comunidade Bless, uma iniciativa que reúne estudantes do sexto ano ao ensino médio. Esse grupo se encontra regularmente para se engajar em ações de benefício à comunidade local, além de explorar o crescimento espiritual através do estudo da Bíblia e de Jesus.
A chegada do pastor Matheus Ferreira foi um ponto crucial, incentivando a criação de laços fortes de amizade e apoio mútuo entre os alunos, independentemente das suas diferenças.
“Esse projeto é muito importante porque potencializa e abre espaço para os alunos desenvolverem os dons e talentos, e prepara eles para serem líderes no futuro. E é um projeto que apresenta Jesus para alunos não adventistas e reafirma Jesus para os alunos adventistas”, compartilha Matheus.
Recentemente, a comunidade Bless completou um ano de atividades, marcado por uma celebração em que Alexia desempenhou um papel ativo. Ela participa do louvor, ajuda na decoração e na mídia. Para Alexia, participar dos encontros não só a ajudou a superar seus desafios emocionais, como também a libertou da necessidade de medicamentos para dormir.
“Eu sentia que eu ia ser julgada a qualquer momento, por isso não conseguia fazer novas amizades. A comunidade me ajudou nisso também. Eles me trouxeram mais segurança para eu fazer novas amizades e ali eu senti que eu não ia ser julgada, que seria aceita”, conta a estudante.
Um novo capítulo de gratidão
Para Tamara Garcia, o apoio dessa iniciativa foi igualmente transformador. Ela se envolveu pessoalmente para apoiar sua filha, encontrando conforto não só para Alexia, mas também para fortalecer toda a família.
Em suas palavras finais, Tamara expressa profunda gratidão a todos envolvidos nessa iniciativa, reconhecendo o papel crucial que desempenharam na jornada de sua filha rumo à superação e à esperança.
“Hoje, como mãe, fico muito feliz vendo a alegria da minha filha, pelo desempenho dela. Ela adora o que faz, se empenha. A Bless deu uma vida nova para ela, deu força e esperança. Ela está se soltando, está falando de Deus para outras pessoas, e isso me deixa muito feliz com oportunidade estão dando para a minha filha”, agradece Tamara.
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