Agência humanitária adventista fecha parceria com Defesa Civil do Paraná
ADRA Brasil uniu esforços às estratégias do governo com objetivo de agilizar resposta às emergências através de um planejamento conjunto.
Curitiba, PR... [ASN] Com o objetivo de auxiliar de maneira ainda mais eficaz vítimas de desastres, a ADRA Brasil fechou parceria oficial com a Defesa Civil do Estado do Paraná. A partir de uma série de catástrofes causadas por temporais, enchentes e tornados no ano de 2015 – sendo os mais recentes, relacionados ao fenômeno El Niño – a agência humanitária adventista uniu esforços às estratégias do governo com o objetivo de agilizar a resposta às emergências através de um planejamento conjunto.
O capitão Romero da Silva Filho, chefe do Setor Operacional da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Paraná, explica que quando um município sofre uma ocorrência de desastre, as demandas geradas superam, em boa parte dos casos, os recursos existentes. “Neste contexto, no Brasil, há alguns critérios legais para que se possa mensurar o tamanho do impacto do desastre no município e, assim, apoiar as pessoas que sofreram com estes incidentes através das instituições. Isso é o que legalmente é identificado como ‘situação de emergência’ ou ‘estado de calamidade pública’, explica.
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Porém, há alguns casos em que desastres afetam pessoas, mesmo que seus prejuízos não tenham atingido os critérios estabelecidos pela legislação. Quando isto ocorre, o envio de materiais de ajuda humanitária por parte do Estado ou do governo federal ficam prejudicados. A alternativa para solucionar o problema surge através do apoio de organizações não-governamentais (ONGs) que possam dar o apoio, junto às estratégias da Defesa Civil.
Neste aspecto, a ADRA Brasil aparece como uma das possibilidades reais de alívio a quem perdeu o que tinha de necessário para sobreviver. “Nós já temos um plano de emergência para atuar nos seguintes itens de ajuda: água, alimentos, cobertores, colchões e kits de higiene”, explica Célio Longo, diretor da ADRA Brasil regional Paraná. Isto faz parte do Plano Nacional de Prevenção e Resposta a Emergências (PNPRE), um dos serviços oferecidos pela agência humanitária adventista.
Para o capitão Romero (como é conhecido), os maiores desafios enfrentados pela Defesa Civil dizem respeito à demanda, organização da logística, energia e tempo para cadastro e envio dos itens. Para ele, todos estes fatores são facilitados quando há parceria com uma instituição reconhecida e confiável. “Quando você faz um trabalho em parceria com a ADRA Brasil, que já possui o pessoal organizado, identificado com o uniforme, produto pronto, isso qualifica o tempo de resposta e as pessoas ficam menos tempo sofrendo esse tipo de situação”, ressalta Romero.
Por trás do sucesso de ações de auxílio humanitário, sempre há uma equipe extensa de voluntários, chamados também de “multiplicadores”. Eles são os responsáveis pelo recebimento de itens doados ou comprados nas campanhas e, também, por sua triagem e distribuição direta às vítimas, em ocorrências desta natureza. “Campanhas que entregam doações não ocorrem, simplesmente, com o carregamento de um caminhão e depósito em um ginásio. Gera muita confusão numa situação dessas. Antes de tudo, é necessário realizar uma triagem daquilo que vai chegando de forma desordenada. É preciso que haja um pessoal que organize, por exemplo, peças de roupas e sapatos masculinos e femininos de diferentes tamanhos, itens distintos que contemplem cestas básicas completas, tudo isso para que, quando for ao seu destino, vá organizado para subsidiar uma família. Isso não é possível sem o trabalho extenso dos voluntários”, explica o capitão Romero.
Com a parceria (semelhante a que ocorreu no Rio Grande do Sul), devem ocorrer, mais à frente, treinamentos que ajudem os voluntários na compreensão de conceitos trabalhados pela Defesa Civil em torno da gestão de logística, apoio e ajuda humanitária, entre outras orientações diversas, como por exemplo, aprendizado sobre primeiros socorros e auxilio em meio de situações de desastres. O objetivo é fazer com que as equipes, além de formalizadas, estejam preparadas para identificar dificuldades de maneira veloz e, então, agir. [Equipe ASN, Willian Vieira]