Adventistas realizam culto especial em alusão ao Dia Nacional do Surdo
Caruaru, PE… [ASN] No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas têm alguma dificuldade auditiva, de acordo com o Censo 2010 do IBGE. Destas, aproximadamente 344 mil se declararam totalmente surdas, isso significa que são incapazes de ouvir, mesmo com a...
Caruaru, PE… [ASN] No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas têm alguma dificuldade auditiva, de acordo com o Censo 2010 do IBGE. Destas, aproximadamente 344 mil se declararam totalmente surdas, isso significa que são incapazes de ouvir, mesmo com a ajuda de aparelhos auditivos.
Em alusão ao Dia Nacional do Surdo, comemorado em 26 de setembro, a Igreja Adventista do bairro Bela Vista, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, promoveu um culto especial, no sábado (27). Os louvores, as encenações e até o sermão foram feitos na Língua Brasileira de Sinais (Libras) com tradução simultânea para o português.
O programa foi coordenado pela intérprete de Libras Josseany Campos, membro do Núcleo de Apoio à Pessoa com Necessidades Específicas do Instituto Federal de Pernambuco. “O diferencial da programação é que a língua de sinais foi usada todo o tempo. Mostramos à Igreja o trabalho que já existe, realizado de forma interna. O objetivo é incentivar outras pessoas que desejam também desenvolver esse ministério”, explica Josseany.
Durante o ano, os surdos que congregam na Igreja Adventista em Caruaru (PE) participam de Pequenos Grupos e aos sábados visitam outros surdos para estudar assuntos da Bíblia. Uma dessas pessoas é a comerciária Ligivânia Silva que comentou em Libras como se sente em relação às iniciativas de inclusão. “A partir de agora eu posso receber pessoas surdas para que elas venham a Igreja, aprendam e se emocionem como eu. Eu quero que nós possamos estar unidos e que Deus possa abençoar a cada um”, enfatiza a comerciária.
Vida além do preconceito
A estudante pernambucana Aline Lima recebeu o diagnóstico de surdez com um ano de idade. Hoje, aos 27 anos, cursa o ensino superior, é casada e tem uma filha. Uma das situações de preconceito mais difíceis pela qual passou foi no início da adolescência. Sua mãe, a empresária Edivânia Souza, lembra como tudo aconteceu. “A professora dela pediu para a turma formar grupos para fazer um trabalho e Aline ficou sentada observando quem iria convidá-la. Ninguém a chamou. Ela permaneceu quieta e quase chorou. Lembro que ao chegar em casa, ela foi para o quarto e chorou bastante, até gritou. Na sala de casa eu também chorei muito porque eu não sabia como ajudá-la”, recorda a empresária.
Depois desse episódio, Edivânia buscou se aperfeiçoar no ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e formou uma escola preparatória. A partir deste ano, ela pretende expandir o ensino por meio da internet e formar turmas on-line direcionadas a fieis da Igreja Adventista. “A Igreja tem realizado muitas ações para incluir as pessoas surdas. Hoje, graças a Deus, eu posso ver a minha filha estudando a Lição da Escola Sabatina em Libras. Isso para mim é um sonho se tornando realidade”, relata Edivânia. [Equipe ASN, Fernanda Beatriz]