Adventistas promovem campanha para pagar casa a morador de rua
Dupla já conseguiu auxílio mensal do governo e dispensa de fiador. Falta valor de depósito na imobiliária.
Ao passar frequentemente pela mesma rua no bairro de Olaria, Rio de Janeiro, uma dupla de adventistas percebeu a oportunidade de ajudar. O morador de rua Telmo Paulo Pereira, de 66 anos, estava sempre ali. Resolveram conversar com ele e ver do que precisava.
“Ele não bebe e nem tem vícios. É um senhor calmo e totalmente lúcido, capaz de morar sozinho”, relata a assistente administrativa Joyce Robert, que completa: “resolvemos ajudar. Mas não queremos ser mais um grupo que prometeu e não cumpriu”.
Depois de dez anos na rua, podemos dizer que seu Paulo já ouviu muitas promessas na vida. Ao seu mudar para a Bahia com a mãe, ainda bebê, lhe foi prometido um futuro próspero na cidade do Rio de Janeiro. Ao se formar em Farmácia e Bioquímica na universidade federal, promessas de sucesso profissional e portas abertas.
Quando sua mãe sofreu um acidente e perdeu a perna, os médicos prometeram fazer de tudo para salvá-la. Seu Paulo gastou todas as economias em tratamentos. Não adiantou. Com o falecimento da sua mãe e sem trabalho, seu Paulo se viu sem maneiras de se sustentar e precisou sair de casa. E promessas de abrigo que nunca vieram.
Ao conhecer essa história, Joyce e o designer Agnes Araújo se mobilizaram a ajudá-lo. O primeiro passo foi unir documentos e agendar uma entrevista de seu Paulo no INSS para começar a receber o benefício LOAS, da Previdência Social, dado a idosos acima de 65 anos e que não recebam outra renda. O segundo passo foi conseguir uma moradia. “Com o benefício de um salário mínimo ele poderá pagar o aluguel de uma quitinete que conseguimos para ele. Agora só falta o dinheiro da entrada”, explicam os organizadores.
A imobiliária dispensou a necessidade de fiador ou seguro-fiança no aluguel da quitinete, mas pediu um depósito de entrada como garantia. O valor é pouco menos de R$ 1300,00 e deve ser pago até a próxima segunda-feira, 15 de fevereiro. “Pedimos ajuda pela internet e por um site de crowdfunding. Se não conseguirmos o dinheiro vamos perder a casa.”
Até agora o grupo conseguiu arrecadar R$200,00 através de amigos e desconhecidos. “Um senhor que mora no Paraná viu meu post no facebook e depositou R$100,00 na minha conta para ajudar. Nós nunca nos vimos”, relata Joyce. O site de crowdfunding vakinha.com também recebe as doações. “O problema é que o site demora um tempo para nos reverter esse dinheiro e temos urgência”, explica a dupla. O melhor caminho para eles é o depósito em conta: “sabemos que é difícil acreditar em alguém que você nunca viu, mas pode ser uma oportunidade de Deus para partilharmos o amor. Guardamos todos os comprovantes e fotos para transparência”.
A dupla acredita que vai conseguir o dinheiro e que esse é um chamado de Deus para eles. Para ajudar, entre em contato com Joyce Robert através do WhatsApp (21-98025-8231).