Adventistas já atendem milhares de pessoas nas redes sociais regularmente
Em média, são enviadas semanalmente 38 mil mensagens para internautas que fazem contato com páginas oficiais nas redes sociais administradas a partir da sede sul-americana adventista
Por Mauren Fernandes
A sensação de que o mundo agora funciona dentro de telas de celular ou de computadores é sentida por muitos. Atualmente, o Facebook, por exemplo, já reúne 2,3 bilhões de usuários que se relacionam, trocam mensagens, assistem vídeos, compram e vendem. Ao observar esse movimento digital expressivo, a Igreja Adventista decidiu aderir não só à promoção de conteúdo nas redes sociais, mas a outras tantas diversas ferramentas online que facilitam a distribuição de conteúdos de cunho religioso e espiritual. E isso significa, na prática, atendimento a milhares de pessoas regularmente de forma mais pessoal.
Apenas na página do Facebook Adventistas Brasil, são cerca 1,2 milhão de pessoas que potencialmente recebem conteúdo todos os dias sobre a Bíblia Sagrada e informações a respeito do movimento adventista. Segundo o pastor Rafael Rossi, líder do departamento de comunicação da Igreja Adventista na América do Sul, é importante falar com as pessoas de todas as formas. "A igreja precisa ser relevante e se comunicar com as pessoas onde elas estão e nos meios que elas estão", justificou Rossi.
Hoje, a Igreja Adventista do Sétimo Dia mantém perfis no Facebook, Youtube, Twitter, Instagram, álbum de fotos no Flickr, além de manter listas de transmissão pelo aplicativo de conversas Whatsapp.
Evangelização web
Todos os canais utilizados pela igreja são ferramentas de contato pessoal com quem está do outro lado da tela. Além de espalhar conteúdos de esperança, todos os perfis da Igreja Adventista atendem centenas de pessoas diariamente, que encontram no meio digital uma oportunidade de se manifestar, abrir os seus problemas pessoas ou tirar dúvidas sobre assuntos religiosos. Mas como isso funciona na prática?
A equipe de Evangelismo Digital da sede sul-americana, além de dar orientações para as sedes regionais, administra seis diferentes frentes de contato diretos com pessoas que desejam conhecer mais a Bíblia e o que crê a Igreja. E isso se dá em redes sociais como Whatsapp, Facebook, Instagram, Youtube, sites evangelísticos e projetos especiais. Apenas nas listas de transmissão via Whatsapp, mais de 50 mil pessoas recebem conteúdos religiosos todos os dias. Um dos sites com importante conteúdo é a plataforma Feliz7Play, que agrega vídeos, séries, filmes, clipes musicais e animações, todos de cunho religioso.
Em 2018, foram enviadas 178 mil mensagens para interessados, somente da parte dessa equipe gerenciada a partir da sede sul-americana adventista. Em média, por semana, são enviadas 38 mil mensagens pelos voluntários, que atendem individualmente cada pessoa. Roberto Robertti é um deles e diz ser um privilégio participar do projeto. "São muitas histórias impactantes que recebemos. Recentemente uma moça assistiu uma transmissão sobre depressão e nos enviou uma mensagem dizendo que queria o suicídio", ele conta.
Segundo Carlos Magalhães, coordenador de estratégias digitais da Igreja Adventista para a América do Sul, a produção de conteúdos online segue uma lógica conhecida como funil. A pessoa que de alguma forma se mostra interessada nos conteúdos gerados pelos adventistas é atraída ao ter contato nos perfis das redes sociais. Ela, então, cria um vínculo e passa a conhecer melhor a Igreja Adventista. O passo seguinte é, da parte das equipes, manter o contato com essas pessoas de forma mais pessoal, como o Whatsapp, tirando dúvidas, oferecendo apoio psicológico e oferecendo estudos bíblicos.
Equipe de voluntários
Além dos profissionais que se encarregam de gerar o conteúdo para cada um dos canais da igreja diariamente, o que inclui, também, jornalistas, uma equipe de voluntários atua no atendimento pessoal de cada pessoa que entra em contato com a igreja. O time de atendentes conta com 30 voluntários e é composto por alunos de Teologia de São Paulo e da Bahia, além de profissionais da Psicologia.
Eles utilizam uma plataforma de atendimento chamada Huggy, que reúne todos os contatos feitos pelos interessados em todas os perfis da igreja nas redes sociais e, também, no Whatsapp. De forma sistematizada, os voluntários se organizam para dar atenção a cada um dos interessados de forma personalizada.
Carlos Magalhães pontua que é possível que levem meses ou até anos para que o relacionamento se estreite entre a igreja e o internauta, mas o objetivo vai estar sempre firme. "Nosso único objetivo é estabelecer um vínculo íntimo para que essa pessoa tenha o desejo sincero de procurar uma igreja e, para isso, é preciso respeitar o ritmo de cada uma", explica.
De acordo com Robertti, os atendimentos começam com uma palavra bíblica de conforto, seguidos de instruções de como melhor resolver a situação. Logo após, é oferecido o estudo bíblico online. "No caso da moça que queria o suicídio, depois do contato online e dos estudos bíblicos, ela buscou uma congregação adventista e decidiu ser batizada", conclui Roberto, com alegria. Esse é um dos resultados do último ano, em que 275 pessoas se decidiram pelo batismo após esse atendimento personalizado via web.