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Ciência

Pesquisador lança livros sobre a origem e a complexidade da vida

Mestre em Imunogenética e especialista em Biotecnologia, autor defende o criacionismo e a teoria do Desing Inteligente


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Por Gustavo Cidral

Apaixonado pela ciência e pela escrita, Everton Fernando Alves lança dois livros sobre criacionismo e Design Inteligente, um meio pelo qual ele testemunha de sua fé (Divulgação)

Everton Fernando Alves se diz um “apaixonado pela escrita científica”. Mestre em Ciências (com linha de pesquisa em Imunogenética) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde também se especializou em Biotecnologia, área de Biologia Molecular, possui dezenas de artigos técnicos publicados em periódicos científicos na área Biomédica. “Também me aventuro na divulgação popular de temas relacionados à ciência das origens”, afirma o escritor, que é colunista do blog Criacionismo, idealizado pelo jornalista Michelson Borges.

Membro da Sociedade Brasileira do Design Inteligente (SBDI), membro fundador do Núcleo Maringaense da Sociedade Criacionista Brasileira (Numar-SCB) e cofundador e editor-chefe da Origem em Revista, o pesquisador já escreveu para as revistas Adventista, Conexão 2.0 e a revistinha criacionista para crianças A História da Vida. Na área de ciência da saúde, ele colabora como colunista na revista Vida e Saúde desde 2015. “Embora eu seja um iniciante neste mundo editorial, eu já estou completamente apaixonado pela divulgação escrita de ideias relacionadas à ciência da origem e manutenção desse projeto tão formidável que é a maquina humana”, reforça o maringaense de 33 anos.

O escritor lança dois livros neste 7 de março: Revisitando as Origens e Teoria do Design Inteligente. Em entrevista ao portal Adventistas, ele conta sobre a produção dessas obras e a oportunidade de testemunhar por meio da ciência.

Do que tratam os livros? O livro Revisitando as Origens foi criado a partir de pedidos de leitores para a elaboração de conteúdos específicos, no campo do criacionismo, que ainda hoje suscitam muitas dúvidas. O termo “revisitar” significa uma segunda visita, um novo exame mais minucioso, ou seja, é o ato de revisitar a história de nossas origens que, até então, tem sido parcialmente contada através dos livros didáticos.

Procurei incorporar uma pesquisa sistemática que vinha fazendo ao longo de vários anos a fim de construir um referencial bibliográfico de peso. O objetivo deste livro é fazer com que mais pessoas tenham acesso a essas evidências científicas difíceis de serem encontradas por pessoas leigas, e que amparam o relato bíblico em várias áreas do conhecimento humano.

Já o Teoria do Design Inteligente já era conhecido por uma parcela da comunidade tedeísta em nosso país devido à obra ter sido lançada em formato digital em junho de 2015 na plataforma Widbook. Em pouco mais de um ano de lançamento digital, já tinha atingido a marca de 10 mil leituras. No formato impresso, a obra foi aprimorada, conteúdos foram inseridos e artes incríveis foram desenvolvidas e adicionadas aos capítulos para trazer bom humor e mais prazer na leitura de um assunto que foi escrito com muita seriedade e honestidade intelectual. Teoria do Design Inteligente é uma das duas primeiras obras genuinamente brasileiras, relevantes e exclusivas acerca do design inteligente.

O que motivou você a escrever essas obras? Elas representarem as dúvidas de meus leitores, de antemão também representam as minhas próprias inquietações quanto ao assunto das origens. Mas a origem de tudo foi a partir do livro Por Que Creio, de Michelson Borges. Eu ganhei esse livro em no 1° Congresso de Universitários Adventistas da Associação Norte Paranaense, em 2004. Entretanto, fiz uma leitura superficial. Considero que somente em 2013 eu estava realmente preparado para assimilar seu conteúdo. Reli o livro e fiquei maravilhado com as evidências científicas apresentadas por cientistas criacionistas e tedeístas entrevistados pelo autor. Confesso que fiquei impressionado e interessado pelo tema ao ponto de pesquisar na Internet se as evidências apresentadas faziam sentido ou não. A conclusão: as evidências de design na natureza não só fazem sentido, como também consistem na melhor explicação para a complexidade percebida com meus próprios olhos nas estruturas biológicas. Embora isso seja incomum para um “cristão de berço”, para mim, o design inteligente foi uma porta de entrada ao criacionismo que, a meu ver, é muito mais amplo. Na época em que tive esse primeiro contato com a controvérsia criacionismo X evolucionismo X design inteligente, estava fazendo pesquisas dentro de um laboratório de imunogenética. Assim, todas as evidências estavam diante dos meus olhos.

Quer mais design do que na estrutura tridimensional do DNA? Ela é o melhor exemplo de codificação e compactação de informação. Com o apoio do design inteligente e do criacionismo, foi possível entender o ajuste fino nas sequências do código genético (ordem e organização) e a complexidade irredutível presente no ciclo de síntese de proteínas, no armazenamento e leitura da informação genética necessária para a construção dos blocos da vida e a transmissão de dados. Mas foi em 2014 que entrei de cabeça nas pesquisas e escrita sobre essa controvérsia a fim de começar a escrever sobre ambos os temas abordados nesses dois livros.

Como adventista, como você vê o envolvimento da Igreja na comunidade científica? Tenho acompanhado diversas discussões em mídias sociais acerca do criacionismo e do design inteligente. Tenho um bom convívio interdenominacional com irmãos de diversas fé. Graças a Deus e à nossa visão (como instituição) de que é necessário estabelecer pontes em vez de abismos, à semelhança do exemplo deixado por Cristo, é que tenho sido convidado para palestrar em diversas igrejas não adventistas. Espaços abençoados e ricas oportunidades de falar sobre o Deus Criador em ambientes que não são frequentes a divulgação da mensagem da Criação.

Uma coisa é certa: as diversas denominações cristãs nos admiram por defendermos com equilíbrio e determinação a bandeira do criacionismo. Nós somos reconhecidos por essa “marca”. Também é sabido que a IASD é uma das poucas denominações cristãs que incentiva seus membros a estudarem cada vez mais, a esquadrinharem não só as Escrituras como também o livro da natureza – ambos os livros de autoria do mesmo Criador – por meio de ferramentas da ciência. Temos diversos cientistas em nossa comunidade mundial, fazemos boas pesquisas (praticamos a “verdadeira ciência” de acordo com a escritora norte-americana Ellen White) e publicamos diversos resultados e descobertas que têm atraído a atenção de cientistas não cristãos.

No Brasil, já produzimos muito material acadêmico bom ao longo desses 45 anos de existência da SCB. Atualmente, pelo que li das propostas do atual presidente da SCB recém-assumido, geólogo Dr. Marcos Natal, acredito que daremos um novo passo em direção a pesquisas de ponta em nosso país. Mais do que nunca, é chegada a hora de investir pesado neste departamento (mais informações, ver o artigo “Uma breve história do criacionismo moderno” em que conto em detalhes as contribuições da IASD para o estabelecimento e manutenção do criacionismo moderno).

A pesquisa científica, na perspectiva cristã, pode ser vista como um meio para testemunhar? Com certeza, sim! Eu digo a todos que este é o ministério para o qual o Criador me chamou a defender nesta geração. De fato, eu fui chamado. Na verdade fui “forçado”, assim como Jonas, a entender um propósito maior que o meu. Diversas situações me mostraram como Deus “escreve certo por linhas tortas”. Ao longo desses anos, através do meu ministério pessoal, e do trabalho que venho desenvolvendo juntamente com o Numar-SCB, temos presenciado e colhido diversos frutos espirituais exclusivamente a partir da mensagem da Criação (que envolve, além do estudo da Bíblia, pesquisas científicas sérias em contrapontos a argumentos evolucionistas).

A verdadeira ciência, quando feita de modo sério e sem vendas nos olhos, é uma ótima ferramenta para investigar os vestígios que o Criador deixou na natureza para que o encontrássemos.

A conclusão é uma só: ou as pessoas fecham os olhos e ouvidos para as gritantes e nítidas digitais do Projetista, ou se rendem totalmente ao constante apelo da natureza em adorar Àquele que fez o céu, a terra e as fontes das águas. É chegada a hora, e os dados da ciência estão a nosso favor.

Quais contribuições você acredita estar dando para a ciência, para o cristianismo e para as pessoas no geral com essas obras? É difícil falarmos de nós mesmo, ainda mais quando a questão é sobre nossa contribuição. Mas me baseio no que ouço de pessoas que assistem minhas palestras em igrejas, escolas e universidades. O feedback que tenho tido é que eu tenho conseguido despertar o interesse deles para esse tema das origens, tema este que geralmente passa despercebido por um jovem cristão, assim como eu não entendia direito esse tema antes de ter tido a experiência a qual me chamou para esta missão.

Lembro de um caso interessante em uma de minhas palestras em uma igreja não adventista. O pastor da igreja, ao final, me disse o seguinte: “agora percebo o quanto sou ignorante em relação ao livro de Gênesis”. Em outro momento, também tive a oportunidade de ensinar a mensagem da Criação para um grupo de pastores que me fizeram diversas perguntas sinceras ao final da programação, e disseram que gostariam de aprender mais sobre o pilar de nossa fé. É curioso isso, principalmente porque meu ministério atual é resultado em partes do ministério do jornalista Michelson Borges. Eu brinco com ele dizendo que estou dando continuidade ao trabalho dele. Mas, de certa forma, é verdade.

O meu trabalho também é fruto do trabalho dele. Por isso, oro para que o meu ministério também possa influenciar gerações, e isso não é muito difícil de acontecer uma vez que acredito que a Verdade a que me propus a defender e a levar é poderosa. Além de minhas viagens como palestrante, os meus textos em minhas colunas, os meus livros, a minha participação na fundação do primeiro núcleo criacionista do Brasil, o Numar-SCB, a coordenação do programa Diálogo sobre as Origens desse núcleo (o qual dirigi mais de 60 episódios no tempo em que fui o diretor) e a Origem em Revista, uma revista criacionista que fundei juntamente com o meu amigo “adventecostal” Alexandre Kretzschmar (risos), são legados que deixo para a futura geração.

De certa forma, embora pequeno e sem o mesmo conhecimento que têm os gigantes do criacionismo e do design inteligente em nosso país, sinto que também estou desbravando caminhos para que os próximos aventureiros percorram a sua jornada com mais facilidade, assim como outros amigos já o fizeram e ainda o fazem. ______________________________________________________________________________________________________________________________________ O lançamento dos livros Revisitando as Origens e Teoria do Design Inteligente será às 19h30 na Livraria Curitiba do Maringá Park Shopping Center. O autor participará de uma transmissão ao vivo sobre criaciinismo no dia 22 de março na página no Facebook Adventistas Brasil.