Nos últimos dois anos, 7.980 venezuelanos receberam abrigo em Manaus, no Amazonas, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh). A última caravana desembarcou no dia 27 de novembro do ano passado, com 89 pessoas que trouxeram na bagagem sonhos e vidas para serem reconstruídas.

“Quero começar uma vida nova. Sofremos muito no nosso país. Fomos para Pacaraima à pé, dormimos na rua, parecia que continuávamos na Venezuela. Só aqui em Manaus que as coisas estão melhorando depois que chegamos no abrigo”, detalha uma das beneficiadas.

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Eles vivem em estado de vulnerabilidade e chegam ao Brasil com alto índice de desnutrição, principalmente as crianças. De cada 30 delas, 26 tem o crescimento retardado, além de doenças de pele e baixa imunidade. Outra venezuelana recém-chegada veio com os três filhos, tio e um primo. “Cremos em Deus e oramos muito para sair daquela vida que estávamos tendo lá. Agora aqui voltamos a sonhar”, conta a refugiada.

Solidariedade

Os refugiados embarcam contando com a solidariedade dos amazonenses, que já acolheram tantos imigrantes. E é aí que entra o trabalho voluntário dos adventistas do sétimo dia, que se dedicaram para deixar o novo lar dessas famílias mais bonito e alegre. Para a diretora do Ministério da Mulher para o Leste do Amazonas, Meiryanne Rezzuto, “é uma felicidade ver a alegria das crianças, as famílias recebendo os presentes, os olhos brilhando. Exercitamos o amor que Jesus nos ensinou”, declara.

O abrigo para onde muitos deles vão tem cinco grandes alojamentos. Dois na área externa são destinados às famílias tradicionais que não abrem mão de dormir em suas redes. Os locais também receberam pintura que foi feita pelos pastores da sede administrativa da Igreja Adventista.

De acordo com o presidente da denominação para o leste do Amazonas e o Estado de Roraima, pastor Mark Wallacy, “os grandes eventos como os 10 Dias de Oração nos proporcionam esse tipo de atitude. É quando os pastores podem viver o principal ato que Jesus nos ensinou: o de servir”, explica.

Todos os moradores do abrigo receberam Bíblias, estudos bíblicos, kits de higiene pessoal, kits de limpeza e cestas básicas. “Eles precisam mais do que os produtos: eles precisam conhecer a Deus para voltarem a sonhar, voltarem a ter motivo de viver e de buscar uma vida nova”, declara a coordenadora do abrigo, Janete Oliveira.