Você já deve ter ouvido o ditado que diz que há mais felicidade em dar do que em receber. O que antes era só uma teoria, já é comprovado pela ciência. São diversos os estudos que sugerem que fazer o bem libera hormônios do bem-estar. Mas essa é apenas uma das vantagens em ajudar o próximo. Ser solidário pode transformar vidas. Esse é o objetivo da Ação Solidária Adventista.

A ASA, como é mais conhecida é um departamento da Igreja Adventista que desenvolve iniciativas solidárias em prol dos menos favorecidos. Todo o trabalho social é realizado através dos líderes e membros das igrejas locais. Muito mais do que resolver o problema da fome, que é uma necessidade imediata, o departamento se preocupa em ir além. Exemplo disso, é o trabalho da equipe da igreja do Novo Mundo, em Curitiba.

Segundo a diretora da ASA da congregação, Graça Back, dois cursos profissionalizantes estão em andamento, um deles ensina corte e costura e o outro elétrica predial. “É preciso profissionalizar as pessoas, para que elas possam recuperar o poder de compra, isso restitui a dignidade de quem teve que pedir o alimento”, observa.

Oportunidade de crescimento

O Élcio Huida e a Juliana Cavalli, por exemplo, frequentam as aulas e viram nelas uma oportunidade de aumentar a renda. “Eu não sabia costurar, tinha até medo da máquina, aqui eu estou perdendo o medo e aprendendo, para quem sabe no futuro, costurar para fora”, comemora Cavalli.

Huida elogia o professor e os conteúdos apresentados e conta que o curso tem preparado ele para assumir mais trabalhos e realizá-los com qualidade e segurança.   

O professor do projeto é Paulo Bastos. Formado em eletrotécnica, com licenciatura plena, seu sonho era ter uma oportunidade para compartilhar o conhecimento adquirido ao longo dos anos em algum projeto social. Lembra da máxima “de que há mais felicidade em dar do que receber”? Na vida de Bastos essa teoria se cumpre toda vez que ele entra em sala de aula. “Eu posso estar com dor de cabeça, não estar bem, mas quando eu entro em sala pra dar aula para os meus alunos, tudo passa”, testemunha o voluntário.

Mercado solidário

As iniciativas são as mais variadas. Na cidade de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, o departamento da Ação Solidária Adventista de uma das igrejas locais montou um minimercado, ideia que vem substituir a tradicional distribuição da cesta básica.

A organização chama a atenção. O ambiente com prateleiras cheias de produtos precificados lembra um mercado de verdade. Desde as cestinhas que são usadas nas compras, até os cartões de crédito distribuídos com um valor simbólico. Para a diretora da ASA que atua na igreja, Elvira Silva, a ideia tem o objetivo de trazer mais dignidade para quem recebe os alimentos. “Cada cartão tem um valor fictício, alguns são de R$150, outros de R$100, conforme o número de pessoas na família, é o poder de compra que a pessoa cadastrada vai receber”, explica.

A ideia devolveu, de certa forma, a autonomia para as pessoas beneficiadas, como a dona de casa Carmelita Chaves. “Porque o mercadinho você entra e escolhe o que precisa, diferente da cesta que vinha pouca variedade de produtos, é muito bom poder escolher”, conta.

E não é só a transformação social que acontece através desses projetos. De acordo com o pastor Eberton Vieira, que atua nas igrejas do distrito do Novo Mundo, as pessoas beneficiadas vão encontrando algo muito maior: a esperança. “Com isso nós estamos sentindo que a igreja está se aproximando mais da comunidade e a comunidade se achegando a igreja e o resultado disso são pessoas transformadas e estudando a Bíblia”, explica.