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Inclusão

Ação social promove cidadania e inclusão com serviços gratuitos para 100 autistas

Projeto Resgatando a Cidadania disponibilizou a emissão gratuita da carteira de identidade nacional com símbolo do autismo.


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No dia 14 de junho a Escola Estadual São Francisco de Assis, no bairro de Água Fria no Recife, foi palco de uma ação social diferenciada. Algumas salas de aula se transformaram em salas de atendimento para emissão do Registro Geral Nacional (RG) e também orientação jurídica. O atendimento prioritário foram as famílias autistas. Ao todo, cem atendimentos foram reservados para esse público. A ação foi aberta para os alunos e seus responsáveis e, também, para a comunidade do bairro. Todos os serviços aconteceram de forma gratuita. 

Resgatando a Cidadania

O projeto Resgatando a Cidadania é realizado desde 2010 entre parceiros adventistas, sempre com foco na dignidade social. Esse foi a primeira ação com atendimento voltado intencionalmente para os autistas. “Observamos na escola um número crescente de crianças atípicas sem identidade ou sem registro adequado. Foi aí que pensamos em fazer um dia exclusivo para essas crianças e seus familiares.”, explica Maíza Mota, diretora da escola. Ela é adventista há 40 anos e está envolvida no projeto desde o início. 

A atividade envolveu muitos grupos. A diretoria da escola cedeu o espaço para a ação e envolveu os alunos e funcionários. A ONG Fazendo o bem, com gente do bem fechou parceria com o projeto Juntos Pelo Social, da Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco (SDS), que promove e participa de ações de cidadania. A RAAFA (Rede Adventista de Apoio à Família Autista) deu orientações para o atendimento mais adequado aos autistas. 

Atendimento da SDS na Escola São Francisco de Assis. (Foto: Bruna Pessôa)

Garantia de direitos

Desde 2021 o RG pode ser emitido com o símbolo do autismo. A intenção é facilitar o reconhecimento do transtorno, pois, muitas vezes, pessoas com autismo não são visivelmente identificadas, e isso acaba dificultando no cumprimento dos seus direitos. A condição estar sendo reconhecida em um documento oficial é a garantia de ter os direitos respeitados. Sobre isso, Dinalva Barros, a psicóloga e moderadora do RAAFA em Pernambuco, comenta: “Quando se reserva um espaço para os autistas serem atendidos com exclusividade facilita. Alguns pais desistem de ter a carteira com a identificação, mas o autismo não tem cara. Ter essa validação na carteira é um impacto positivo”.

A ação foi organizada em diversas salas de aulas. Uma mais reservada para atender famílias autistas e outra para o público geral, além de uma sala de xerox para facilitar o processo. O gerente da Secretaria de Defesa Social, Flávio Queiroz, explica que “O RG é de fundamental importância, pois é uma janela de acesso e de cidadania. Pessoas que precisam de inúmeros atendimentos precisam estar de posse da sua carteira de identidade”. Além dos atendimentos, alunos da escola fizeram apresentações lúdicas para o público, abordando o cuidado necessário com o Meio Ambiente. Zevane de Oliveira, mãe de uma aluna do 6º ano, comentou animada: “A minha filha é autista e está participando dessa apresentação e dessa ação. Ela é bem recebida aqui.”. 

Zevane e sua filha, Thawanny. (Foto: Bruna Pessôa)

Ajuda ao próximo

Um dos organizadores da ação é Renildo Petra, fundador da ONG Fazendo o bem, com gente do bem: “Eu sempre procurei ver com a comunidade a dificuldade que eles têm. Nem todo mundo tem dinheiro para pagar e tirar a identidade. Através do meu conhecimento procuro trazer isso gratuitamente em parceria com o governo, envolvendo minha igreja local”. Através de uma matéria da TV Novo Tempo, Renildo conheceu o trabalho do RAAFA e procurou a liderança local para receber ajuda na ação. Desde a pandemia Renildo atua com sua ONG, envolvendo a igreja com ações em prol da comunidade. 

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Ao todo, trezentas pessoas foram atendidas na ação. “As ações sociais refletem o amor de Jesus. São pessoas que andam uma segunda milha para facilitar a vida dessas pessoas. Era o que Jesus fazia. Ele era um facilitador. Eu noto isso nessa ação”, ressalta Dinalva.