A Praça da Matriz, no centro de Sorocaba, foi o cenário para o movimento em prol da saúde realizado pelos alunos do 1º Ano do Ensino Médio do Colégio Adventista de Sorocaba. Com faixas, cartazes, folhetos e a montagem de um cenário de velório com uma coroa de flores e caixão, os moradores e os cidadãos que por ali passaram - com um cigarro na mão - foram surpreendidos com uma proposta em prol da saúde de trocar o cigarro (nicotina) por uma maçã (vitamina).

A ação, com o slogan: “Todos Contra o Cigarro”, é uma forma de conscientização na busca por diminuir os índices de mortes causadas pelo tabaco. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cigarro é responsável por cerca de 8 milhões de mortes anualmente, como também está associado ao desenvolvimento de diversos tipos de cânceres, além de contribuir para o desenvolvimento de doenças como úlcera gastrintestinal, catarata e osteoporose.

Segundo o professor Alan Silva, diretor do Colégio Adventista de Sorocaba, é necessário que essa droga lícita seja combatida, principalmente por ser de fácil acesso. “É importante que os nossos alunos se envolvam neste projeto. Eles participam de uma ação real e efetiva que faz sentido para eles e para a comunidade como um todo”, destaca.

Karini Rodrigues Barbosa participou da ação junto com os seus colegas de classe. Ela conta que a oportunidade de alertar as pessoas sobre os prejuízos do cigarro traz memórias ruins do passado. “Eu vivi numa casa cheia de fumantes e eu sei como é ruim. Eu tive muitos problemas respiratórios e o meu vô faleceu por conta do cigarro quando eu tinha 5 anos de idade. Agora estou aqui para levantar essa Bandeira em prol da saúde”, ressalta.

O taxista José Raimundo tem o seu ponto ao lado da Praça a Matriz. O movimento dos alunos chamou muito a sua atenção ao perceber a entrega dos folhetos para os motoristas no momento da espera do sinal verde no semáforo. “Muito bom. Vai ajudar bastante gente. Muitas pessoas vão se conscientizar e resolver deixar de fumar. Eu nunca fumei na minha vida pois sei que faz mal e gasta dinheiro. Parabéns pela iniciativa”, pontua.

Já o aluno Cauã Floriano Munhoz ficou com a responsabilidade de entregar as maçãs na abordagem com as pessoas. A sua maior felicidade é de ser testemunha de alguém que deu atenção a campanha e decidiu dar uma chance para si mesmo na troca do cigarro pela maçã. “Estou aqui pra tentar ajudar as pessoas a saírem desse vício do fumo e poder ajudar e dizer que a saúde é algo precioso e que precisamos cuidar muito bem dela”, diz.

Aurora Ivanes estava de longe sentada nas escadas da praça observando a ação dos alunos. Ela mora na cidade vizinha de Votorantim. Ao se aproximar do grupo de alunos para uma conversa amigável, Ivanes desabafa sobre a sua dificuldade de deixar o cigarro. “Eu tenho 76 anos e fumo desde os 14. Já fiz várias tentativas de parar de fumar mas não consegui. Vivo essa luta diariamente. Me senti melhor com a sorisso desses alunos e vou tentar largar desse vício”, salienta.

Segundo dados do Governo Federal, o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1%, sendo 11,8% entre homens e 6,7% entre mulheres. Em contra partida, ainda segundo dados governamentais, o tabagismo é o único fator de risco totalmente evitável e responsável por mortes, doenças e alto custo ao sistema de saúde, assim como afeta [de forma ativa e/ou passiva] a qualidade de vida do cidadão e da sociedade. Portanto, investir em conscientização é sinômino de resgate em prol da vida.