A Palavra Viva: fundamento da teologia
Série de reflexões reforça papel central da Bíblia para os adventistas
"Sem a Bíblia, ficaríamos sem base para a missão. Ela é a base de nossa teologia." Assim sintetizou o pastor Bruno Raso, vice-presidente da Igreja Adventista para oito países da América do Sul ao apresentar o primeiro de uma série de três temas sobre a relevância da Bíblia Sagrada para os adventistas do sétimo dia.
Diante de administradores da denominação que conduzem sedes responsáveis pela atuação da Igreja em Estados ou países desse território, as quais são conhecidas como Uniões, e das instituições que atuam em frentes específicas, Raso reforçou que a Bíblia, acima de tudo, revela Deus e seu amor pela humanidade.
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"A teologia é o estudo racional sobre Deus, em que é possível encontrar ferramentas e elementos para conhecê-lo. Por causa do pecado, que nos separou dEle, se fez necessária uma revelação especial", destacou aos participantes da Comissão Diretiva Plenária. Entenda mais sobre essa reunião aqui.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece a autoridade da Bíblia Sagrada, a qual recebe destaque, inclusive, em sua crença fundamental de número um. "As Escrituras Sagradas são a revelação infalível, suprema e repleta de autoridade de sua vontade. Constituem o padrão de caráter, a prova da experiência, o revelador definitivo de doutrinas e o registro fidedigno dos atos de Deus na história", explica um trecho do texto que resume essa crença.
De igual modo, como aponta o apóstolo Pedro em sua segunda carta, no capítulo 1, verso 21, a denominação acredita que a revelação divina foi dada a “homens [santos que] falaram da parte de Deus”, os quais foram “inspirados pelo Espírito Santo”. Ao reforçar isso, deixa claro seu posicionamento quanto à confiabilidade do texto bíblico.
As mensagens divinas foram reveladas por meio dos profetas, em períodos distintos, e usadas para alertar, aproximar e revelar Seu plano aos homens. Assim foi com Daniel e João, e com Jeremias, Ezequiel, Oseias e outros chamados por Deus. Veja Jeremias 1:1,2,9; Ezequiel 1:3; Oseias 1:1; Joel 1:1 e Jonas 1:1.
O próprio Cristo fez diversas referências ao texto sagrado, colocando-o acima de tradições e opiniões humanas. Ao usar o termo "está escrito", apontou diretamente para suas "páginas". Ainda estimulou o estudo e relação íntima com o texto ao indagar: "Nunca lestes nas Escrituras...?"
Perigos
Raso, baseado nas observações do doutor John C. Peckham, editor da Adventist Review e Adventist World, alertou que existem alguns perigos em relação à forma como a Bíblia é vista, adotada e interpretada. Um deles diz respeito ao Isolacionismo, cuja compreensão teológica é produto de "minha Bíblia e eu." A interpretação privada transfere a autoridade das Escrituras para o indivíduo, o que pode dar lugar a heresias e divisões teológicas mesmo dentro da Igreja.
De igual modo, o Credencialismo, constituído por credos ou declarações confessionais como padrão normativo para a interpretação da Bíblia, afasta o estudante do verdadeiro objetivo. Trata-se de uma transferência de autoridade a um grupo, e não à Escritura.
O que deve ser feito, apelou o vice-presidente, é uma abordagem da Sola Scriptura, que reconhece que as Escrituras são a fonte inigualável e exclusivamente normativa da revelação divina, comissionada para funcionar como regra de fé e prática.
Além disso, elas proporcionam sua própria norma de interpretação. "Devemos buscar continuamente o Espírito Santo para nos guiar e iluminar", destacou. Ele argumentou que, para os adventistas do sétimo dia, a Bíblia é preciosa porque adverte, conforta e restaura. É a base da teologia da denominação, proclama a graça de Deus e fornece esperança. Além de transformar o caráter, revela o amor de Cristo como criador, redentor, intercessor e restaurador.
Mensagem que deve ser proclamada
O reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, doutor Adolfo Suárez, fez uso da palavra para ressaltar que todos os líderes e membros sempre devem defender as verdades da Bíblia.
"Acredito que para os nossos dias, a Palavra de Deus precisa ser proclamada e a pessoa de Cristo exaltada. Se a nossa obra está baseada na Palavra de Deus, é ela que precisa ser pregada", destacou o pastor André Dantas, presidente da Igreja Adventista para os Estados do Amapá, Pará e Maranhão.
No ano de 1909, a escritora Ellen White, reconhecida pelos adventistas do sétimo dia como profetisa, participou de sua última sessão da Associação Geral, uma reunião da sede mundial da Igreja Adventista. Ao sair o púlpito e ir em direção ao seu assento, voltou, levantou sua Bíblia, a abriu e disse: “Irmãos e irmãs, recomendo-vos este livro” (Mensajera del Señor, p. 377).
"Vamos nos alimentar da Palavra, vamos nos alinhar com a Palavra, no comportamento, nos processos, nos projetos, em propósito e em ação, em comunhão e missão, consumados na Palavra, consumidos pela Palavra, fortalecidos na comunhão com Deus e comprometidos com o término da missão", apelou Raso.
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