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A luz na Suíça (Parte 2)

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Olá amigos. Hoje vamos seguir considerando a vida do reformador suíço Ulrico Zuínglio, à medida que avançamos em nosso estudo do maravilhoso livro O Grande Conflito, de Ellen White.

Zuínglio era um grande defensor da Palavra de Deus e, embora ele e Martinho Lutero nunca tivessem tido contato um com o outro, eles chegaram às mesmas conclusões bíblicas e estavam pregando o mesmo evangelho.

No ano de 1516, Zuínglio tornou-se pregador em Einsiedeln, um lugar conhecido por um santuário para a Virgem Maria. Todos os anos peregrinos vinham ao local, com a promessa de receber a remissão completa dos pecados.

Zuínglio condena a idolatria

Zuínglio pregou vigorosamente contra esta prática, afirmando: "Qualquer que seja o país em que habiteis, Deus está em redor de vós, e vos ouve" (O Grande Conflito, p. 175). Para muitos, essa mensagem não foi bem-vinda, mas outros ficaram encantados ao ouvir sobre a redenção somente por meio de Cristo. A verdade foi transmitida de boca em boca por toda a Suíça e logo o número de peregrinos diminuiu muito, e junto com eles as ofertas monetárias. As autoridades da igreja ficaram consternadas, mas ainda esperavam ganhar o eloquente Zuínglio totalmente para sua causa.

Após três anos, Zuínglio foi convidado para ser o pregador da catedral de Zurique, que na época era a cidade mais importante da confederação suíça. Era um lugar onde ele teria grande influência.

Única autoridade infalível

Ele começou o ministério abrindo os Evangelhos — lendo e explicando a vida, os ensinamentos e a morte de Cristo. Somos informados de que "apresentava a Palavra de Deus como a única autoridade infalível, e a morte de Cristo como o único sacrifício completo" (O Grande Conflito, p. 177). Muitas pessoas de todas as classes se reuniram para ouvi-lo, mas os monges começaram a impedir o trabalho e condenar os ensinamentos de Zuínglio.

À medida que os ensinamentos de Lutero avançavam na Alemanha e além, e os ensinamentos de Zuínglio na Suíça, a venda de indulgências era impulsionada por Roma, "Todo pecado tinha seu preço, e aos homens se concedia livre permissão para o crime, contanto que o tesouro da igreja se conservasse cheio. Destarte, ambos os movimentos prosseguiram: um oferecendo o perdão do pecado por dinheiro, o outro, mediante Cristo" (O Grande Conflito, p. 178).

Forte oposição contra a venda de perdão

Zuínglio pregou zelosamente contra a venda de indulgências, e logo os frades que tentavam vendê-las tiveram que deixar a Suíça. Tal foi o efeito da pregação de Zuínglio.

No ano de 1519, uma terrível praga, conhecida como a "Grande Morte", assolava a Europa, incluindo a Suíça. Zuínglio ficou muito doente, mas o Senhor o ressuscitou e ele voltou a pregar com poder. Ele continuou estudando a Palavra de Deus e "chegara a uma compreensão mais clara de suas verdades, e havia mais completamente experimentado em si seu poder renovador. A queda do homem e o plano da redenção eram os assuntos de que ele se ocupava... Contudo, ensinava claramente que os homens não estão, por causa da graça de Cristo, livres para continuar no pecado. "Onde quer que haja fé em Deus, ali Deus está; e onde quer que Deus habite, ali se desperta um zelo que insta com os homens e os impele às boas obras" (O Grande Conflito, p. 180).

Ataques repetidos foram feitos a Zuínglio pela Igreja estabelecida, e ainda assim os esforços dele apenas promoveram a causa da verdade. Por fim, as autoridades da Igreja decidiram realizar um concílio na cidade de Baden, onde Zuínglio apresentaria seus pontos de vista, e alguns dos estudiosos mais capazes da Igreja o refutariam. As autoridades ficaram com a certeza de que venceriam, pois não só escolheram o local do combate, mas os juízes que decidiriam entre os dois. Eles acreditavam que, se pudessem colocar Zuínglio no poder, teriam cuidado para não permitir que ele escapasse, como Lutero fez.

Zuínglio não expõe a vida

Conhecendo a história do que havia sido tentado contra Lutero e temendo pela segurança de seu pastor, o Concílio de Zurique proibiu Zuínglio de comparecer pessoalmente a esta reunião. Em vez disso, dois homens piedosos, "Oecolampadius e Haller foram escolhidos para representar os reformadores, enquanto o famoso Dr. Eck, apoiado por uma hoste de ilustres doutores e prelados, era o defensor de Roma" (O Grande Conflito, p. 182).

Embora Zuínglio não estivesse presente pessoalmente, um estudante que estava presente tomou notas muito cuidadosas dos argumentos apresentados e todas as noites essas notas eram secretamente levadas a Zuínglio, que podia revisá-las e fornecer conselhos e sugestões por escrito. Essas cartas foram secretamente levadas de volta aos dois homens que o representavam, que puderam apresentar as respostas bíblicas aos argumentos levantados contra eles no dia seguinte.

Verdade X engano

No livro O Grande Conflito, a cena da conferência é descrita com muita clareza: "Eck altivamente subiu a um púlpito esplendidamente ornamentado, enquanto o humilde Oecolampadius, mediocremente vestido, foi obrigado a tomar assento defronte de seu oponente, em um banco tosco" (O Grande Conflito, p. 183).

O contraste entre os dois foi impressionante - Eck falando com voz orgulhosa, expondo as tradições da Igreja, enquanto Oecolampadius declarou: "Não reconheço outra norma para julgar a não ser a Palavra de Deus" (O Grande Conflito, p. 183).

A verdade vence

A discussão continuou por dezoito dias. No final, os papistas com grande confiança reivindicaram a vitória. No entanto, os frutos mostraram os resultados reais. A disputa tornou-se um forte impulso para a Reforma, e não muito tempo depois as importantes cidades de Berna e Basileia declararam que estavam do lado da Reforma.

Amigos, no final, a verdade de Deus sempre vence! Não importa como as circunstâncias atuais pareçam, podemos ter certeza de que a Palavra de Deus é confiável e verdadeira – ela nos revela a Verdade sobre Deus e Seu caminho para a salvação.

Oração

Convido você a orar comigo agora mesmo.

Obrigado, Pai, pela confiabilidade de Tua palavra, Tuas instruções, Tua orientação. Podemos contar com eles completa e totalmente sem reservas. Agradecemos por teres ajudado neste grande debate que ocorreu para trazeres a verdade da Bíblia à tona, para que as pessoas pudessem ver claramente o que foi simplesmente instigado pelo homem em oposição ao inspirado pelo céu. Ajuda-nos a ler Tua palavra, ponderar Tua palavra, compartilhar Tua palavra e proclamar Tua palavra com o poder do Espírito Santo, assim como os reformadores fizeram em nome de Jesus, pedimos. Amém.


Ted Wilson é o presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.