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Saúde

A importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer

A história de Ana Clécia ressalta a relevância do diagnóstico precoce no enfrentamento do câncer de mama


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A doutora Lorena Pantoja, hematologista do Centro de Oncologia do Hospital Adventista de Belém, conduz a paciente Ana Clécia até o consultório, evidenciando o cuidado humanizado, que é marca registrada da equipe multiprofissional. (Foto: NUCOM RAS/PA)

Uma dor aguda na mama direita que irradiava pelo tórax e se espalhava pelas costas transformou a vida de Ana Clécia Escopel, de 44 anos. “Em janeiro de 2021, comecei a sentir uma dor intensa no lado direito da minha mama. Ela se espalhava pelo tórax e pelas costas, era intensa e me assustou muito”, disse.

“Na época, minha família e eu morávamos na Transamazônica, onde o acesso à saúde é bem complicado. Resolvi ir até Santarém investigar, mas não encontrei nada”, relembra. Naquele período, ela atuava como diretora de escola, levando uma rotina intensa, com longas horas de trabalho e hábitos alimentares pouco saudáveis.

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A jornada de Ana Clécia

Entretanto, o que parecia apenas um incômodo logo se tornou em uma preocupação maior. Mesmo após vários exames, a origem da dor continuava um mistério. “Com a angústia crescendo, decidi ir para Belém com minha família, em busca de respostas no Hospital Adventista. Iniciei uma verdadeira maratona de exames que durou quase três semanas. Fiz todos os testes que você possa imaginar e, ao longo desse processo, descobri outras condições, como gastrite e H. pylori. Mas, ainda assim, nada explicava aquela dor”, conta Ana Clécia, refletindo sobre o desgaste emocional que atrapalha.

Sintomas e sinais no autoexame

Mesmo sem respostas concretas, Ana Clécia se manteve atenta aos sinais do próprio corpo. Os meses se passaram e, quando a dor voltou, foi mais intensa. “Os médicos não chegaram a um diagnóstico inicial, mas eu senti que algo estava errado. Aquela dor era incomum. Continuei com minha rotina, mas carregando uma inquietação constante. Alguns meses depois, a dor voltou ainda mais forte”.

“Em outubro daquele ano, fiz um autoexame e senti um nódulo grande. Foi assustador, como se aquele pequeno caroço, antes imperceptível, tivesse crescido de repente”, relembra Ana Clécia. Foi então que decidiu repetir os exames e, finalmente, recebeu o diagnóstico que mudaria sua vida: câncer de mama.

Diante da urgência, ela procurou um mastologista. Após novos exames, veio a confirmação: o câncer havia se espalhado por toda a mama. “Nunca imaginei que aquela dor pudesse ser um alerta, mas, no meu caso, foi o sinal de que algo muito sério estava acontecendo”, compartilha.

A realidade do câncer de mama no Brasil

Infelizmente, a história de Ana Clécia se repete para muitas mulheres. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 17 mil brasileiras serão diagnosticadas com câncer de colo do útero anualmente até 2025. No Pará, o cenário é preocupante: em 2023, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA) reportou 433 novos casos. Nesse contexto, o Hospital Adventista de Belém (HAB) ressalta a importância do diagnóstico precoce e de um atendimento humanizado para transformar a jornada de pacientes como Ana Clécia Escopel.

Um diálogo acolhedor e positivo é fundamental para que a paciente se sinta segura e motivada a cuidar de sua saúde. (Foto: NUCOM RAS/PA)

Diagnóstico precoce: a melhor defesa

O oncologista e coordenador do Centro de Oncologia do HAB, doutor Sandro Cavallero, destaca que uma detecção precoce pode resultar em tratamentos menos invasivos e aumentar significativamente as chances de cura. “Quanto mais tardio o diagnóstico, mais difícil é a situação. Nos casos avançados, a taxa de sobrevivência em cinco anos fica entre 30 e 40%. Mas se o câncer for identificado precocemente, as chances de cura em cinco anos chegam a quase 100%”, explica o médico.

Ele alerta ainda que o diagnóstico precoce é a melhor defesa contra o câncer de mama. “Mulheres a partir dos 40 anos devem realizar mamografias anualmente. Já aqueles com histórico familiar de câncer de mama devem começar os exames antes dessa idade”, recomenda Sandro.

Prevenção e Autoexame

A enfermeira Silma Alexandrino, que atua na oncologia do Hospital Adventista de Belém, reforça que o diagnóstico precoce é fundamental na luta contra o câncer de mama. Ela orienta as mulheres a consultarem médicos regularmente, realizarem exames laboratoriais e praticarem o autoexame. “O toque é simples e pode ser feito deitado, sentado ou em pé. O importante é percorrer toda a mama com os dedos e também examinar o mamilo, observando alterações como espessamento da pele, afundamento do mamilo, ocorrência ou presença de nódulos”, explica.

No entanto, o doutor Sandro enfatiza que “embora o autoexame seja fundamental para as mulheres conhecerem melhor seus corpos, ele não substitui a mamografia. Esse exame precisa ser feito anualmente e é essencial consultar um mastologista. Mesmo sem sintomas, essas medidas preventivas são cruciais.”

O diagnóstico precoce pode levar a tratamentos menos invasivos e aumentar significativamente as chances de cura. (Foto: NUCOM RAS/PA)

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