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Coluna | Michelson Borges

Jurassic World e a volta dos dinossauros

Com lançamento de novo filme sobre os dinossauros, o que realmente de novo se sabe sobre os famosos animais?


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Os dinossauros voltaram com tudo às telas dos cinemas. Prova de que o assunto sempre desperta interesse é o fato de que Jurassic World: O mundo dos dinossauros se tornou o filme com a estreia de melhor bilheteria da história do cinema, com 511 milhões de dólares (cerca de R$ 1,6 bilhão) no primeiro fim de semana. Na verdade, foi o primeiro filme a superar a marca de meio bilhão de dólares logo na estreia. Mas desta vez os famosos velociraptores e o temível T-Rex não estão lá. Quem garante o espetáculo é a fera transgênica Indominus rex, resultado das experiências genéticas de Henry Wu. O objetivo era ter uma novidade para reanimar o parque que por 20 anos havia exibido dinossauros “comuns”. O público sempre quer novidade. E o filme explora isso – na ficção e na realidade.

No filme que inaugurou a franquia, Jurassic Park (1993), de Steven Spielberg, dinossauros são trazidos de volta à vida se utilizando DNA extraído do sangue contido no intestino de um mosquito preservado em âmbar. Tudo ficção, não é mesmo? Afinal, como esperar que sangue pudesse ser preservado por tantos milhões de anos, certo? Mais ou menos...

Recentemente, veio a público a notícia de que pesquisadores haviam extraído sangue, não do estômago de um mosquito, mas diretamente do fóssil de um dinossauro. “Tropeçamos sobre essas coisas completamente por acaso”, disse Susannah Maidment, do Imperial College de Londres, cuja equipe estava tentando estudar a fossilização do osso cortando pequenos fragmentos de fósseis. A surpresa foi terem encontrado células do sangue e colágeno a partir desses fósseis de supostos 75 milhões de anos de idade.

Segundo matéria publicada na revista New Scientist, até agora esses tecidos de carne macia só haviam sido encontrados em fósseis “casualmente conservados em circunstâncias excepcionalmente raras, por exemplo, ao ser congelada no gelo ou em um ambiente seco e livre de micróbios que, de outro modo, destruiriam a carne”. Que circunstâncias excepcionais seriam essas capazes de preservar tecido mole e até células sanguíneas? Teria que ser um evento capaz de sepultar rapidamente esses animais de grande porte – o que o ambiente seco não explicaria. Mas ainda falta explicar também os milhões de anos...

“Trabalhos como esse [...] mostram que os fósseis são mais do que ‘apenas rochas’ [...]”, diz Mary Schweitzer, da North Carolina State University, em Raleigh, que relatou ter extraído sangue de T-Rex em 2009. “[Também] parecem indicar, como nossos próprios resultados, que isso não é necessariamente uma ocorrência extremamente rara”, completa ela.

Catástrofe

Pelo jeito, fica cada vez mais difícil defender a ideia de que os dinos viveram milhões de anos atrás e que, depois de outros milhões de anos, teriam se transformado em aves(!). Se há tecido mole em fósseis de dinossauros e até células sanguíneas, eles não podem ter morrido há tanto tempo (e há outros exemplos de achados semelhantes a esse, como o de um hadrossauro com pele e músculos parcialmente conservados, e um T-Rex com tecido mole). E se eles não morreram há tanto tempo, não teria havido tempo suficiente para evoluírem para pássaros(!).

O fato é que a abundância desses grandes seres fossilizados em grande escala e rapidamente em algum tempo passado inevitavelmente leva à conclusão de que a catástrofe que os extinguiu deve ter sido hídrica, envolvendo o transporte e a deposição de muita lama.

O mundo dos dinossauros existiu, mas alguma coisa catastrófica acabou com eles há não muito tempo. E o mistério continua.

Michelson Borges

Michelson Borges

Ciência e Religião

As principais descobertas da ciência analisadas do ponto de vista bíblico.

Jornalista, é editor na Casa Publicadora Brasileira (CPB) e autor de vários livros, como A História da Vida e Por Que Creio. Pós-graduando em Biologia Molecular e mestre em Teologia, é membro da Sociedade Criacionista Brasileira e tem participado de seminários em diversos lugares do Brasil e do exterior. Mantém o blog criacionismo.com.br @criacionismo