Taxista foge do pastor, mas volta depois de 15 anos
Maranhense se reencontra com pastor que fez apelos para que ele fosse batizado. 15 anos separaram Jeremias Saraiva da decisão.
Brasília, DF ... [ASN] Há alguns anos a Comissão Diretiva Plenária da Igreja Adventista do Sétimo Dia para oito países sul-americanos deixou de ser apenas uma reunião estratégica da organização. Tornou-se uma oportunidade de inspiração espiritual para as dezenas de delegados que representam a liderança eclesiástica da Igreja com pouco mais de 2 milhões de membros nessa região. Antes de entrar em questões de definições mais administrativas (o que ocorrerá até a próxima terça-feira, 19 de maio), a liderança máxima da Igreja nas chamadas 18 uniões que compõem a Divisão Sul-Americana conheceu a história do taxista Jeremias Dias Saraiva, 41 anos.
Saraiva foi considerado um fujão do Senhor. O homem, morador da pequena cidade de Santa Luzia do Maranhão localizada a mais de 200 quilômetros da capital, São Luís, conseguiu escapar duas vezes da tomada de uma decisão para um compromisso espiritual mais efetivo. Escapou, na prática, dos apelos do jovem pastor Ernesto Kauffman que o conhecia e esperava que ele tornasse a ser um fiel cristão membro da Igreja Adventista. Por 15 anos, o taxista diz que sentia até medo de pisar no templo. Na abertura da mais importante reunião administrativa adventista, no entanto, criou coragem para testemunhar a centenas de pessoas que agora volta a viver uma vida compatível com os ensinos bíblicos. “As pessoas não sabem o que se passa na mente de quem deixa a igreja e quer voltar. É uma luta”, comentou.
Kauffman foi quem batizou o maranhense, acompanhado do pastor Luís Gonçalves, evangelista da Igreja para oito países sul-americanos e organizador do programa de abertura da Comissão Diretiva. O pastor, que agora serve em um distrito localizado a 300 quilômetros de onde mora Jeremias Saraiva, foi homenageado como um exemplo de ministro do evangelho em virtude de sua dedicação e paixão pela obra missionária. Ao analisar sua trajetória, Kauffman ressaltou que uma das funções do pastor é proteger as “ovelhas”. Por isso, a emoção foi forte no reencontro com o taxista dentro de um tanque batismal. Os dois não se viam há algum tempo. “Ovelha” desgarrada e pastor se uniram novamente.
Colportor totalmente missionário
A primeira noite de reuniões ironicamente não teve qualquer decisão sobre os rumos da denominação. Foi um momento de testemunhos mesmo. O que um dos vice-presidentes mundiais da denominação, o pastor Pardon Mwansa, ouviu na tradução simultânea, e os demais também presenciaram, foi uma série de testemunhos de gente que está fazendo a diferença por se comprometer de maneira específica com a missão geral da Igreja.
Um dos destaques foi para o colportor gaúcho Jonas Moraes, natural de Soledade, que vende assinaturas de revistas e livros religiosos e é considerado o segundo com o melhor desempenho comercial em todo o mundo dentro da Igreja. Moraes teve proposta até para ser prefeito da cidade por conta de sua influência e excelente relacionamento na sociedade. “Mas ele preferiu seguir os caminhos de Deus e se mantém ativo não apenas com a obra de colportagem, mas com participação em estudos bíblicos e ação social”, ressaltou o evangelista Luís Gonçalves. Nas horas vagas, quando não está com a família, Moraes gosta mesmo é de dar o que ele convencionou chamar de curso teológico para quem o procura em busca de respostas no livro sagrado do cristianismo.
A Comissão Diretiva continua suas atividades nesse sábado, 16, com uma grande distribuição de mais de 10 mil exemplares do livro Viva com Esperança para moradores do bairro Universitário, em Goiânia, capital de Goiás. [Equipe ASN, Felipe Lemos]