Paixão de Cristo é apresentada por adventistas em praça pública de Guarulhos (SP)
Encenação da Paixão de Cristo já acontece há tres anos na praça pública do Jardim Palmira, em Guarulhos (SP).
Guarulhos, SP … [ASN] Sexta-feira da paixão e o dia começa a anoitecer na comunidade do Jardim Palmira, em Guarulhos (SP). As luzes da praça Silva Pereira dos Santos já estão acesas e por lá um grupo corre contra o relógio para deixar tudo arrumado. Há três anos, o grupo da Igreja Adventista apresenta a encenação da Paixão de Cristo, em um programa aberto e com efeitos especiais.
Apesar dos atores serem amadores, interpretados pelos próprios fiéis, disposição é o que não falta no grupo. Alguns ajudam com as roupas, outras com a maquiagem, as cruzes de madeira e com a sonorização para o local. O programa na verdade começou na última quarta-feira (01/04) quando uma feira de saúde e um culto de Semana Santa aconteceu e já convidava a comunidade para os outros dois dias.
“Nossa ideia é levar nossa igreja para fora das quatro paredes do prédio e mostrar que nos preocupamos com a comunidade. Primeiro a gente ensaia dentro do templo mesmo, da maneira como a gente consegue, depois vem aqui para a praça. Um jeito de humanizar um pouco mais o espaço público e falar do amor de Jesus”, explica um dos organizadores da peça, Alessanio Duarte.
Diferente das outras encenações pascais que acontecem pelo Brasil, a Paixão de Cristo do Jardim Palmira é um misto de musical e encenação das etapas de Jesus pela terra. Entre os milagres realizados, um destaque especial para a história da mulher samaritana que foi defendida por Jesus e o momento mais comovente, a via dolorosa.
“Sempre é muito triste relembrar essa parte da história e ver como ele foi brutalmente crucificado. Apesar de ser Deus ele também era homem e estava sofrendo muito. Foi uma cena muito forte, eu que deveria estar ali”, comenta a costureira Katia da Silva.
E se foi emocionante para quem assistia, o sentimento também foi bem parecido para quem representava. Robson Oliveira nunca havia se apresentado em uma praça pública e nunca como personagem principal. Seu preparo foi rigoroso.
“Interpretar o principal papel não foi tarefa fácil. Além de me preparar fisicamente, como deixar a barba crescer e emagrecer mais de seis quilos, me preparei espiritualmente também. É muita responsabilidade interpretar Jesus Cristo que sofreu e morreu em nosso lugar, não consegui conter as lágrimas”, conta Robson Oliveira.
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Novas oportunidades
O pastor que realizou o programa, Acílio Alves, explica que o maior simbolismo dessa história não é necessariamente o fato dele ter sido morto e ressurgido, mas no que isso significa para nós e como pode afetar até hoje.
“A cruz é o maior ato de amor que Deus teve com a humanidade ao dar seu Filho para morrer por nós. Essa foi uma forma de resgate pelos humanos que estavam perdidos no pecado, mas que agora podem se achegar a Deus e receber o presente da salvação”, explica.
Após o momento mais aguardado da noite, quando Jesus é crucificado e depois ressurge e vai para o Céu, uma mudança acontece. Ao invés dele subir, o personagem central aparece vestido com uma roupa de Rei de braços abertos a todos os filhos que querem estar ao lado dele, uma referência a volta de Jesus a terra.
Para o eletricista Marcos Chaves que passava pela praça na hora da encenação, nunca é demais relembrar essa história e sempre uma oportunidade para renovar os votos.
“Essa história eu já conheço o começo, meio e fim de cor mas nunca é demais relembrar. Parece que a gente se transfere para o tempo antigo e vive tudo aquilo de perto. Uma oportunidade para dizer que o sacrifício não foi em vão”, finaliza. [Equipe ASN, Mairon Hothon]