Origem da vida é tema de debate no RJ
O I TDI Rio reuniu mais de 300 pessoas, entre adventistas e não adventistas para debate sobre origem da vida.
Rio de Janeiro, RJ [ASN] O evento reuniu mais de 300 pessoas na Barra da Tijuca, região Oeste do Rio de Janeiro, no último sábado, dia 29.
A origem da vida é um impasse no meio científico. Diversas ideias embalam discussões que seguem instigando estudos ainda mais aprofundados. Revisões, refutações e surgimento de novas vertentes, derivadas de teorias antagônicas, fazem parte das pesquisas que se propõem descobrir “de onde viemos”.
Uma dessas teorias tem conquistado espaço no meio científico e tem despertado olhares atentos de profissionais do campo e interessados em geral. A Teoria do Design Inteligente, também conhecida pelo acrônimo “TDI”, se apresenta como alternativa ao hegemônico Darwinismo, teoria surgida no fim do século XIX, que considerava a seleção natural e as mutações como explicação para a evolução da vida.
No Brasil, a TDI tem dado os primeiros passos e as reuniões de adeptos têm se tornado mais frequentes. No último sábado (29), foi realizado o I TDI Rio, evento organizado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia da Barra da Tijuca em parceria com a Nova Igreja, comunidade evangélica vizinha que cedeu o espaço para a realização do evento. Este evento reuniu renomados nomes: Marcos Eberlin, professor da UNICAMP, fundador e presidente da Sociedade Brasileira do Design Inteligente; Welington Silva, membro da Sociedade Criacionista e professor da Faculdade Adventista da Bahia (IAENE); Evandro Vidor de Mello, professor adjunto da Universidade Federal Fluminense (UFF); Queila de Souza Garcia, professora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisadora do CNPq; Enézio Eugênio de Almeida Filho, coordenador do Núcleo Brasileiro do Design Inteligente (NBDI) e Gustavo Milson Fabrício da Silva, supervisor técnico do laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação da UERJ.
Criacionismo E TDI não são sinônimos
Gustavo Milson, doutor em Ciências pela UERJ, afirma que, apesar de haver uma tendência de criacionistas no estudo da TDI, as teorias não são a mesma coisa. “O criacionismo afirma a priori que Deus existe. O design inteligente, não. A TDI estuda as evidências, mas não determina o que/quem foi o designer. O criacionista junta as evidências que o design inteligente está estudando e declara Deus como o fator que gerou aquilo, de acordo com sua matriz ideológica, filosófica e teológica. Já a TDI não adentra nesses últimos fatores. Se limita a elucidar as evidências”, disse Milson, que além de organizar também palestrou no evento.
Marcos Eberlin, doutor em Química (UNICAMP) e pós-doutor em Espectrometria de Massas (Purdue-EUA), é um dos maiores expoentes da TDI no Brasil. Ele falou sobre a importância da organização dos partidários da teoria. “É importantíssimo que nos organizemos. Temos as evidências ao nosso lado, metodologia para se fazer boa ciência e defensores espalhados por todo o Brasil. Estávamos dispersos, não nos conhecíamos e nem mesmo sabíamos quantos éramos. Isso mudou e juntos iremos fazer a diferença”, finalizou Eberlin, que foi eleito presidente da recém-formada Sociedade Brasileira do Design Inteligente.
Há duas semanas foi realizado o 1º Congresso Brasileiro do Design Inteligente. O evento nacional, além de reunir expoentes e defensores da TDI, deu as diretrizes para o movimento que desafia o materialismo científico como única perspectiva.
“A Teoria do Design Inteligente se limita ao que é passível de investigação científica; procura identificar sistemas cuja complexidade não possa ser atribuída a causas naturais. Mas fica só nisso. O criacionismo alia o conhecimento científico à sua crença na revelação de Deus (Bíblia) e propõe que o Criador, o Grande Designer, é Yahweh. O criacionismo é uma cosmovisão mais ampla, pois se utiliza da ciência experimental, da arqueologia, da antropologia e, claro, da teologia. E por isso enxerga mais longe”, disse Michelson Borges, jornalista, mestre em teologia, editor da Casa Publicadora Brasileira e mantenedor do blog www.criacionismo.com.br.
A Igreja Adventista acredita que existe um Deus Criador de todas as coisas e que a criação do mundo e de tudo o que nele existe foi feita em seis dias, segundo o relato bíblico de Gênesis 1.
[Equipe ASN, Fabiana Lopes e Davi Boechat]