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Artigo: Dia da Consciência Negra

O Jornal Notícias do Dia publicou na edição do dia 18 de Novembro mais um artigo do pastor Anísio Chagas. No texto o ministro de Deus aborda um tema recorrente, o Dia da Consciência Negra (20/11), lembrando de um antepassado seu afrodescendente. O jo...


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O Jornal Notícias do Dia publicou na edição do dia 18 de Novembro mais um artigo do pastor Anísio Chagas. No texto o ministro de Deus aborda um tema recorrente, o Dia da Consciência Negra (20/11), lembrando de um antepassado seu afrodescendente. O jornal circula em todo o Estado de Santa Catarina e rotineiramente tem aberto esse espaço para o pastor Adventista fazer uma análise cristã de temas atuais.

O artigo pode ser lido na íntegra na sequencia.

Dia da Consciência Negra

Infelizmente, os preconceitos perduram na sociedade moderna trazendo muita tristeza e causando muitos dissabores. O preconceito racial é nefasto ao progresso e desenvolvimento da humanidade. Comenta Charles L.Wallis: “Quando perguntaram a um velho rabino por qual razão Deus criara apenas duas pessoas no começo do mundo – Adão e Eva - ele retrucou: Bem, a fim de  que ninguém se orgulhasse de sua origem racial.” Na verdade, o orgulho racial é fruto da ignorância e da maldade que ainda habita  nos corações humanos. Só o amor de Cristo pode expulsá-lo de lá.

O poeta J. G. de Araújo Jorge em seu poema “Vermelho e Branco” foi muito feliz como podemos constatar.

“O sangue vermelho

Do homem branco

Do homem preto,

Do homem amarelo,

É um sangue só.

O leite branco

Da mulher branca,

Da mulher preta,

Da mulher amarela,

O leite é branco

É um  leite só

Deus pôs por dentro de homens

E  mulheres

De aparências tão diferentes

Uma humanidade só.

- O mesmo anseio, a mesma fome

O mesmo sonho, o mesmo pó.

- O mesmo sangue vermelho

Da cor da vida, da cor do amor,

E mais,

- O mesmo  leite branco,

Da cor da paz.”

Notícias do Dia - Conciência Negra - 18 11 14 2O sangue que circula em minhas veias, impede que eu tenha pensamentos negativos e mesquinhos a respeito desse assunto. Minha avó materna era de origem indígena. Meu avô materno, Feliciano Pereira da Rocha, era de origem judaica. Minha avó paterna, Pulquéria,  de pele branca, coração  generoso, casou-se com Vitório Chagas dos Santos, que era afrodescendente. Ela confessava que aceitou casar-se com Vitório,  meu avô paterno, de pele escura, porque era o candidato de melhor caráter que  ela possuía. Quando criança, ouvi dos lábios deste meu avô paterno um  impressionante relatório.

Ele era jovem, quando o Brasil e Paraguay estavam em guerra. Na época, havia o recrutamento dos soldados que recebiam um breve treinamento e eram enviados aos campos de batalha. De preferência, eram recrutados os pretos. Os pais de Vitório optaram por esconder o filho no mato para que não fosse recrutado. Cerca de 90.000 soldados brasileiros pereceram no conflito e meu avô teria morrido também. São fatos que a História não registra, mas assim aconteceram.

Não posso ter preconceito, pois as minhas artérias estão repletas de um conteúdo sanguíneo multifário. Nesse Dia da Consciência Negra, minha posição é de total solidariedade aos que batalham por uma sociedade isenta de mitos,  tabus, ignorância e preconceitos raciais. Sonho com um mundo pacífico, sem estas mazelas, cheio de paz e prosperidade.

Pastor Anísio Chagas

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