Médico adventista participa de projeto voluntário em país asiático
Médico da Clínica Adventista de Curitiba foi um dos voluntários da Missão Filipinas 2014.
Curitiba, PR … [ASN]O médico Carlos Michiles Frank, que atua na área de Medicina do Trabalho na Clínica Adventista de Curitiba, foi um dos voluntários do projeto Missão Filipinas, que aconteceu entre os dias 9 e 18 de setembro. A iniciativa, apoiada pelo Adventist Volunteer Service (Serviço Voluntário Adventista), atendeu moradores da região de Pagudpud, a aproximadamente 560 quilômetros da capital, Manila.
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Foram nove dias de atendimento médico gratuito oferecido pela equipe de voluntários, composta também por um médico e duas enfermeiras dos Estados Unidos, além de uma médica, uma enfermeira, duas estudantes de enfermagem e um dentista filipinos. “Chegamos a realizar 75 atendimentos num único dia”, comemora o voluntário brasileiro.
Embora seja considerada uma economia emergente, a República das Filipinas apresenta grandes desafios na área da saúde pública. Além da proliferação de doenças em decorrência dos terremotos, tufões e inundações que devastam o arquipélago com frequência, algumas comunidades ainda sofrem com problemas como a falta de saneamento básico. Carlos Frank acrescenta que outro desafio para a melhoria na qualidade de vida da população local são alguns dos hábitos alimentares arraigados na cultura filipina. “Com dieta baseada no arroz branco e muitos condimentos, é comum encontrarmos pacientes diabéticos e hipertensos. Gastrite é também muito recorrente”, explica.
Com o objetivo de contribuir com a melhoria da qualidade de vida na região, a Igreja Adventista tem destinado recursos financeiros para a implantação de instituições de saúde. Em Pagudpud, por exemplo, os moradores já vem sendo atendidos numa clínica adventista. O Adventist Wellness Center, embora ainda em fase de construção, está fazendo a diferença na comunidade e já é uma referência em saúde, de acordo com Frank.
O projeto contou com o apoio das Clínicas Adventistas de Curitiba e Porto Alegre, que destinaram recursos para auxiliar no término da construção, bem como para subsidiar tratamentos médicos e a compra de medicamentos.
De acordo com o voluntário brasileiro, essa ajuda é essencial numa localidade que sofre com a falta de recursos. “Acredito que um dos maiores desafios da região seja a falta de recursos financeiros. Grande parte da população de Pagudpud é de trabalhadores braçais com baixa renda”, relata.
Primeira experiência
É a primeira vez que o médico Carlos Frank participa de um projeto de voluntariado fora do Brasil. A primeira de muitas, como ele faz questão de enfatizar. “Nossa mente se expande e começamos a enxergar o mundo como ele realmente é. Com certeza participarei de outras missões”, assegura.
E oportunidades não faltam, conforme explica a coordenadora do Serviço Voluntário Adventista na América do Sul, Débora Siqueira. No momento, o site do Adventist Volunteer Service registra 148 projetos voluntários em diversas áreas ao redor do mundo. Só na América do Sul são 40.
No entanto, todas essas oportunidades dizem respeito à projetos de longo prazo, pois o número de iniciativas de curta duração, como a que aconteceu nas Filipinas, costuma ser menor, de acordo com o Serviço Voluntário Adventista na América do Sul. E aí reside um grande desafio, segundo esclarece a coordenadora sul-americana do programa. "Quando se trata de programas de longo prazo, geralmente com duração de um ano, as dificuldades de encontrarmos voluntários aumentam, pois é compreensível que muitos não têm condições de deixar emprego, família, ou estudos para se dedicarem integralmente a um serviço voluntário", reforça. Essa limitação existe até para programas de voluntariado dentro do Brasil. "Na região da Amazônia, por exemplo, temos um projeto que necessita de enfermeiros e um dentista e há dificuldades para conseguir voluntários para esse contexto de longo prazo", observa.
Para quem faz planos de participar de um programa que exige um tempo de permanência maior, uma alternativa pode ser dedicar o período logo após o término da faculdade para isso, conforme sugere Débora Siqueira. Já no caso daqueles que têm um tempo menor disponível, o período de férias é o momento ideal para iniciativas de curta duração.
Para ambos os casos, um dos primeiros passos é conhecer um pouco mais sobre a área. No site oficial do Serviço Voluntário Adventista é possível ter acesso a um passo-a-passo sobre como ser um voluntário, quais as principais recomendações a serem seguidas, bem como obter informações sobre as vagas disponíveis ao redor do mundo.
Obra médico-missionária
Na avaliação do médico Carlos Frank, a aceitação de projetos como o que foi realizado nas Filipinas costuma ser muito boa, o que abre portas para a evangelização. “Praticamente qualquer comunidade do mundo, principalmente aquelas em desenvolvimento, são abertas a projetos de saúde e é aí que podemos mostrar Jesus através de nossa mensagem de saúde”, acredita.
Seja nas comunidades mais próximas ou nas mais longínquas, o trabalho dos profissionais e das instituições médicas adventistas cumpre na atualidade um importante papel não apenas no atendimento às necessidades sociais, mas também no âmbito evangelístico. “Além da busca constante pela excelência na qualidade da prestação de serviços, a Rede Adventista de Hospitais prioriza a missão. O resultado é que a mensagem adventista tem alcançado muitos pacientes que recebem atendimento em nossas instituições médicas”, afirma Altiery Kümpel, diretor-administrativo das Clínicas Adventistas de Curitiba e Porto Alegre.
Kümpel cita textos da escritora Ellen White que reforçam esse propósito missionário: “Há em muitos lugares pessoas que ainda não ouviram a mensagem. Por conseguinte, a obra médico-missionária deve ser levada avante com mais zelo do que jamais o foi. Essa obra é a porta pela qual a verdade consegue entrada nas grandes cidades, e devem ser estabelecidos hospitais em muitos lugares. […] A obra efetuada pelas instituições de saúde é um dos meios mais eficazes de atingir todas as classes sociais” (Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 167-169).
Centro de influência
Com foco na missão de curar e salvar, a Clínica Adventista de Curitiba deve contar a partir de 2015 com um centro de influência para atendimento à população em várias áreas. O intuito é oferecer no local cursos e seminários sobre como deixar de fumar, culinária saudável, prevenção e controle da obesidade e diabetes, relacionamento familiar, controle do estresse, bem como trazer orientações sobre longevidade e qualidade de vida. “O objetivo final do centro de influência será despertar nos participantes o interesse pelo estudo da Bíblia”, explica o diretor da unidade.
Como participar
Profissionais da saúde adventistas que desejam servir na instituição podem entrar em contato pelo e-mail: [email protected].
Para quem deseja também contribuir com doações financeiras para este ou outros programas assistenciais e missionários locais, os dados para depósito são: Banco do Brasil, agência 3511-4, conta corrente 27.642-1, Instituição Adventista Sul Brasileira de Saúde, CNPJ 15.116.763/0004-12. [Equipe ASN, Márcio Tonetti]