Inclusão que transforma
Projeto da ADRA em Itabuna, Casa de Lió, oferece curso gratuito com acessibilidade em Libras para a comunidade surda
Em Itabuna, no sul da Bahia, a Casa de Lió, um projeto social da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA Brasil), tem feito a diferença ao oferecer cursos gratuitos voltados para o desenvolvimento pessoal e profissional. O espaço se destaca não apenas pela capacitação, mas por um firme compromisso com a inclusão social, voltado de maneira especial para a comunidade surda da região.
Essa dedicação à inclusão se reflete diretamente nas atividades do projeto. Nesta semana, por exemplo, a aula do curso de cuidados com a pele e automaquiagem contou com a participação da professora Thaís do Campos, intérprete de Libras. A iniciativa assegura que o conteúdo, que vai além da estética para tratar de empoderamento e autoestima, garante igualdade no acesso à informação para os alunos surdos.
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A presença da intérprete nas aulas tem permitido que alunas surdas compreendam detalhes antes ignorados por barreiras linguísticas. “Eu interpreto a aula da professora Alessandra. As alunas tiram muitas dúvidas, além de escolhas de produtos, informações dos rótulos que antes passavam despercebidos, mas que agora elas têm o esclarecimento”, explica Thaís.
A Casa de Lió tem atuado com o propósito claro de abrir suas portas a todos os públicos, respeitando as diferenças e promovendo dignidade. “A ADRA tem se preocupado em manter a Casa de Lió aberta a todos os públicos, e isso inclui a comunidade surda. Proporcionar acessibilidade linguística é um respeito, primeiramente, às leis que regem nosso país, mas também ao indivíduo. Pois a língua é um marcador da identidade do ser humano. Negar o uso da língua é negar a própria existência”, destaca a intérprete.
Para além da presença de profissionais de Libras nas aulas, a própria ADRA oferece um curso de Libras gratuito à comunidade. A intenção é ampliar o alcance da comunicação em diversos ambientes sociais, fortalecendo a empatia e o respeito mútuo.
“Ao respeitar o indivíduo surdo, reconhecemos que ele tem uma língua própria. Por isso devemos proporcionar acessibilidade. Aprender Libras também é um ato de amor e serviço ao próximo, para que a comunicação seja ampla nos ambientes em que os surdos ocupam”, reforça Thaís.
Com uma oferta diversificada de cursos que vão de culinária e estética a costura e tecnologia, a Casa de Lió firma-se como um importante polo de desenvolvimento social em Itabuna, onde a inclusão da comunidade surda e de outros grupos vulneráveis é tratada com prioridade.