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Coluna | Felippe Amorim

Como lidamos com as ideologias?

Em um mundo onde as batalhas são cada vez mais fortes, é preciso ter uma fé e conexão com Deus, de forma forte e inabalável.


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Uma batalha invisível: a fé cristã enfrenta desafios ideológicos que tentam minar a autoridade bíblica. (Foto: Shutterstock)

As ideologias sempre desafiaram a fé cristã. No passado, elas se manifestavam fora da Igreja, como o ateísmo, o marxismo e o darwinismo. Hoje, infiltram-se no meio cristão, promovendo o progressismo teológico e a relativização da autoridade bíblica. Como devemos responder a essas influências?

O apóstolo Paulo enfrentou desafios similares em seu tempo. Em 2 Coríntios 10:3-5, ele combate argumentos falaciosos que minavam seu ministério. Sua estratégia de combate serve de exemplo para nosso tempo.

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A luta de Paulo contra as ideologias

O apóstolo Paulo estava enfrentando oposição ao seu apostolado na igreja de Corinto. O texto nos dá a entender que havia pessoas levantando ideias contrárias ao seu trabalho espiritual. No capítulo 10 de sua segunda carta à igreja em Corinto ele combate essas ideias. Sua estratégia para resolver seu problema vai além dos argumentos lógicos, pois, leva a questão para o âmbito espiritual.

Paulo escreveu: "Porque, embora andemos na carne, não lutamos segundo a carne. Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas. Destruímos raciocínios falaciosos e toda arrogância que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:4-5, NAA). Paulo usa linguagem militar para demonstrar que as ideologias não são apenas conceitos humanos, mas fortalezas espirituais que aprisionam mentes.

O termo grego para sofismas é logismos (λογισμός) que se refere a raciocínios falaciosos hostis à fé cristã. No contexto Paulino, os “logismos” eram as ideias contra seu apostolado. Em nosso contexto essas fortalezas, ou ideologias, incluem:

  • Separação artificial entre lei e graça;
  • Progressismo teológico;
  • Desvalorização da autoridade bíblica;
  • Evangelho social e teologia da libertação;
  • Liberalismo teológico;
  • Ideologia de gênero, dentre outras.

Outro aspecto citado por Paulo contra o qual lutar era a arrogância dos ideólogos. A arrogância intelectual, descrita no grego como hupsoma (ὕψωμα – “estrutura elevada”), forma barreiras que impedem a graça de Deus de alcançar os corações endurecidos daqueles que sustentam as ideologias não-bíblicas.

A estratégia para a vitória

Paulo nos ensina que não basta refutar ideologias apenas com lógica, pois a batalha é espiritual, por isso, precisamos de armas espirituais. Em Efésios 6:10-18, ele descreve a armadura de Deus, essencial para resistirmos às ideologias antibíblicas:

  • Cinto da verdade – Discernir entre o evangelho e falsas doutrinas.
  • Couraça da justiça – Guardar o coração da corrupção.
  • Evangelho da paz – Anunciar a verdade com firmeza e amor.
  • Escudo da fé – Defender-se contra ataques ideológicos.
  • Capacete da salvação – Preservar a mente da confusão espiritual.
  • Espada do Espírito (Palavra de Deus) – Nossa arma contra a mentira.

Além disso, Paulo enfatiza a necessidade de "levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo". Aqui, enfrentamos a questão central: o cristão se submete à cultura ou a julga conforme a Escritura?

O teólogo Richard Niebuhr, em Cristo e a Cultura (Paz e Vida, 1967), apresenta três possíveis posturas diante da cultura:

  1. Absorção total – Adaptação irrestrita dos valores culturais à fé cristã, comprometendo a integridade do evangelho.
  2. Rejeição total – Isolamento da cultura, prejudicando a missão cristã.
  3. Discernimento e submissão a Cristo – A cultura deve ser analisada e julgada à luz das Escrituras.

A postura correta é reconhecer que Cristo não se submete à cultura, mas a julga soberanamente. O mesmo se aplica à Bíblia e à fé cristã.

Um forte e definitivo compromisso

A batalha contra as ideologias não é apenas contra pessoas, mas contra fortalezas espirituais que distorcem a verdade de Deus. Não podemos permitir que conceitos humanos relativizem o evangelho.

Nosso compromisso deve ser inabalável: a Bíblia é nossa autoridade final. Que nossos pensamentos sejam sempre levados cativos a Cristo, resistindo às pressões ideológicas. "Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, e sim aquele a quem o Senhor louva" (2 Coríntios 10:17-18).

Que Deus nos fortaleça nessa batalha e nos mantenha firmes em Sua verdade.

Felippe Amorim

Felippe Amorim

Cosmovisão cristã

O mundo visto segundo a ótica bíblica

Teólogo com pós-graduação em Docência Universitária e Psicologia Pastoral. Também é mestre em Teologia com ênfase em Cosmovisão Cristã e doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Autor de 13 livros, apresenta o programa Bíblia Fácil na TV e Rádio Novo Tempo, e gerencia a Escola Bíblica da Rede Novo Tempo. Casado com Flor Amorim, é pai de Daniel e Lucca.