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Maranatha está levando água, educação e fé para lugares remotos do mundo

Organização sem fins lucrativos trabalha há 55 anos para expandir a mensagem da Bíblia por meio do serviço ao próximo e já construiu milhares de igrejas na América do Sul


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Quase todas as regiões do Peru, inclusive comunidades amazônicas, já receberam missionários enviados pela Maranatha Voluntários International (Foto: Divulgação)

O que é possível fazer para que a mensagem da Bíblia chegue mais longe? Em 1969, John Freeman, um empresário norte-americano e piloto de avião amador decidiu que queria levar os filhos para uma experiência de missão e voluntariado. 

Reuniu um grupo de amigos que também pilotava aviões e foram em 28 pessoas para uma ilha nas Bahamas e construíram um templo adventista. Nesse momento, a organização nasceu com o nome Maranatha Voos Internacionais. Em seus primeiros 20 anos de existência, organizou diversas viagens missionárias pelos Estados Unidos, Canadá e América Central, sempre com o mesmo objetivo: construção de templos. 

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Finalmente, em 1989, se uniu a outra organização missionária chamada Voluntários Internacionais. Surgiu então a Maranatha Voluntários Internacional, que passou a construir igrejas, escolas e perfurar poços de água. Essa história foi testemunhada por Don Noble, presidente da Maranatha desde 1982.  

Sanando as necessidades urgentes 

“Nós construímos uma grande escola em vários lugares. Isso muda toda a comunidade, porque eles a usam para muitas coisas diferentes. Não é apenas um edifício. É um local onde as pessoas se reúnem para tudo. E é a mesma coisa com as igrejas. Se as pessoas têm uma igreja para ir, elas sabem que é ali que Deus está, e elas vão e isso muda as pessoas, muda a área ao redor”, comenta Noble.  

Isso reflete o objetivo principal da organização, que é trazer mais qualidade de vida para as comunidades onde atua. E a instalação de poços de água são, muitas vezes, a primeira medida. Regiões remotas em que as pessoasprecisavam caminhar quilômetros de distância por um balde de água agora têm uma fonte no pátio do que será uma futura igreja ou escola. 

Laura Noble, responsável pelas doações na Maranatha, ressalta: “Você não percebe o quão importante ela (a água) é até ficar sem. Então, quando o poço de água está na igreja, isso diz muito sobre os cristãos e o tipo de cristãos que somos.” 

Apenas em 2024, a expectativa é construir cerca de 300 templos, estabelecer ou renovar novos campus escolares e perfurar 255 poços de água em mais 10 países na América do Sul, África, América do Norte e América Central. Destes, três projetos estão no Brasil, Peru e no Paraguai com foco na construção de igrejas. Todo esse trabalho está sendo realizado pelas mãos de 1.800 voluntários que deixaram suas casas e dedicaram tempo, recursos e esforços para melhorar a vida de milhares de pessoas.

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Kenneth Weiss apresentou relatório do trabalho da Maranatha durante Concílio Anual da Igreja Adventista na América do Sul (Foto: Gustavo Leighton)

Muitas vezes, a construção de escolas e poços são o primeiro contato com aquela comunidade que não conhece, necessariamente, a Bíblia ou a mensagem do evangelho. Segundo Laura, muitas famílias poderiam resistir a entrar em uma igreja, mas criam um vínculo com a escola, que além do ensino formal, se torna um ponto de apoio e convívio social. 

Criando e fortalecendo a comunidade 

Noble relembra de ser questionado: “Mas por que vocês estão fazendo isso? " A resposta é: “Entre e descubra”. E assim nasce uma conexão entre as pessoas. 

O trabalho é urgente. Don Noble explica que na Zâmbia, cerca de 3 mil congregações se reúnem embaixo de árvores. E isso limita as possibilidades de convidar mais pessoas a conhecer a Bíblia. Um ambiente mais confortável e agradável permite que o evangelismo aconteça de forma mais efetiva e, a partir dessas construções, nascem outras igrejas adventistas nas comunidades vizinhas. 

A Maranatha foi convidada a ir ao Panamá construir uma escola há alguns anos. O lugar era remoto e não havia muita coisa no entorno. Segundo conta Kenneth Weiss, diretor de operações da organização, hoje são 1.400 alunos e cerca de 30 novas igrejas nos bairros ao redor. 

Cada lugar terá uma necessidade específica ou prioritária. Em alguns países africanos, a água; em outros lugares, escolas ou igrejas. E em todos eles serão atendidos pelas mãos e recursos financeiros dos voluntários e doadores. Laura detalha que grande parte da transparência vem do fato de que aquele que doa pode ver diretamente os recursos sendo aplicados. 

Voluntariado 

Além das pessoas que recebem as benfeitorias, o próprio trabalho voluntário é uma ferramenta evangelística. Afinal, não é necessário ser um membro da Igreja Adventista para participar das missões. São muitas pessoas que tiveram algum ou nenhum contato com os adventistas durante a vida, mas são atraídos pelo propósito de fazer o bem. A partir disso, são tocados pelo evangelho e tomam a decisão de ser batizadas.  

Foi a história da própria Laura. Ela foi membro da Igreja Adventista na juventude, mas deixou de frequentá-la. Em uma missão, encontrou seu propósito e se reencontrou com Jesus. “Para mim, a Maranatha é muito pessoal. Sinto uma grande paixão por isso. Também temos pessoas que não são adventistas do sétimo dia, que não têm absolutamente nenhuma conexão com o adventismo. E eles não vão apenas uma vez, vão duas, e de repente, estão indo todo ano, tornando isso parte de sua experiência cristã”, ressalta. 

Agora, o propósito que impulsionou o nascimento da Maranatha está sendo observado novamente. Famílias inteiras estão dedicando suas férias e recursos para servirem ao próximo juntos. Depois da primeira experiência, os filhos já não querem mais uma viagem de turismo, mas pedem para voltar ao campo missionário.  

Hoje o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos em número de voluntários que se dispõem a trabalhar em projetos promovidos pela Maranatha ao redor do mundo e em seu próprio país. 

Para participar de algum dos projetos ou doar, basta acessar: pt.maranatha.org