Alunos do Ensino Médio fazem próteses de alpiste para mulheres que precisam de reconstrução mamária
Próteses de alpiste foram doadas ao Hospital Federal de Andaraí, que entregará a mulheres que optam por usar prótese externa
Os alunos do Ensino Médio do Colégio Adventista de Campo Grande produziram, ao longo de outubro, próteses mamárias externas feitas de alpiste e meia de nylon. Nesta terça-feira (5), eles doaram as próteses confeccionadas ao Hospital Federal de Andaraí, que destinará a pacientes oncológicos. A ação também visou a conscientização sobre o câncer de mama.
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A atividade aconteceu em parceria com a ONG Mamas do Amor, que se dedica a apoiar o bem-estar de mulheres mastectomizadas que não puderam ou não quiseram realizar a reconstrução mamária. Jaqueline dos Santos Henrique, por exemplo, retirou a mama em 2016 e, desde então, usa as próteses de alpiste. “Essa prótese é muito boa pra mim, é leve, macia e me devolveu a autoestima. Até existe a mama externa de silicone, mas ela pesa muito e essa é mais leve e melhor pra mim”, opina.
Já Léia Araújo, temeu a cirurgia de reconstrução de mama e buscou essa opção alternativa. “Eu pensei: ‘a gente não mexe no que está quieto’, por isso optei por usar as próteses de alpiste. Eu me sinto muito bem, ando para cima e para baixo com ela e estou feliz da vida”, relata sua experiência.
Responsabilidade Social e Sustentabilidade
Cátia Barros leciona na unidade e é a responsável por apresentar o projeto aos alunos. Seu primeiro contato com as próteses de alpiste foi com uma amiga, logo, pensou em levar para sala de aula, na eletiva de Responsabilidade Social e Sustentabilidade. “Eu trouxe essa iniciativa para trabalhar com os alunos valores, como empatia, ética e responsabilidade social. Foi fantástico vê-los tão envolvidos”, destaca empolgada.
Para a aluna Eduarda Figueira de Melo, confeccionar as próteses foi uma experiência inusitada. “Eu nunca imaginaria que alpiste pudesse virar uma mama. Então, fazer essa atividade foi uma oportunidade de ter acesso a esse projeto tão importante”, pontua. A aluna Emanuelle Vitória frisa que, “nós somos os maiores beneficiados quando ajudamos as pessoas, estamos orgulhosos do nosso trabalho”.
Ao total, 100 pares de mamas foram produzidas para a doação. “Cada vez mais aumenta o número de mulheres mastectomizadas e, para gente, é uma honra ter essa parceria com o colégio, porque é uma causa que merece a nossa atenção”, agradece Lucia Luz, representante da ONG Mamas do Amor. O Colégio Adventista de Campo Grande planeja manter essa parceria para os anos seguintes.