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'Mamãe, olha o que eles estão fazendo pra mim', surpreende-se menino após luta contra o câncer

Frase que Miguel, de apenas quatro anos, disse ao ver a homenagem que o Colégio Adventista fez em seu retorno após vencer o câncer


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O pequeno Miguel e sua mãe juntos. Ao lado, momento em que viram a surpresa (Foto: Arquivo pessoal).

Miguel, de 4 anos, e sua mãe, Brenda Paula Nery Rodrigues, foram recepcionados com com balões, aplausos e abraços em um dos corredores do Colégio Adventista de Varginha por colegas e professores em seu retorno, após seis meses de luta contra o câncer. Assista ao vídeo aqui.

Em meio à agitação daqueles que ali estavam, o pedido do aluno Theo para o amigo recém-chegado foi comovente: “Oi, Miguel! Me dá um abraço aqui”. A reação do pequeno resultou em um abraço caloroso.

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O vídeo com a chegada do garoto viralizou nas redes sociais e chegou a ser compartilhado pela CBS News, uma das maiores emissoras de televisão dos Estados Unidos. No Brasil, portais como o G1 e CNN Brasil também destacaram a história.

Confira o vídeo no Globoplay

Doença no sistema linfático

Em março deste ano, Miguel foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que afeta o sistema linfático. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença ocorre quando um linfócito – geralmente do tipo B – se transforma em uma célula maligna, que se multiplica de forma descontrolada. Esse sistema é composto por órgãos como o pescoço, axilas e virilha, áreas onde Miguel apresentou inchaços, popularmente conhecido como ínguas.

Os primeiros sintomas apareceram em dezembro de 2023. “Começou com um inchaço no pescoço que se espalhou. Tinha nas axilas, na virilha, e o baço dele estava inchado. Nós então começamos a busca por um hematologista infantil”, relembra Brenda. Após uma série de exames, veio o diagnóstico de câncer infantil.

Tratamento no Hospital do Amor em Barretos

Com a imunidade sempre baixa, Miguel era propenso a infecções virais e bacterianas. Após uma febre intensa e a dificuldade de encontrar especialistas na região, a família procurou o Hospital de Amor em Barretos, no interior de São Paulo. “Foi um momento muito difícil. Gastamos quase 10 mil reais para conseguir o diagnóstico do câncer de Miguel”, relata Brenda. Para cuidar do filho, ela fechou seu quiosque em um shopping da cidade e se mudou para Barretos para que ele pudesse iniciar o tratamento.

A primeira sessão de quimioterapia de Miguel aconteceu no dia 30 de março. “Foi um desafio enorme, mas nós vestimos uma armadura. Eu acordava todos os dias buscando a cura para nós, mesmo passando por momentos difíceis, vendo o Miguel ficando carequinha. Eu vivia essa cura todos os dias”, destaca Brenda.

Após seis meses e meio de tratamento, os exames de Miguel apresentaram uma melhora significativa. Os pais decidiram então que ele precisava de novas experiências. “Lembro que o médico disse: De 100% do tratamento, 20% é remédio e 80% é amor. Miguel precisa de amor”, relembra a mãe.

Acolhimento e afeto

No dia 25 de outubro, apenas 40 minutos antes do início das aulas, Brenda decidiu levar Miguel ao colégio. A ideia da recepção veio das professoras Márcia Maria de Paula Santana, que o ensinava em casa durante o tratamento, e Maria Silvania Rodrigues Ribeiro Batista, que organizou a surpresa com balões e o envolvimento das crianças.

“Nós temos o costume de fazer uma oração. Após a oração, as professoras entram em sala. Quando terminou a oração, chegou a mensagem da Brenda dizendo que o Miguel viria para a escola. Aí, na hora que terminou, foi aquela festa”, contou o diretor do Colégio Adventista de Varginha, Bruno de Faria.

"Foi muito emocionante, porque eu lembro de quando o Miguel teve que parar de ir para escola. Agora que ele está voltando, é um sinal de vida, um sinal de que as coisas estão ficando bem. Então, é muito significativo para nós", ressalta.

Miguel é um milagre antes mesmo de nascer

Desde os 15 anos, Brenda lida com problemas nos ovários. Aos 21, entrou em menopausa precoce, o que a impossibilitaria de engravidar. Porém, contrariando toda e qualquer conclusão minimamente humana, ela pediu pelo milagre, queria ser mãe. Depois de passar por sete cirurgias, Brenda conseguiu engravidar.

“A gente sempre pensou em dar ao Miguel tudo o que ele precisaria, especialmente uma boa educação. Eu ouvia falar muito bem da escola adventista, ela sempre foi uma das nossas primeiras opções. Conversamos, ajustamos e o Miguel estava na melhor escola de Varginha", conta a mãe.

Miguel e o colégio

Miguel entrou no Colégio Adventista de Varginha aos quatro anos, em janeiro de 2023, quando o prédio novo ainda estava em reforma e as aulas aconteciam ao lado da igreja. O ensino de valores cristãos, que a família considera essencial, foi um fator decisivo para sua matrícula, apesar de pertencerem a outra denominação religiosa.

Brenda recorda um momento marcante: “Seria a primeira apresentação do Miguel na Páscoa. Ele chegou com uma caixinha com um pão e um suco de uva. Indagado pela mãe, ele respondeu: ‘é o corpo e o sangue de Cristo’. Ela continuou: "Meu Deus, estamos na escola certa!”

Desde os primeiros sinais da doença até a confirmação do diagnóstico, a família recebeu todo o suporte necessário do colégio. No aniversário, Miguel foi autorizado pelos médicos para ir até lá. O menino estava empolgado para conhecer o prédio depois de reformado. “Ele já estava carequinha e nós queríamos dar força para ele. Queríamos dar sentido para ele continuar lutando. Foi lindo a forma como eles receberam o Miguel. Todo dia eles oravam pelo meu filho. Foi surreal”, finaliza Brenda. 

Nas redes sociais, Brenda mostra toda a trajetória de Miguel.


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