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Cartas para Jesus se transformam em orações respondidas após depressão

Conheça a história de Silvia, que foi curada de uma depressão após se envolver no trabalho social da Igreja Adventista.


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Silvia Maria – ou Tia Silvia, como é carinhosamente conhecida nos corredores do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) campus Engenheiro Coelho, onde trabalha atualmente –, nasceu em 1972, no município de Canguaretama, Rio Grande do Norte. Conforme relatos de colegas, ela carrega no coração o calor e a generosidade típicos de uma nordestina. Desde criança, observava a preocupação de sua mãe em ajudar ao próximo, e isso despertou nela um desejo profundo de fazer o mesmo.

Fé em meio à escuridão foi chave de acesso à transformação que Silva viveu (Foto: Arquivo Pessoal).
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A luta contra a depressão

Em 1997, Silvia era proprietária de uma empresa de tapeçaria que produzia estofados para diversos produtos. A empresa chegou a empregar 22 funcionários, mas em 2007 teve que fechar as portas. A tristeza e o desânimo tomaram conta da empresária. No ano seguinte, ela trancou a graduação em Direito, o curso dos seus sonhos, o que intensificou sua angústia. “Após o fechamento da empresa, entrei em um período depressivo que durou oito anos. Os três últimos foram os mais difíceis”, relata, emocionada. “Passei esses anos em estado de isolamento, em um 'quarto escuro'. O pânico, o medo e as crises de ansiedade se tornaram frequentes. Para mim, trancar o curso era um adeus, já que eu tinha 35 anos”, complementa.

Apesar disso, Silvia conta que durante a formatura das amigas sentiu Deus lhe falar: “Filha, fica tranquila, Eu vou te honrar”. Foi ali que seu coração se acalmou.

Uma das cartas que Silvia escreveu para Jesus (Foto: Arquivo Pessoal).

Cartas para Jesus

Embora a depressão ainda encontrasse lugar na vida de Silvia, foi em 8 de fevereiro de 2014 que ela teve seu primeiro contato com a mensagem do evangelho através da TV Novo Tempo. “Liguei a televisão e vi um pastor pregando”, relembra. As palavras do pastor lhe chamaram a atenção e ela passou a acompanhar a emissora.

Por meio dos programas, Silvia conheceu o trabalho da Ação Solidária Adventista (ASA). Ela rapidamente se identificou com o propósito do ministério, cujo objetivo é fazer o bem e atender às necessidades das pessoas mais vulneráveis socialmente.

Naquele mesmo ano, Silvia guardava sonhos e expectativas no coração, e queria conectá-los a Deus. A forma que encontrou de fazer isso foi escrevendo Cartas para Jesus, onde apresentava seus anseios, angústias e pedidos de oração. “Tenho muitas cartas escritas para Ele. Foi justamente em 2014, quando conheci a Igreja Adventista, que comecei a escrever”, conta. Para Silvia, Jesus era o amigo em quem podia confiar e entregar sua vida.

Encontro com Deus

Silvia começou a frequentar a Igreja Adventista do Sétimo Dia e percebeu que podia ser mais que uma espectadora naquele local. “Fui convidada a participar da equipe da Ação Solidária Adventista (ASA). E como já tinha o costume de ajudar as pessoas, Deus me mostrou que era para continuar”, afirma.

Conforme se envolvia no trabalho da igreja, Silvia percebeu uma mudança em sua vida. Com o tempo, a depressão deu lugar à alegria em servir a Cristo. “Quando eu estava no ‘quarto escuro’, orava a Deus e via dois anjos orando por mim. Creio que as orações das pessoas e o agir de Deus me libertaram da depressão”, revela.

Silvia diz que Deus começou a transformar não somente a sua vida, mas a de sua família. “Depois que dei esses pequenos passos na vida espiritual, meu marido começou a perceber minha mudança para melhor. Minha família não era da igreja, mas passamos a orar juntos, ajoelhados no quarto. Com o agir do Espírito Santo, meu marido e filhos, incluindo minha mãe e meu cunhado, foram batizados”, destaca.

Família de Silvia. Da esquerda para direita: Matheus, Ana Beatriz, Roblêdo, Tia Silvia e Ana Letícia. (Foto: Arquivo Pessoal).

Orações respondidas

As cartas que Silvia escreveu para Jesus estão guardadas. Hoje ela relembra que as palavras de angústia escritas em cada papel se transformaram em orações respondidas.

Em 2021, ela e sua família se mudaram para Engenheiro Coelho, interior de São Paulo, um lugar bem distante de sua terra natal. Sua filha mais nova foi contemplada com uma bolsa de estudos no UNASP. Em um ato de fé, Tia Silvia deixou tudo para trás. Milagrosamente, em meio à pandemia, quando muitas empresas reduziram drasticamente o quadro de funcionários, Silvia foi contratada pelo UNASP. “Fomos sustentados por Deus durante todo o tempo em que estamos aqui”, complementa.

Superação e fé

Após dez anos, Tia Silvia se alegra ao ver o cuidado de Deus com sua família. Atualmente seus filhos estão formados, e seu esposo, segundo ela, “trabalha na área que sonhou e pediu a Deus”.

Formada em Gestão Pública e Petróleo e Gás, Silvia se prepara para mais uma conquista: sua próxima formatura está marcada para o dia 9 de outubro deste ano. Aos 51 anos, ela finalmente receberá o diploma de Bacharela em Direito.

“Deus me honrou. E se alguém está passando pelo ‘quarto escuro’, onde já estive um dia, saiba de uma coisa: quando a luz amarela do desânimo acender, não permita que o inimigo faça ninho em sua mente. Peça ao Espírito Santo que seus pensamentos estejam onde Ele quer. Busque ajuda. Que sua mente esteja cheia dos pensamentos de Deus, e que suas palavras sejam sempre boas”, finaliza.

Tia Silvia se formará em outubro deste ano no curso de Direito do UNASP (Foto: Arquivo Pessoal).