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Saúde

Importância do estilo de vida para a saúde do ser humano

Desde o século XIX, os adventistas do sétimo dia ensinam sobre os remédios naturais. Hoje, a ciência comprova a eficácia de todos eles.


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Ingestão de água e prática de exercícios estão entre os comportamentos considerados ideais para uma saúde integral. (Foto: Shutterstock)

O estilo de vida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um “conjunto de hábitos e costumes que são influenciados, modificados, encorajados ou inibidos pelo prolongado processo de socialização”. A OMS ressalta que os hábitos e costumes incluem o uso de substâncias tais como o álcool, fumo, chá ou café, hábitos dietéticos e de exercício 1. Todos estes itens estão relacionados diretamente com a saúde do ser humano, ou, seja o completo bem-estar físico, mental e social que o indivíduo apresenta. E esta é a definição de saúde desta mesma instituição 2

As dimensões integrais do ser humano, ou seja, física, mental, social e ainda espiritual/religiosa, estão relacionadas com o estilo de vida adotado quanto à saúde 3.

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Importância do estilo de vida

Recentemente, a Sociedade Brasileira de Cardiologia endossou que doenças crônicas não transmissíveis são aquelas que não resultam de um processo de alguma infecção. E que, portanto, não passam de uma pessoa para a outra, podendo ter impacto nas atividades diárias e exigir atenção médica contínua4. Alguns exemplos destas doenças são: câncer, doenças respiratórias crônicas, diabetes, hipertensão arterial, osteoporose, artrose, doenças que afetam os vasos sanguíneos, dentre outras.

Essas doenças têm em comum um conjunto de fatores de risco modificáveis, ou seja, algumas ações podem ser feitas para amenizar a doença ou até mesmo evitar ou também controlar e tratar. Por isso, a mudança do estilo de vida é importante no caso de tais doenças. Este tipo de atitude pode trazer benefícios à atividade do pulmão e do coração. E, de forma prática, há possibilidade de melhorar a oxigenação cerebral, a disposição, o desempenho, a imunidade, o processo de aprendizagem, dentre outros benefícios 4.

A  alimentação adequada, a prática de exercícios físicos, a saúde do sono e controle de tóxicos (como fumo, álcool e outras drogas), são fatores importantes para estas mudanças que vão beneficiar a saúde do ser humano. Ainda, o controle do estresse e as relacionamento sociais também se tornam essenciais para o tratamento e a prevenção destas doenças crônicas não transmissíveis 4.

Estilo de vida

Outro item importante na vida do ser humano que está relacionado ao seu modo de viver é a questão da espiritualidade e/ou religiosidade. O tema já tem sido estudado e a ciência estabeleceu relação positiva entre a saúde e a religiosidade das pessoas. Em outras palavras, quanto melhor a religiosidade (envolvimento com a crença sobre o sagrado e ações como ir a cultos, orar, meditar, etc), melhor a saúde e bem-estar das pessoas.  Portanto, as crenças pessoais vão ajudar ou não a termos uma melhor saúde 5. O que a pessoa acredita faz com que haja melhores condições de enfrentamento das adversidades vindas com as doenças.

Exemplo dos adventistas

Um exemplo de que o estilo de vida é influenciado pela religião é uma pesquisa feita com idosos Adventistas do Sétimo Dia que haviam ultrapassado a expectativa de vida. Neste estudo, foi verificado que quanto maior a religiosidade dos idosos, melhor era a qualidade de vida deles, ou seja, eles estavam mais felizes em relação à vida. Ainda mostrou que provavelmente a religião ajudou na escolha de um estilo de vida mais saudável e, portanto, resultando em mais saúde6.  

Especialmente, a religião Adventista do Sétimo Dia recomenda que seus seguidores adotem uma alimentação saudável, descanso adequado, prática de atividade física, ingestão suficiente de água e não usem substâncias viciantes como álcool, tabaco e drogas, além de estimular a confiança em Deus e esperança. Interessante observar um estudo comparando estudantes de 13 a 19 anos na cidade de Montemorelos no México, que incluiu 363 adolescentes, sendo 202 adventistas e 161 não adventistas. A investigação científica verificou que havia diferenças significantes entre os grupos.

Os adolescentes adventistas eram mais propensos a assistir menos televisão por dia (2 horas ou mais), dormir 7 horas ou mais, dormir mais cedo e tomar desjejum em relação aos adolescentes não adventistas. Isso indica que os estudantes adventistas possuem maior probabilidade de terem um estilo de vida mais saudável do que os estudantes não-adventistas 7.

Oito remédios naturais

A adoção dos chamados oito remédios naturais (água, luz solar, exercício físico, confiança em Deus, sono/repouso, temperança, alimentação, ar puro) refere-se a uma proposta de baixo custo e fácil acesso. Além disso, é reconhecida pela ciência como fator que promove saúde, previne doenças e facilita a obtenção do completo bem-estar físico mental, social e espiritual 8. O comportamento está relacionado com os valores bíblicos de que o ser humano deve cuidar e respeitar o seu próprio corpo, como é relatado em I Coríntios 6:19 e 20 e em I Coríntios 10:31. O último texto diz “quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”

Para saber como está o seu estilo de vida foi desenvolvido um questionário chamado Q8RN  9 . Este questionário é gratuito e pode ser feito ao responder como anda o seu estilo de vida no site: https://q8rn.com/. A partir disso, você pode verificar em quais hábitos de vida pode melhorar para ter mais saúde.

Fábio Marcon Alfieri é livre-docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador do mestrado em Promoção da Saúde do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP).


Referências:

  1. WHO Centre for Health Development (Kobe, Japan);2004. A glossary of terms for community health care and services for older persons. Kobe,Japan [WHO Kobe Centre ageing and health Technical Report;v.50]. Disponível em: http:www.who.int/íris/handle/10665/68896.
  2. WHO. Constituition. Disponível em: https://www.who.int/about/accountability/governance/constitution
  3. Koenig HG. Religion, spirituality and health: the research and clinical implications. ISRN Psychiatr. 2012.
  4. de Faria RR, de Siqueira SF, Haddad FA, Del Monte Silva G, Spaggiari CV, Martinelli Filho M. Os Seis Pilares da Medicina do Estilo de Vida no Manejo de Doenças Não Transmissíveis – As Lacunas nas Diretrizes Atuais. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2023Dec;120(12):e20230408.
  5. Alves JS, Junges JR, López LC. A dimensão religiosa dos usuários na prática do atendimento à saúde: percepção dos profissionais da saúde. Mundo Saúde. 2010;34(4):430-6.
  6. Santos RN, Portes LA, Alfieri FM.  Perfil de saúde de idosos adventistas que ultrapassaram a expectativa de vida. Revista Kairós-Gerontologia 2017, 20(4), 175–194.
  7. Acosta Enríquez ME, Uribe Salas FJ, Baek J, Sierra Archbold JP, Carrillo G. Association between life-style behaviors and health outcomes in Adventist and non-Adventist adolescents in Mexico: a pilot study. BMC Public Health. 2019 Dec 19;19(1):1705.
  8. Alfieri, FM, Abdala GA. A ciência dos 8 remédios naturais. 1. ed. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2019. v. 1, p.220.
  9. Abdala GA, Meira MDD, Isayma RN, Rodrigo GT, Wataya RS, Tertuliano W. Validação do questionário oito remédios naturais-Q8RN-Versão adulto. LifeStyle Journal 5(2):109-134, 2018.