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Inclusão

Evangelibras envolve comunidade surda e gera transformação de vidas  

Envolver e proporcionar a participação ativa da comunidade surda nas pregações e estudos bíblicos faz parte dos objetivos do projeto.


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Pastor Douglas Silva (direita), ao lado de Solange e Marivon, que foram batizados no encerramento do Evangelibras. (Foto: Gustavo Leighton)

Vencendo as Provações. Esse foi o tema do Evangelibras 2024, projeto promovido pelo Ministério Adventista das Possibilidades (MAP) da Igreja Adventista do Sétimo Dia para oito países da América do Sul. Com o intuito de estreitar os laços entre os membros surdos, além de atrair a curiosidade de outros surdos, o Evangelibras busca compartilhar ensinos e despertar o interesse dessa comunidade por conteúdos baseados na Bíblia. 

Por isso, durante a edição deste ano, que foi transmitida entre os dias 17 e 20 de julho, assuntos relacionados à vivência de Jó foram compartilhados nas mensagens do pastor Douglas Silva. Paciência, perseverança, integridade e justiça foram os temas principais. A programação também contou com a recapitulação da lição da Escola Sabatina e muitos testemunhos, além de dois batismos ao final.  

Assista ao primeiro episódio aqui.  

Aproximação que transforma 

Marivon José foi uma das pessoas batizadas durante o programa e contou um pouco sobre sua história de entrega e mudanças. “A minha vida era uma confusão. Eu não tinha conhecimento sobre a Bíblia, frequentava outra denominação, mas eu era analfabeto bíblico, e eu tinha um estilo de vida pecaminoso”, detalhou.  

Ele explicou que uma pessoa surda o convidou para visitar a Igreja Adventista. Ele não sabia nada sobre a denominação, mas ao ter contato com ela, destacou que os “ensinamentos bíblicos passavam conhecimento”. 

Assim, Marivon começou a participar dos encontros e estudos bíblicos. “Estavam ensinando sobre a lei e o sábado, coisa que eu não conhecia. Foi maravilhoso. Eu tive ensinamento. Foram coisas boas que aprendi em minha vida”, disse. 

Ele afirmou que acredita em Deus e confia em Sua lei e na Bíblia. “Aceito ser batizado porque aprendi, através do ensino da lei, conhecimentos bíblicos que me trouxeram esclarecimento. Eu acredito no batismo, na Igreja Adventista e decidi me tornar um adventista, e agradeço a Deus por me trazer salvação”, declarou. 

Momento em que o pastor prepara Marivon para batismo. (Foto: Gustavo Leighton)

Novos conhecimentos bíblicos 

Já Solange Borges, que também foi batizada nesta edição, cresceu em um ambiente cristão e frequentava outra denominação, mas não conseguia entender a respeito da Bíblia. “Eu não tinha muito estudo. As pessoas me falavam e eu não conseguia entender. Isso me deixava triste naquele momento”, compartilhou.  

Marivon conhecia sua vida e história e a convidou para uma classe de surdos. Lá, entre os estudos estava o assunto do sábado. “Eu entrei em choque, porque eu acreditava que era o domingo o dia de descanso”, ressaltou.  

“Foi um estudo maravilhoso. Com base na Bíblia, ele [o professor da classe bíblica] começou a me mostrar e eu fiquei fascinada de como era o sábado”, disse.  

Solange começou a sentir prazer em aprender sobre a Palavra de Deus. “Hoje me sinto leve, feliz e quero aprender pra sempre”, completou. 

Libras e o evangelho 

O Evangelibas é um projeto que começou há cerca de 15 anos e cresceu. Inicialmente, o objetivo era ensinar sobre a Bíblia para a comunidade surda. Contudo, atualmente, envolve inúmeras pessoas, surdas e ouvintes. 

Apresentado na Língua Brasileira de Sinais (Libras), busca envolver ao máximo os voluntários da comunidade surda, tornando a Bíblia acessível a todos.  

O pastor Alacy Barbosa, diretor do Ministério Adventista das Possibilidades (MAP) para oito países da América do Sul, sublinhou a importância da iniciativa para que as sedes administrativas da Igreja acompanhem e desenvolvam um próprio projeto.  

“Os surdos estão mais próximos deles, das igrejas. Precisamos proporcionar esse envolvimento e participação ativa da comunidade surda”, ressaltou. 

Barbosa ainda destacou que uma das ênfases do MAP é tirar as pessoas da passividade. “E o objetivo do MAP e do Evangelibras é trazer o questionamento: Como tornar o surdo um membro mais ativo e participante?”, refletiu. 

“O MAP trabalha e ressalta a importância da inclusão e da igualdade. Incentivando ações mais acolhedoras e compreensivas, por meio da sensibilização e educação sobre as necessidades e os talentos das pessoas com deficiência, o Ministério ajuda a construir uma sociedade mais justa e empática”, explicou. 

Internautas, surdos ou não, puderam acompanhar as transmissões totalmente inclusivas. (Foto: Gustavo Leighton)

Como tudo começou 

Paulo Pedro é operador de câmera e sempre usou seus dons e talentos para a igreja. Idealizador do Evangelibras, ele ressalta o quanto o projeto está mais avançado, tanto em tecnologia, quanto em recursos.  

“O objetivo, agora, é que cada estado tenha o Evangelibras. A ideia é que a gente divulgue que o foco é contribuir para que os surdos sejam salvos”, detalhou. 

“Precisei pensar em como evangelizar os surdos. Então, juntei a ideia do evangelho e da língua de sinais, um evangelho em Libras. Estudei essa questão antes, de que o surdo estudava a Bíblia e se decidia pelo batismo. O evangelho é batismo, então o foco do Evangelibras é o batismo”, explicou Paulo Pedro. 

Envolvimento na Missão 

Alex Silva Alves, professor de Libras, é adventista há 20 anos. Desde que foi batizado trabalha junto ao Ministério dos surdos e seu objetivo é ensinar a Bíblia. “O ano que mais marcou o Evangelibras foi em 2021, quando nós levamos ao batismo 14 surdos, todos aqui de Brasília. Assim, o grupo na igreja aumentou significativamente. São mais pessoas para interagir”, contou.  

Ele lembrou ainda sobre o trabalho que o MAP tem começado a realizar nas igrejas e ressaltou sua importância. “Eu gosto muito dessa iniciativa da igreja. O MAP dá mais valor para as pessoas, inclui elas”, ressaltou. 

O professor citou o Maranata, convenção jovem que reuniu cerca de 20 mil pessoas no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, no final de maio e início de junho deste ano. “Tinha intérprete de Libras, apoio aos cegos, autistas. Me satisfez saber a importância que é dar valor para essas pessoas”, afirmou. 

Crescendo no voluntariado 

Isabella Vieira da Silva, voluntária do Evangelibras, contou sua história e pontuou o quanto gosta de ajudar no projeto. Ela era de outra denominação religiosa, mas recebeu um convite para conhecer a Igreja Adventista e foi batizada em 2021. Aos poucos, foi se envolvendo na iniciativa.  

Isabella demonstra alegria com o que tem aprendido como voluntária ao comunicar a Palavra de Deus com as mãos. (Foto: Gustavo Leighton)

“Eu participava nos bastidores e sou muito grata por servir a Deus. Tenho certeza de que é o plano dEle. Já é a segunda vez que participo como protagonista, apresentando o Evangelibras”, explicou.  

“Eu senti que o amor de Deus dobrou ao ser batizada e foi um momento muito bom”, destacou Isabella. 

Língua Brasileira de Sinais 

Oficializada no Brasil no ano de 2002, por meio da Lei 10.436, a Libras tem alcançado cada vez mais seu público. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que, no País, há mais de 10 milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva. 

Para conferir os conteúdos do Evangelibras, clique aqui.


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