A Convenção Maranata, organizada pelo Ministério Jovem da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul de 29 de maio a 1º de junho, foi a oportunidade, também, de uma discussão protagonizada pelos líderes adventistas em oito países sul-americanos. Ela foi pautada em torno de maneiras práticas para se estabelecer uma conexão entre as diferentes gerações e promover o crescimento espiritual saudável de crianças, adolescentes e jovens.

Leia também:

• Um plano de discipulado para formar novos discipuladores 

Presidentes, tesoureiros e secretários-executivos das sedes administrativas da Igreja Adventista, conhecidas como Uniões, Associações e Missões ouviram exposições e dialogaram em uma reunião orientada para chegar a providências concretas que fortaleçam as novas gerações.

O diagnóstico sobre a permanência de membros adventistas mais jovens levanta algumas preocupações. De acordo com o relatório da Secretaria-Executiva, entre 2014 e 2023 a saída de jovens entre 16 e 29 anos de idade foi maior do que as entradas de pessoas nesta faixa etária. Em termos percentuais, a perda chegou a 137,9% se comparada às entradas totais.

Cuidado, mobilização e autenticidade

Algumas falas apresentadas por líderes impulsionaram uma compreensão sobre temas sensíveis na discussão sobre permanência de jovens na igreja: cuidado, mobilização e necessidade de autenticidade e diálogo. O vice-presidente mundial adventista, pastor Abner de los Santos, destacou que conceitos como a autenticidade contam muito hoje no relacionamento intergeracional. “O método de Cristo é o que funciona. É preciso ganhar a confiança das pessoas”, destacou.

O diretor mundial do Ministério Jovem da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pastor Busi Khumalo, salientou, ainda, que uma mobilização forte dos jovens na igreja depende do comprometimento da liderança geral, ou seja, dos mais experientes. O pastor Lucas Alves, diretor sul-americano adventista da Associação Ministerial, lembrou que os primeiros discípulos de Jesus provavelmente tinham entre 15 e 21 anos de idade e que o engajamento deles veio pelo ensino e não necessariamente por ações apenas promocionais.

Ainda dentro das falas iniciais, antes das discussões em grupo, outro tema realçado foi quanto à necessidade de escuta dos jovens. O pastor Stanley Arco, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul, explicou que a importância de se ouvir os mais jovens implica, na realidade, crianças, adolescentes e jovens, o grupo denominado de novas gerações. Seu interesse na organização da reunião administrativa se concentrou, principalmente, em provocar a liderança adventista para pensar em soluções claras não apenas para atrair os jovens, mas mantê-los fiéis e entusiasmados com a missão de pregar o evangelho.

MRNT

Maranata não se resume ao evento realizado na Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília. É, na verdade, um plano maior que começa com a celebração com os quase 20 mil participantes, e segue em direção a um programa contínuo de desenvolvimento dos jovens. O acróstico MRNT, derivado do nome do plano, traz um conceito amplo. Foi o que explanou o diretor sul-americano do Ministério Jovem, pastor Carlos Campitelli.

Ele ressaltou que as ideias de missão, relacionamento, nutrição e templo expressam o que se espera de um crescimento sustentável da fé entre os representantes das novas gerações. Campitelli afirmou que ideias como a do maior envolvimento de jovens em programas de missão, ou ainda a necessidade de jovens se relacionarem com finalidade de evangelização, não é nenhuma novidade. “O que estamos fazendo é trabalhar para consolidar essa visão entre todos cada vez mais”, detalhou.

Vale lembrar que o aspecto de nutrição, o “n” de MRNT, guarda relação direta com a importância da consistência bíblica dos jovens para que façam a diferença na sociedade. E o aspecto do templo está ligado diretamente ao cuidado com a própria saúde (conceito bíblico do corpo e da mente como templos do Espírito Santo), bem como em relação à relevância de uma vivência em comunidade de fé.

Definições e caminhos

Após cada um dos grupos discutir os temas, vários caminhos foram propostos para ações específicas que dependem, em grande parte, dos líderes ali presentes. São seis as áreas em que os líderes concordaram em atuar com maior ênfase. São elas: integração intergeracional, discipulado, família, educação e treinamento, investimento financeiro e participação ativa das novas gerações em projetos especiais.

O documento serve de diretriz para as ações a serem realizadas em cada União, Associação e Missão. A ideia é que os conceitos cheguem até as congregações locais. Veja um resumo:

1. Integração intergeracional: as ideias giram em torno de iniciativas voltadas a um maior envolvimento dos mais jovens em liderança, bem como melhorias na estrutura de culto jovem, projetos e materiais para incentivar essa integração.
2. Discipulado: consistem no estabelecimento de um discipulado contínuo das novas gerações, enfatizando o estudo da Bíblia Sagrada e a oração.
3. Família: sobre este item, os líderes concluíram que é preciso incentivar o trabalho, com as famílias adventistas, de conceitos de fidelidade a Deus e paixão pela missão de proclamar o evangelho.
4. Educação e treinamento: outro item diz respeito a um fortalecimento da educação de jovens em instituições adventistas, especialmente para finalidades missionárias.
5. Investimento financeiro: foram sugeridas ações para garantir recursos financeiros aos programas voltados às novas gerações.
6. Participação ativa das novas gerações em projetos especiais: os líderes discutiram a respeito da promoção de estabelecimento e manutenção de clubes de Desbravadores e Aventureiros e ampliação de outras iniciativas de projetos como OYiM, Missão Calebe, Serviço Voluntário Adventistas (SVA), entre outros programas.  

---

Você também pode receber esse e outros conteúdos diretamente no seu dispositivo. Assine nosso canal no Telegram ou no WhatsApp.

Quer conhecer mais sobre a Bíblia ou estudá-la com alguém? Clique aqui e comece agora mesmo.