Juntos em uma mesma caminhada de inclusão, respeito e amor
Com um olhar voltado ao acolhimento e envolvimento de todos nas Igrejas Adventistas, cultos e encontros diferentes fizeram parte do mês de abril.
Patrícia e Moisés são pais dos gêmeos Guilherme e Rafael. O diagnóstico de autismo das duas crianças veio logo após o período de pandemia. Patrícia explica que seus filhos tinham dificuldade para dormir, choravam muito e, sem saber o que fazer para acalmá-los, começou a ler a Bíblia, e isso os fazia bem. Ao narrar um desses episódios no trabalho, um colega ofereceu um estudo bíblico para que ela pudesse ensinar aos seus filhos.
Assim, a família começaou a visitar a igreja adventista. Mas a inquietação dos meninos deixava Patrícia preocupada. “Eu ficava com vergonha. Na minha cabeça, aquilo poderia estar atrapalhando aqueles que queriam prestar atenção no culto”, conta. Para sua surpresa, os meninos foram bem acolhidos, e recebiam brinquedos e livros para usarem durante o culto. “Aquilo me fez ficar ainda mais apaixonada pela Igreja Adventista. Ver o carinho que todos têm com a gente, com nossa família... eu fico feliz e emocionada”, ressaltou.
Um olhar de cuidado
Em certa ocasião, num momento de agitação dos meninos na igreja, Patrícia decidiu ir embora. “Na hora que eu levantei para sair, o pastor Wesley estava fazendo a pregação no dia e disse: 'irmã não saia, não se levantem, fica! Aqui todo mundo já foi criança um dia e sabe como é uma criança. Se a senhora levantar vai assinar embaixo que, lá na frente, não terá igreja, pois as crianças são o futuro da igreja”, contou com nostalgia e emoção.
Patrícia conta que foi naquele dia que decidiu que frequentaria a Igreja Adventista. “Eu queria fazer parte dessa comunidade. Nós éramos de outra denominação e, a partir daquele momento, decidimos pelo batismo”, disse. “Nós estamos muito felizes e sabemos onde criar nossos filhos para levá-los pelos caminhos certos”, acrescentou.
Ministério Adventista das Possibilidades
O MAP é um departamento que existe oficialemente desde 2022, mas cujo trabalho começou muitos anos antes. Seu propósito é implementar estratégias para acolher e envolver pessoas com necessidades específicas no cotidiano e na missão da Igreja. Dividese em sete áreas: surdos; saúde mental e bem-estar; cegos e baixa visão; deficiência física e mobilidade reduzida; enlutados; cuidadores; e pessoas órfãs ou em situação de vulnerabilidade.
“Eu fico grata ao ver que a Igreja Adventista tem se empenhado cada vez mais em lidar com esse assunto [autismo]”, destacou Patrícia.
Um espaço de cuidado e inclusão
Fernanda Lima, que faz parte da equipe do MAP da igreja central de Brasília, ressaltou a importância do envolvimento de todos os membros nesse departamento. “Tratamos aqui, principalmente, de inclusão e acolhimento”, destacou explicando que algumas deficiências podem não ser visíveis, portanto, um olhar leve e de acolhimento faz a diferença na vida do outro.
Pontos como ansiedade, depressão e prevenção ao suicídio são trabalhados nesse Ministério. Além de deficiências, transtornos mentais, síndromes e a neurodiversidade.
Fernanda explicou que “pessoas neurodivergentes têm risco aumentado para sofrer bullying, abuso sexual, transtorno alimentar, isolamento social, ansiedade, depressão e suicídio”.
Além das barreiras
O pastor Evandro Vargas, líder dos mistérios de Saúde, Publicações e Espírito de Profecia, ressaltou que Jesus Cristo é o Senhor das Possibilidades. Assim, ele ainda trouxe dados mundiais e nacionais sobre o tema.
“Na América do Sul são 70 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Segundo dados do IBGE em 2020, no Distrito Federal, 78 mil pessoas têm algum tipo de deficiência”, disse.
Ele ressaltou ainda que “78% das mães que têm filhos com deficiência são abandonadas pelos maridos”. Um dado preocupante, que precisa de um olhar de acolhimento.
Caminhando juntos
Nesse sentido, independente dos desafios, o Ministério Adventista das Possibilidades é um departamento que veio para somar todos os outros, para acolher, envolver e desenvolver cada uma das pessoas abraçadas em suas causas.
Assim, preparando a igreja e seus membros para valorizar, incluir e amar a todos, independente de sua diferença ou semelhança.