Dois minutos, um livro e uma mudança de vida
Como um livro missionário alterou o curso de um motorista de ônibus rumo à Fé
Uma abordagem rápida, de dois minutos, dentro um ônibus. Um pedido de informação se tornou uma oportunidade de evangelizar. A personal organizer, Andrea Rodrigues, voltava de um grupo de estudos bíblicos na zona oeste do Rio de Janeiro e não sabia qual condução pegar. Foi quando abordou o motorista de ônibus, Francisco de Jesus, que a ajudou com a informação que precisava.
O encontro foi rápido, mas Andrea sentiu que deveria entregar um livro missionário, intitulado “O Último Convite”. O ano era 2022 e a obra pertencia ao projeto Impacto Esperança. Ela sempre carregava em mãos a literatura, para não perder nenhuma oportunidade. “Além de entregar o livro, ainda pude falar rapidamente sobre as três mensagens angélicas do Apocalipse. Ele disse que amava ler e pediu meu contato”, conta Andrea.
Passar seu telefone para um desconhecido não era um costume de Andrea, mas, naquele momento, ela decidiu entregar seu cartão de profissional voluntária para Francisco. Andrea foi aposentada após descobrir um câncer e, hoje, realiza o trabalho de personal organizer voluntariamente, para falar de Jesus e converter os valores que recebe em cestas básicas para doação.
Com o cartão de Andrea em mãos, Francisco entrou em contato via WhatsApp. Ela enviava vídeos com mensagens adventistas para ele. O motorista, inclusive, aceitou entrar num grupo de estudos bíblicos online.
Dirigindo para o Céu
A rotina diária de Francisco não é fácil. Ele conta apenas com a ajuda da irmã para criar os três filhos. Em 2012, foi batizado em uma igreja evangélica, numa fase em que sua vida não ia muito bem. “Cheguei a assistir à TV Novo Tempo nessa época, estava num relacionamento conturbado e senti que Deus falava ao meu coração, mas eu não entendia”, explicou o motorista.
Andrea guiava o motorista pelo caminho e ele seguia na jornada, estudando a Bíblia e os materiais evangelísticos. Em um áudio enviado por WhatsApp, ele contou para ela sobre a ida à Igreja Adventista num sábado, mas não deu detalhes. Por isso, grande foi a surpresa de Andrea ao ver uma foto de Francisco em um grupo de WhatsApp, se preparando para o batismo na Igreja Adventista.
“Foi uma surpresa enorme. Rapidamente enviei uma mensagem ao pastor, dizendo como conheci o Francisco. Não dava para eu acompanhar presencialmente, pois moramos em lugares distantes. Então, o pastor fez uma chamada em vídeo no momento do batismo para eu ver. Chorei de alegria em gratidão ao Espírito Santo pela oportunidade de ser um instrumento vivo em Suas mãos”, relembrou Andrea.
Hoje, Francisco frequenta a Igreja Adventista de Santa Cruz, bairro da zona Oeste do Rio de Janeiro. Um casal de amigos de sua irmã indicou a localização da igreja. Agora, participa do Impacto Esperança distribuindo livros.“Está sendo muito bom participar das novas experiências e guiadas pelo Espírito Santo de Deus. Estou vivendo uma vida reta em santidade e me esforçando a obedecer a Deus”, ressaltou Francisco.
Vida de testemunho
Nascida na Gávea, zona Sul do Rio de Janeiro, Andrea sempre foi de família simples. Começou a trabalhar aos 16 anos para ajudar a mãe. Já na vida adulta, descobriu um câncer. Até 2019, quando foi batizada na Igreja Adventista, era líder em outra denominação religiosa. Nesse mesmo ano, descobriu que um câncer de mama secundário com metástases maligna nos ossos.
Testemunhos, Missão Calebe, distribuição de folhetos e estudos bíblicos. A doença nunca foi empecilho para Andrea participar do trabalho missionário. Em 2023, se juntou ao Ministério Carcerário e ajudou no trabalho missionário com detentas.
Atualmente, usa sua profissão como profissional organizer para levar a mensagem às clientes. O dinheiro que recebe com esse serviço, reverte em cestas básicas e doa para famílias carentes. “São dez anos de tratamento do câncer, mas costumo dizer que isso está nos laudos e não no meu corpo físico. Enquanto eu puder, não vou perder oportunidades de levar um livro e alcançar pessoas para Deus. Missão não é algo que eu faço, mas aquilo que sou”, concluiu Andrea.
Conheça mais sobre a trajetória da Andrea e como as mulheres podem se envolver na missão: