Construindo pelo alicerce
“A Estratégia em Ação”, consagrado best-seller do professor da Escola de Administração de Harvard, Robert Kaplan e do experiente consultor David Norton, começa contando uma interessante história. Imagine-se em um avião onde, ao ter a oportunidade de...
“A Estratégia em Ação”, consagrado best-seller do professor da Escola de Administração de Harvard, Robert Kaplan e do experiente consultor David Norton, começa contando uma interessante história. Imagine-se em um avião onde, ao ter a oportunidade de conversar com o piloto-comandante, você descobre que este não usa corretamente todos os instrumentos da cabine, como o altímetro ou o medidor de combustível. A única preocupação dele é com a velocidade do ar. O piloto, ao ser questionado por você, justifica sua falta de atenção às centenas de luzinhas e marcadores do painel de um grande avião comercial, dizendo que “não consegue se concentrar em tantas coisas ao mesmo tempo” (p.2). Com certeza, como eu, você ficaria preocupado, para não dizer assustado!
Em toda a minha vida profissional e acadêmica, seja nas minhas aulas e classes sobre estratégia ou em consultorias e em projetos de planejamento estratégico, sempre ouvi algo similar à “planejar é importante, mas agir é vital”. Muitos usam esta abordagem para justificar suas ações, a maioria das vezes impensadas, na gestão de alguma empresa, departamento ou projeto. Resultados, quase sempre, são catastróficos ou simplesmente não mudam nada.
Planejamento é, acima de tudo, uma ciência. Passos bem definidos, que levam os planos de desenvolvimento a se tornarem realidade. Agir é vital, mas agir sem planejar é como um piloto que não sabe usar os instrumentos básicos para dirigir uma aeronave. E o primeiro desses instrumentos é a missão.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem uma missão bem clara: “levar a mensagem do advento (Apocalipse 14:6-12), levando-os a aceitar a Jesus como Salvador pessoal e unir-se à Sua Igreja, e ajudando-os a se prepararem para o Seu breve retorno”. Mas não adianta apenas a organização maior, a Conferência Geral ser orientada para esta missão. Cada igreja local deve planejar suas ações em torno desta missão.
Depois da missão, o segundo pilar de um planejamento é a visão, onde se espera chegar. Um bom objetivo, com um prazo bem definido significa que a organização saberá exatamente onde chegar. Diferente da missão, cada igreja local deve desenvolver a sua visão de futuro. Deve decidir, em comissão, quais os grandes objetivos que ela tem perante o avanço da missão, mas na sua realidade, perante a região, o estado, a cidade, o bairro, a vizinhança onde está inserido. As estratégias de como chegar lá, devem ser decididas localmente. Tudo direcionado à missão e dentro das grandes metas da igreja.
Exemplos de visão podem ser: “Alcançar 80% das Famílias do bairro até o próximo ano”; “Ser reconhecida ainda esse ano como amigos da saúde integral da comunidade”; “Ter ‘x’ pequenos grupos, com 50% de participação de convidados não-adventistas em dois anos”. Lembrando sempre da missão maior e dos projetos globais da IASD.
As perguntas a serem feitas para reflexão são: seu distrito ou sua igreja tem um planejamento feito? Ou simplesmente as ações são feitas sem um prévio pensamento? Há uma boa definição de visão, com um prazo definido para ela ser alcançada? Se há uma visão, os departamentos e os membros a conhecem e trabalham para alcançá-la? Com isso, o planejamento para as ações cotidianas de todos os departamentos, do evangelismo ao ministério jovem, ficarão com um norte bem definido. Como uma máquina bem equilibrada, onde todos os indicadores estarão voltados a um único caminho.
E nunca mais nossos pilotos vão ficar à deriva!
PARA LER, VER E OUVIR MAIS
Livro “A Estratégia em Ação”, de Kaplan e Norton - http://books.google.com.br
Vídeo-aula “Planejamento Estratégico: Missão, Visão e Valores” – Telecurso TEC (Governo do Estado de São Paulo) - http://www.youtube.com/