Tiago Juvenal, mais conhecido como “o carioca”, é um dos mais novos calouros no curso de Artes Cênicas, na Universidade do Estado da Bahia. Mas sua história não começa aqui. Natural do Rio de Janeiro, Tiago se mudou para a Bahia há 10 meses, mas de lá para cá, sua vida foi transformada através da educação.

Ao chegar em Salvador, ele se encontrou em situação de rua. Apesar de ter conseguido auxílio para moradia quase 3 meses depois, acabou sendo bloqueado. Foi então que ele conheceu a ADRA, em uma de suas unidades no bairro de Barbalho, Salvador (BA). Através do acolhimento oferecido ali, Tiago pôde receber ajuda com alimentação, roupas, material higiênico e uma oportunidade de mudar sua vida através dos estudos.

Abrindo portas

Em setembro de 2023, Amanda Alves, assistente social da ADRA, apresentou a Tiago o programa estadual Universidade Para Todos (UPT), que tem o objetivo de preparar jovens e adultos para processos seletivos de ingresso ao Ensino Superior. Tiago aceitou o desafio e passou a receber materiais de estudo, monitorias, aulas, até chegar o grande dia do vestibular. Apesar das limitações de transporte e estudos, Tiago sempre se dispôs a estar presente nas aulas e a se comprometer com os estudos. O resultado disso? Sua aprovação no vestibular e sua ingressão na UNEB. Agora, graças à sua dedicação, ele poderá dar um novo rumo à sua vida.

Diante da nova perspectiva de vida, Tiago pretende levar seu testemunho aonde for, mostrar que existe, sim, uma oportunidade. “Eu enxergo o futuro daqui pra frente de uma forma extraordinariamente promissora, porque a população precisa de educação”, compartilhou o ex-acollhido, “e como pertencente ao grupo de população de rua, é de grande valia, para mim, ter essa oportunidade de adquirir conhecimento”.

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Nova perspectiva

Uma das competências da ADRA é ser ponte e oferecer novas oportunidades para pessoas em situações de risco e necessidade. No caso da ADRA II, há uma parceria com a Prefeitura de Salvador, acolhendo 50 pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade, como foi o caso de Tiago. “O acolhimento de Tiago aqui, desde o início, foi um acolhimento muito positivo”, afirmou Daciane Andrade, coordenadora de projetos desta unidade. Ela ainda contou sobre o apoio oferecido a Tiago no período de estudos. “A gente, nesse caminho dele tendo as aulas, demos suporte pois ele não tinha material. No que a gente podia, ajudamos, como o acesso à internet, acesso a livros... o que ele precisasse, nesse momento, tudo nós fornecemos”, completou.

Além disso, de acordo com Amanda Alves, assistente social da ADRA II, um dos principais objetivos da unidade é oferecer uma nova perspectiva de vida para os assistidos que, muitas vezes, chegam desacreditados, devido ao histórico e ambiente de onde vêm. “Quando eles chegam e percebem que aqui é um local acolhedor, que podem ser escutados, que realmente podem encontrar um local para acompanhá-los, pra apoiá-los, isso muda toda perspectiva de vida deles. Nós estamos aqui para desconstruir, e poder mostrar caminhos novos que eles podem percorrer. E Tiago foi uma dessas pessoas. E a gente fica muito quando a gente faz parte de um processo tão incrível e significativo como o de Tiago.”