Uma grande movimentação de crianças tomou conta do Centro de Treinamento e Recreação da Associação Rio Fluminense (ARF), em Papucaia-RJ, entre os dias 3 e 5 de novembro. Foram vários ônibus, vans e carros, repletos de meninos e meninas desembarcando no local, num total de 900 inscritos.

Logo, o colorido das lonas das barracas já dominava a área de acampamento. Por três dias, as tendas foram o lar da garotada, que já estava pronta e ansiosa para viver grandes “Aventuras no Santuário”, na sexta edição do Aventuri ARF.

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Vestidos com seu uniforme de gala, as crianças se aprontaram para o programa da primeira noite e a batida da machadinha confirmou a abertura oficial do evento. A empolgação dos participantes foi abastecida pela marcante música oficial, pela apresentação da Tia Acsa, da Turma do Tiquinho e as belas encenações do grupo Art’Luz.

O pastor Felipe Andrade, presidente da Igreja Adventista no território da ARF, contou sobre a alegria da realização do Aventuri. “A igreja entende que cuidar das novas gerações é preponderante, por isso investimos tanto para cuidar das novas gerações. Fizemos recentemente uma divisão de departamentos, com um líder exclusivo para cuidar de Aventureiros e Desbravadores, para que possamos dar melhores condições na formação dessa geração que se levanta para continuar pregando o evangelho”, destaca Andrade.

Decisão

De forma lúdica e envolvente, o pastor Henrique Custódio, líder de Aventureiros da ARF e idealizador do evento, construiu um paralelo entre a história bíblica de Samuel - o menino que ouviu a voz de Deus - e do aventureiro Jan Leite que, na noite de abertura do Aventuri, foi batizado. A saudação dos amigos, rodando seus lenços, conferiu ainda mais emoção ao momento.

Jan, tem nove anos e contou que sempre desejou ser batizado. “Em todos os apelos de batismo que eu assistia na igreja, eu perguntava para minha mãe se poderia ir lá na frente também. E ela deixava. Meu sonho era passar por esse momento”, contou o pequeno.

O Clube de Aventureiros foi um estímulo a mais para a tomada de decisão de Jan. “Quando eu entrei no clube, com seis anos, fomos comprar meu uniforme de gala e eu disse para os meus pais que eu me batizaria com esse uniforme”, afirmou.

Aventuras no Santuário

Com o tema Aventuras no Santuário, o Aventuri desenvolveu um carrossel de atividades realizadas durante o sábado, com um misto de jogos cooperativos, conhecimentos bíblicos, artísticos e de habilidades motoras. Cada execução, além de ampliar o conhecimento, também fomentou o espírito de equipe, criatividade e autoconfiança.

O auge das atividades foi a oportunidade de as crianças conhecerem a réplica de um santuário - conforme descrito na Bíblia - com dimensões reais, que foi estudado ao longo do ano, como pré-requisito para o evento. Em uma verdadeira imersão aos tempos bíblicos, os aventureiros foram recebidos por um “sacerdote”, devidamente caracterizado, e vivenciaram a emoção em conhecer os objetos do Santuário e suas funções.

Treinamento de 12 horas

Os aventureiros com nove anos completos, em sua maioria da classe Mãos Ajudadoras (última das quatro classes do clube), participaram do seu último Aventuri. Isso porque, ao alcançarem os 10 anos, passarão para o Clube de Desbravadores e ali viverão novas experiências.

Para se prepararem para a realidade que os aguarda, esse grupo de aventureiros passou por um treinamento intensivo, de 12 horas, realizando atividades exclusivas de Desbravadores. Desmontaram suas barracas, antes unidas ao clube de origem, para montá-las, separadas, em uma outra área de acampamento.

As tarefas desenvolvidas nas 12 horas não são compartilhadas com as outras crianças, a fim de instigar a curiosidade e não perder o ineditismo quando chegar a vez delas. Porém, uma das atividades que, simplesmente, não foi possível manter em segredo, foi a travessia na lama - essa deixou muitas marcas, seja nas roupas como também na lembrança.

Após ralarem e aprenderem muita coisa nova, a meninada entrou, do jeito que estava - ao som de muitas palmas e assobios - pelo corredor da área de eventos. Agora, com um novo conceito de aventura e um senso de responsabilidade sobre os aventureiros menores, o grupo do cross tem muita história para contar.

Sala azul

As aventuras no santuário também foram pensadas a fim de atender crianças neurodivergentes, oferecendo oportunidades para os pequenos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Para eles, um espaço de destaque foi promovido. Uma sala azul, com objetos sensoriais para, se necessário, ajudar na regulação emocional.

Foi feito um levantamento entre os clubes para calcular o número de crianças com TEA e TDAH e o resultado indicou a necessidade de criar esse espaço. O retorno foi muito positivo e muitos pais expressaram gratidão pela iniciativa. “É um alívio saber que meu filho tem a oportunidade de desfrutar de um acampamento onde ele se sente compreendido e apoiado. Ver seu sorriso ao falar sobre suas aventuras é impagável", enfatizou uma mãe de aventureiro com TEA.

Inauguração

Garantindo conforto aos acampantes, desse e dos próximos eventos, foi erguida uma nova e moderna estrutura de vestiários no CATRE. A construção com amplo espaço, conta com 54 sanitários e 46 chuveiros com água quente, atendendo até 1080 pessoas por hora. Os 900 acampantes usufruíram da estrutura sem enfrentar filas.

Com caimentos adequados nos boxes de banhos, atendendo normas de desempenho, não houve água empoçada em nenhum momento. O fluxo constante de limpeza nos banheiros, atendeu, a contento, o ponto que costuma ser mais criticado em acampamentos.

Há 12 anos não acontecia um evento de tamanha proporção no CATRE da ARF. Para a realização desse Aventuri, os ajustes foram feitos, a fim de comportar a todos com qualidade. Esse acampamento marca a reutilização do espaço para eventos, lazer e recreação.

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